Capítulo 5

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Acordei e ainda é noite, dormi a tarde inteira, sinto que minha perna está dormente, provavelmente deitei sobre ela. Peguei meu celular, tinha uma mensagem, e soltei um leve sorriso, a Amanda havia me mandado

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Amanda_ oii! você esta bem? não veio a aula hoje, fiquei preucupada

Eu_oi, sim estou bem, não se preucupe

Amanda_desculpa perguntar mas, porque não veio hoje pra escola?

Eu_só não estou me sentindo muito bem, nada de mais

Amanda_ o que você tem?

Eu_ um pouco de dor de cabeça

Amanda_ espero que você melhore! Você quer que eu te mande foto da matéria de hoje?

Eu_ se não for te encomodar, aceito

        Ela mandou as fotos e copiei no caderno, fico feliz por ter Amanda ao meu lado, sinto que posso confiar nela, mas prefiro não deixa-la preocupada com problemas que são meus.
        Vou ao hospital visitar minha mãe, fiquei com receio de sair de casa, mas eu precisava saber se ela estava bem. A noite está fria e serenando, andei em passos curtos pois eu não estou muito ansiosa para vê-la, não quero chorar mais.
        Quando cheguei ao hospital chorei um pouco, estou muito sentimental esses dias, parei de frente com a porta do quarto em que minha mãe estava, enxuguei o rosto e abri a porta, ela estava pálida deitada na cama dormindo, isso me fez chorar mais ainda, estou me sentindo um lixo, sentei ao lado dela na maca e peguei em sua mão:
        _mãe me perdoe, sei que não fui compreensiva com você._ digo beijando as suas mãos_sei que fui uma péssima filha e não soube conversar com você, eu poderia ter te ajudado de alguma forma, mas eu fui burra, eu sinto muito, você podia ter me contado, a gente passaria por isso juntas, nunca fomos próximas, mas nós podiamos ter tentado_ digo chorando ainda mais, até que um homem entrou no quarto, acredito que seja o médico
_com licença senhora._ diz ele de forma séria
_boa noite._digo secando as lágrimas do meu rosto e me levantando da maca
_bem... O caso da senhora Cláudia é grave, a perda de sangue dela foi muito grande, e lamento em dizer que o sangue dela não é compatível com os que temos, sinto muito.
_mas doutor, tem como eu doar pra ela?_digo em meio ao desespero
_qual o seu tipo sanguíneo querida?_diz ele de forma calma
_B negativo_ respondo aflita… e ele me olha de forma triste_que foi doutor?
_seu sangue não é compatível ao sangue dela senhorita, ela só pode receber do sangue O negativo_ começo a chorar, não conheço outras pessoas da familia, todos ficaram na nossa antiga cidade.
_Sinto muito senhorita_ ele sai do quarto, e sinto um vazio tão grande que nem lágrimas mais eu tinha, apenas sai do quarto e fui embora.
        Alguém tocou a campainha, não queria atender mas a pessoa era muito insistente, abro a porta e vejo uma policial
       _com licença moça, desejo falar com Helena_ estou meio confusa, mas não demoro pra responder
_sou eu mesma_ respondo aflita_ entre por favor, deseja beber alguma coisa?_
_Não, obrigada._ ela faz um pequena pausa_ a senhorita ainda é menor de idade, correto?
_sim, tenho 17 anos_ respondo mais aflita ainda
_bem, lamento dizer mas, a senhora Cláudia faleceu há uma hora atrás_ eu já sabia que isso ia acontecer, mas não tão rápido, demorei pra entender o que ela falou, simplesmente comecei a chorar._ sinto muito_ ela fala de modo compreensivo
_tudo bem_ digo soluçando
_bem, sei que está sendo dificil pra senhorita, mas como você é menor de idade, terá que ir a um orfanato até completar 18_ nada mais me abalava, eu já não estava tendo noção de nada_ amanhã você será encaminhada para este orfanato_ ela me entrega um folheto com uma foto de um orfanato, e vai embora. Eu queria muito poder morar sozinha, mas não tenho um emprego pra me sustentar então sinto um vazio dentro de mim inexplicável, tudo que eu havia construído foi destruído apenas com uma frase. Nem tinha percebido que a casa ainda se encontrava de forma zoniada, e não estava no clima de arrumar, então apenas subi as escadas e fui pro quarto, peguei meu celular e coloquei alguma música, confesso que tive uma esperança de que haveria uma mensagem de Amanda, porém não tinha nada.

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