O fim da esperança

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Quanto mais andava até o local, mais rápido sentia que seu coração batia, a angústia de procurar uma pergunta da qual você já sabe a resposta, mas mesmo assim, prefere acreditar, nem que seja um pouco, essa pequena parte que se chama esperança, esperança de que seu amigo de infância Jayce e sua mãe estivessem vivos. Caitlyn sempre foi uma garota de pensamentos positivos, que sempre tentava fazer os outros ao seu redor terem essa mesma esperança que ela possui, mas nesse momento tudo pareceu desabar na sua frente, tudo que ela mais temia acontecendo, perder alguém que ela ama, se perguntava para onde teria ido essa esperança? Quando ela iria acordar desse pesadelo?

Sentia uma forte dor na perna que ainda estava a se recuperar das explosões sofridas na ponte, por conta disso, só conseguiu chegar ao local com a ajuda de Vi que serviu de apoio e a carregou por todo o trajeto. Durante todo o percurso que elas andaram, de Zaun até Piltover, nenhuma palavra foi trocada, apenas alguns olhares que demonstravam uma mistura de preocupação e desespero.
Vi sabia que o que a jinx fez não tinha mais volta, não havia mais como sequer alguma conversa ser trocada entre elas, sabia que a sua doce irmã se foi para sempre e mesmo sabendo que o que estava a acontecer era culpa da jinx, Vi não conseguia não se sentir culpada, sentia um peso sobre suas costas, uma dor de saber que você fez parte disso, mesmo não querendo.

Depois de um bom tempo, elas se encontraram de cara ao prédio, que possuía seu teto completamente destruído, algumas partes da construção caíram e o chão se encontrava coberto de poeira e algumas pedras. Muitas pessoas rodeavam o local, com rostos de preocupação e medo. Caitlyn conseguiu passar entre os guardas que estavam controlando as pessoas sem trocar nenhuma palavra, pois eles já a conheciam, mas parte dela sentiu que eles sabiam de algo que ela não sabia. A garota de cabelos rosados a acompanhou durante tudo o caminho, a cada passo ela sentia seu peito mais apertado, se perguntava se veria aqueles que ela ama caídos no chão cobertos de sangue, ou se, de alguma forma, eles conseguiram sair ilesos disso.

Ao chegar perto da sala onde tudo aconteceu perceberam um forte odor de ferro, era cheiro de sangue. Caitlyn paralisou, sentiu que seu peito iria explodir e não conseguiu controlar sua respiração, que ficava cada vez mais rápida e descontrolada. Violet a segurou firme, aproximou mais um pouco seu corpo ao dela, não sabia muito como agir, mas sentiu que precisava, mais do que nunca, proteger aquela defensora que parecia tão frágil nesse momento.

Vi: ei caitlyn, me escuta, olha pra mim

Ao pedir isso os olhos da defensora se cruzam com os dela, e Vi se arrepende na mesma hora de ter pedido isso, ao ver os olhos dela cobertos de lágrimas que escoriam cada vez mais, Vi sabe que não há o que dizer, pois nada do que ela poderia falar resolveria ou ajudaria naquela situação, só o que Vi fez foi enxugar as lágrimas que escoriam do rosto dela e a puxar para o abraço mais caloroso que Violet conseguia dar. Se sentiu incapaz ajudar, relembrou quando era uma criança e se deparou com o corpo de sua mãe naquela ponte, relembrou a dor e o desespero que foi perder a pessoa que mais a amava.

Depois de um tempo com ela em seus braços, percebeu que a respiração de caitlyn diminuiu, e suas lágrimas haviam secado em seu rosto, se deu conta que mesmo não sabendo o que fazer, conseguiu ajudar pelo menos um pouco a garota que a salvou tantas vezes.

Caitlyn por um momento, em meio a todo o caos, se sentiu aliviada, pois embora estava prestes a descobrir que perdeu duas pessoas extremamente importantes para ela, no fim, ela ainda tinha essa zaunnita.

Vi: você sabe que não precisa fazer isso

Caitlyn: eu preciso tentar

Caitlyn foi devagar até o local, com curtos passos, sentiu de novo seu peito apertado, mas dessa vez, ela não parou, ela continuou, e o que viu foi pior do que imaginava.
Ela viu sangue por todo o local, algumas peças de roupas queimadas voando, vidraçaria por todo o cômodo, ou pelo menos, o que restou dele. Viu corpos em sacolas e sabia que não havia mais o que duvidar, aquilo realmente estava a acontecer. Vi estava logo atrás dela, mas tomou a frente e pode ver melhor tudo o que sua irmã causou, agora era ela que sentiu seu peito doer, mas tentou ser forte e não demonstrou nada.
Caitlyn, perdida em seus pensamentos, dessa vez, negativos, nem se deu conta que um homem veio correndo a abraçar, nem precisou olhar em seu rosto para saber quem ele era, se tratava do seu pai, e ela sabia o por que ele fez isso. Ela se encontrou no pior dia de sua vida, o abraço do seu pai, que um dia já foi reconfortante, agora era desesperador, era frio, pois significava que a mulher que a deu vida, perdeu a dela.

caos, dor e lágrimas era o que dominavam naquela sala, que um dia foi chamada de conselho, mas agora, não era mais que uma chacina. O conselho sempre foi um local decisivo para guiar o futuro, e ambas as garotas sabiam, mais do que ninguém, que aquela situação ditaria muita coisa do que estava por vir.

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