Se passaram algumas horas desde o acidente do conselho, Violet se encontrava sentada em uma cadeira no canto da parece, observando a circulação das pessoas que vinham e iam daquela sala que um dia já foi bela e imponente, mas agora não se passava de ruínas manchadas de sangue e poeira, ela observava as feições das pessoas, uma mistura de dor e angústia era o que ela percebi no rosto da maioria ali presente, ficou se perguntando o que seu rosto demonstrava, o que as pessoas imaginam que ela sente ao olhá-lo.
Vi estava em uma espécie de transe ou hipnose, reflexões e pensamentos dominavam sua mente e ela aceitou que, de alguma forma, ela contribuiu para esse acontecimento, o peso da morte de várias pessoas e a dor que os que ficaram carregam é um fardo do qual Vi se viu a ter que carregar, ela não sabia como faria isso, mas tinha que ser forte.
Caitlyn se encontrava em uma reunião junto com seu pai, jayce, a mãe noxiana da Mel Medarda e alguns parentes dos conselheiros que acabaram perdendo a vida no ocorrido.
Vi podia ouvir altas vozes em discussão vindo daquela sala, o que a fazia pensar cada vez mais em jeitos de ter evitado isso. Depois de quase 1 hora de discussão, a porta foi aberta, todos saíram de lá, algo foi analisado, se perguntava quais seriam os próximos caminhos a serem seguidos, e ao pensar nisso ela temia pois não são baixas as chances de que isso iniciasse um conflito de piltover X zaun, uma guerra que ela já presenciou e que é difícil de recordar, pois foi ali o começo do fim para ela.
Violet observou cada um saindo do local, o jeito como alguns choravam lágrimas verdadeiras enquanto outros se esforçavam muito para isso, notou até algumas pessoas que pareciam nem se importar com aquela situação, não entende e nunca entendeu essas pessoas de piltover. Caitlyn foi uma das últimas a sair de lá, e em seguida veio seu pai e Jayce, todos seguiram caminhos diferentes, porém Caitlyn foi até ela. Ela apenas se sentou ao seu lado e apoiou sua cabeça em seu ombro. Violet tinha tantas dúvidas sobre aquela reunião, mas sabia que não seria apropriado perguntar isso, nesse momento de agora, só o que ela podia fazer era tentar ajudar essa defensora que se encontrava totalmente perdida e deslocada.
Cait: o que a gente faz agora?
Vi: eu não faço ideia.
Vi encosta sua cabeça na dela, que ainda se encontrava apoiada em seu ombro. Ambas se viam perdidas, Caitlyn conheceu uma dor que jamais sentiu antes, ainda não acreditava que sua mãe se foi, só conseguia sentir como se em qualquer instante ela fosse acordar desse pesadelo sem fim, já a Vi não sentia algo tão diferente, ela também perdeu alguém, sua irmã não morreu mas agora era irreconhecível, imaginar que a Powder se tornou isso fazia seu peito doer e piorava cada vez mais ao pensar que o sangue de todas essas pessoa também se encontravam em suas mãos, pois foi ela que abandonou a Powder, foi ela que criou a Jinx.
Elas ficaram lá, sem trocar nenhuma palavra, por certa de 15 minutos, até que uma equipe de médicos levaram elas para lugares opostos para serem tratadas individualmente. Elas não se viram mais depois disso.
No dia seguinte, ainda se recuperando fisicamente e emocionalmente, Caitlyn se viu pronta para enfrentar o pior dia da sua vida, o dia que teria que se despedir para sempre da mulher que chamava de mãe. Ela olhava sua roupa pelo espelho em seu quarto, um vestido preto de mangas longas, simples porém o mais apropriado que ela encontrou para a ocasião.
Escutou um bater na porta, era seu pai, que a acompanhou até o local onde os caixões se encontravam. Ao chegar ao local eles se deparam com uma grande multidão de pessoas, angústia e tristeza eram os sentimentos que dominavam naquele ambiente, onde apenas se podia ouvir alguns pássaros contando bem longe e alguns barulhos de choro.
Caitlyn não sabia, mas Violet também estava lá, observando de longe.Tudo ocorreu como o planejado, grandes discursos foram feitos em homenagem aos conselheiros que se foram, houve muita emoção, era difícil encontrar alguém que não aparentava estar chorando. Foi depois de tudo isso que Caitlyn finalmente pode aceitar esse pesadelo, ela aceitou que aquilo que estava acontecendo era verdade, e ela teria que lidar com a realidade, mesmo que a dor seja imensa, ela teria que tirar forças de algum lugar para seguir em frente, pois ela sabia que é o que sua mãe iria querer. Suas lágrimas secaram em seu rosto, sua feição demonstrava cansaço, a enorme multidão se encontrava próximo aos túmulos já fechados dos conselheiros falecidos, Caitlyn se encontrou de frente para a lápide de sua mãe, Cassandra Kiramman, de repente lembrou do seu passado, quando tinha aproximadamente uns 12 anos e seu sonho era ser uma defensora, lembrou que correu para sua mãe e disse que queria ser uma defensora e lutar por um mundo melhor, e ao dizer isso, o sorriso da pequena Caitlyn desmanchou rapidamente ao ver que o rosto de sua mãe não compartilhava a mesma animação que o dela, ele desmontava preocupação e medo, a pequena caitlyn não entendia, mas agora ela conseguia entender que esse mundo é perigoso e sua mãe tinha medo de perdê-la , um cenário que caitlyn se viu a ter que enfrentar, essa dor em seu peito, ela finalmente pode entender, era a dor que sua mãe sentia toda vez que ela saia em alguma missão como defensora. O medo de perder alguém que ama.
Caitlyn se afastou um pouco, estava ficando nervosa com a presença da multidão, olhou ao redor e tentou encontrar algum lugar para ficar sozinha, e percebeu uma figura conhecida no meio de tanta gente, Violet estava lá, ela se encontrava com um casaco preto bem afastado dos outros, encostada na parede de uma construção próxima ao local, com suas mãos no bolso do casaco, nesse momento todas as pessoas ao redor da Kiramman pareceram sumir, Caitlyn foi até ela.
Ao chegar próximo seus olhos se encontraram, eles sempre foram muito diferentes entre si, mas naquele momento pareceram iguais, ambos tomados pela dor.
Vi: como você tá?
Caitlyn: ainda tô tentando processar tudo que aconteceu...
Vi: eu vou ficar por mais tempo em Zaunn, vou tentar procurar por pistas ou qualquer sinal que tiver sobre ela.
Caitlyn: eu contei sobre o que aconteceu, e é só tempo até milhares de defensores invadirem Zaunn, buscando por ela, isso não vai resultar em algo bom, você sabe disso, eles estão todos tomados por vingança, então tenha cuidado.
Vi: eu vou ficar bem, sei me virar
Caitlyn: eu vou tentar descobrir algum outro jeito, talvez uma formação de um novo conselho ou algum plano que não envolva guerra, é certo que eles não vão escutar, mas vou tentar.
Vi: obrigada por isso, mas vê se você descansa também, tá toda acabada.
(Vi da um pequeno sorriso, na tentativa de roubar qualquer sinal de felicidade do rosto da defensora)
Caitlyn: só vou descansar quando tudo isso estiver resolvido.
(Caitlyn responde com seriedade e uma certa tristeza, não por ela não querer um tempo para descansar, mas sim, por ela aceitar que não tem escolha, pois ela faz parte disso, ela é uma defensora, e nesse momento, ela sente que talvez possa fazer alguma diferença.)
Vi: eu... tenho algo pra te dar.
Vi puxa do bolso do casaco uma joia azul, uma espécie de brinco.
Vi: Quando a gente foi pro seu quarto eu lembro da sua mãe usando isso quando abriu a porta e apontou aquela arma pra gente.
(Vi fala em um tom meio engraçado, tentando de todo modo que caitlyn expresse qualquer sinal de alegria)
Vi: eu peguei quando fomos ao local, vi algo brilhando no meio de algumas pedras, então eu peguei, achei que talvez isso te ajudasse de alguma forma.
Vi estende a mão com a joia na palma dela. Caitlyn segura a joia e fixa seu olhar nela, depois de alguns segundo ela olha para a Vi, com um olhar que demonstra uma certa alegria, para Vi esse olhar foi uma das únicas coisas boas que aconteceram depois de tanto tempo, algo simples, mas fez com que vi percebesse que podia ajudar de algum modo.
Cait: ela amava esse brinco, usava ele toda hora.
Com a joia em sua mão percebeu que se encontrava com um pequeno sorriso, e ao mesmo tempo, dos seus olhos escoriam delicadas lágrimas.
Cait: Isso é importante pra mim, obrigada por isso.
Sem pensar duas vezes, quase que ao mesmo tempo, elas se puxaram para um abraço.
Vi: eu sinto muito cupcake...
Vi posiciona sua mão na sua nuca, e a abraça forte.Para Caitlyn, aquele momento foi o único momento de felicidade que ela sentiu, depois de muito tempo sentindo apenas medo e dor.
Para Vi, aquele momento foi o único momento em que ela sentiu que fazia diferença na vida de alguém, depois de muito tempo sentindo que por onde ela ia trazia junto a ela, medo e dor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Arcane | Love and Chaos
FanficEssa história se passa logo após os acontecimentos finais da season 1 e se baseia no que acontecerá dali em diante, como ficarão os personagens e quais serão suas reações perante tudo que aconteceu, suas novas lutas e desafios a enfrentar. Falará s...