Nem Freud explica

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As coisas estavam fluindo como tinha de ser. Jimin e Seokjin continuavam se vendo, mas Namjoon não conseguia afirmar ver melhoras no filho, ele parecia tão cansado quanto todos os outros dias, as olheiras continuavam no mesmo lugar.

Tentou observar o rosto de outras crianças quando levou seu filho para a escola naquela manhã, uma Terça, a qual o psicanalista estava de folga, reparou que os olhos das outras crianças também tinham olheiras, por isso sentiu-se mais aliviado. Tentou se convencer de que aquilo era coisa da idade, ficar acordado até tarde vendo desenho e essas coisas, e que as manchas não iria permanecer por muito mais tempo, assim conseguia ter a certeza de que as coisas estavam indo bem nas consultas com Jin.

Aos poucos Namjoon começou a aceitar o fato de que seu filho precisava de um psicólogo, depois da última vez que acabaram "saindo juntos", Namjoon se deu conta de que tinha mais a ganhar com a presença de Seokjin em suas vidas, do que se brigasse e gritasse com ele e o pedisse, não tão gentilmente assim, para ir embora de sua casa e deixar seu filho em paz, pois não precisava de seus serviços.

Parte dele jurava que aquilo faria bem a sua própria condição de pai, prezando pela saúde mental de seu filho, porém, Namjoon começava a perceber que ser super protetor não era algo tão bom assim. Afinal, se cria os filhos para o mundo.

Deu um beijo na testa de seu filho quando ele pulou do carro, ultimamente Jimin vinha querendo agir como se fosse mais velho e responsável, seu aniversário era no final do ano, e talvez ele estivesse desejando demonstrar para o pai o impacto que fazer oito anos, tinha em sua postura. Ou não tivesse um pensamento assim tão complexo formado, mas Namjoon não duvidava de que fosse possível.

Achava seu filho tão inteligente para a idade dele, mas talvez aquilo fosse apenas uma visão de pai.

Jimin entrou na escola e Namjoon não conseguiu ver Seokjin daquela vez, sempre chegavam na escola no mesmo horário, conseguiam trocar uns meros cumprimentos e sorrisos, antes de se afastarem. Porém, dessa vez não foi possível.

O suposto encontro para o qual Jin o tinha chamado, da última vez em que estiveram juntos no estacionamento do shopping, ainda não tinha acontecido e ele nem tinha certeza se iria acontecer. Ou se tinha sido uma sugestão feita apenas cortesia, sem a intenção verdadeira da concretização. Mas, quer dizer, quem chama uma pessoa para sair só para ser simpático? Chama-se pessoas para uma festa por cortesia, mas para um encontro a sós, não.

Ainda assim, eles tinham se visto pouco ao longo do mês que passou, quando Namjoon chegava, Seokjin tinha praticamente acabado de sair de sua casa. Em algum momento se pegou pensando se, por um acaso, o homem estava fugindo dele, mas no segundo seguinte o sujeito da frase mudou, e Namjoon questionou-se a possibilidade de ele mesmo estar fugindo de Seokjin.

Não tinha motivo, é claro, afinal de contas eles não tinham nada intrínseco. O dia em que ocasionalmente se encontraram na praça de alimentação tinha sido agradável, e mais do que tudo, Namjoon tinha resolvido evitar contendas futuras com o psicólogo de seu filho, daquele dia em diante, então não tinha como aqueles desencontros serem culpa sua, não é?

Resolveu ir ao shopping e ao mercado, iria comprar algum presente para Jimin, talvez uma pelúcia de um dos personagens da Sanrio que ele tanto amava, e alguns condimentos e coisas para preparar um almoço gostoso para seu filho.

Namjoon tentava ao máximo não fazer com que presentes fossem apenas um reforço positivo, não queria que ele ficasse acostumado a ganhar presentes só quando fizesse coisas boas ou ruins, preferia que ele se esforçasse sem trocas, e ganhasse algo sem motivos. Essas surpresas sempre o deixavam feliz, e Namjoon conseguia manter o controle entre recompensa e esforço.

Segundo Freud [knj + ksj]Onde histórias criam vida. Descubra agora