Chapter 3

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Maraisa Pereira

Rosa: Maraisa, acorda - Bateu na porta me acordando

Mara: Hum? - Resmunguei me mexendo na cama

Rosa: Mara, levanta logo, daqui a pouco seu pai chega e ele quer conversar com você - Entrou abrindo todas as cortinas

Mara: Naaooo Rosa - Resmunguei me tampando toda com a coberta por conta da claridade

Rosa: Levanta logo menina, seu pai não tá com um humor agradável como já deve Imaginar e se ele chegar e você ainda tiver dormindo vai sobrar até pra mim - Veio até cama puxando minhas cobertas

Mara: Que saco, por que meu pai é tão chato? - Bufei me sentando e esfregando os olhos, enfim abrindo os mesmos em seguida

Rosa: Ele não é chato Maraisa, é a maneira dele de te educar e ser, e você já devia estar acostumada, agora levanta logo, se veste e vem comer alguma coisa já que é quase meio dia e ele vem almoçar em casa - Veio até mim me puxando pelos braços e quase me arrastou pro banheiro - Vou preparar um lanche pra você, não demore

Assenti, ela me deu um beijo na testa e logo saiu, escovei meus dentes, penteei meus cabelos e voltei pro closet, vesti um short e uma camiseta normal, calcei meus chinelos, peguei o celular e desci olhando algumas mensagens da Maiara

Eram coisas aleatórias, primeiro ela mandou dizendo que dormiu na casa da menina que ela tava ontem, depois disse que ela é boa de cama e tal e que agora já tá em casa se recuperando da ressaca, respondi algumas coisa e segui pra cozinha

Me sentei nos banquinhos da bancada da cozinha mesmo, peguei um sanduíche que a Rosa fez e comi junto de um nescau

[...]

Após alguns minutos ali sentada fazendo companhia pra Rosa, ouço a porta da entrada se abrir e o furacão Marco entrar batendo os pés vindo em minha direção

Marco: Meu escritório, agora - Falou parando na porta

Mara: Bom dia pra você também pai, dormiu bem? Como foi sua noite? - Ironizei

Marco: Deu de gracinhas Maraisa, sobe agora pro meu escritório antes que eu perca a pouca paciência que me resta - Falou e foi em direção às escadas subindo na frente, bufei me levantando, dei uma olhada na Rosa que me encarava com um olhar de pena

Mara: Se eu não voltar viva, diz pra Maiara que no meu testamento deixei o batom nude que ela tanto gosta pra ela

Rosa: Para de falar besteira menina, vocês só vão conversar, ele vai te dar um castigo como sempre e acabou - Tentou me tranquilizar, respirei fundo e fui enfrentar a fera

Subi as escadas e caminhei até o fim do corredor onde é o escritório dele, parei na porta, dei mais uma respirada longa e bati na mesma

Marco: Entra logo - Falou seco, revirei os olhos e entrei fechando a porta - Senta, nossa conversa vai ser direta porém sua reação não vai ser boa - Apontou pra poltrona do outro lado da mesa a sua frente, assenti e me sentei ali o encarando

Mara: Por que minha reação não vai ser boa? - Perguntei curiosa como sempre

Marco: Vou direto ao ponto, não vou discutir com você sobre os acontecimentos da noite passada, a sua desobediência, falta de educação e respeito comigo, vai ser só uma perca de tempo, porque o que eu tenho pra falar já resolve todos esses problemas de uma só vez - Explicou se ajeitando na cadeira e me olhando atentamente

Mara: Pode falar então - Confesso que nesse momento meu cu não passava nem um sinal do satélite de tanto medo que eu tava

Marco: Nesse último ano tive muitos problemas na empresa como você já sabe, um deles foi com o meu vice diretor que deu um prejuízo enorme, me roubando uma boa quantia de investimento da empresa

Mara: Sério? que me chamou aqui pra falar da empresa? - Fiz cara de tédio

Marco: Primeiro escuta, espera eu explicar as coisas depois você ver onde vai se encaixar a sua pessoa nessa história - Ele fala rude me fazendo fechar a matraca - Continuando e já abreviando todo o acontecido, esse maldito me deu um golpe e agora estamos na beira da falência, mal temos dinheiro pra pagar os funcionários

Mara: Como é? Falência? estamos quase sem dinheiro? Mas como você conseguiu comprar o carro e me dar se tava sem dinheiro?

Marco: Eu comprei já faz um tempo, apenas deixei guardado na concessionária até o momento certo, seu aniversário no caso, e é isso, estamos quase falidos - Bufou

Mara: Tá e onde eu entro nisso tudo? - Falei sem entender

Marco: Eu fui agora de manhã na filial de uma empresa que pertence a família de um velho amigo meu, fiz um negócio com a filha dele que é responsável por tudo agora, ela vai me dar uma boa quantia em dinheiro, pra pagar o prejuízo daquele filho da puta e um pouco a mais pro pagamento dos funcionários

Mara: Que ótimo, tudo resolvido, não estamos falidos, dá meu castigo logo aí e vida que segue

Marco: NÃO Maraisa, não, deixa eu terminar de falar pelo amor de Deus

Mara: Tá bom, mas fala logo então tô quase tendo um infarto aqui caramba - Falei já sem saco, pra que tanta enrolação minha nossa senhora

Marco: Eu fiz um negócio ela vai me dar todo esse dinheiro, mas se você for embora com ela e se casar com a mesma dentro de um ano - Falou me olhando nos olhos, fiquei encarando ele por longos segundos

Mara: Tá brincando né? Pai, sinceramente? Como humorista o senhor é um ótimo empresário - Debochei rindo

Marco: Não estou brincando e muito menos fazendo humor, é o dinheiro em troca de você

Mara: Ah claro, e eu sou um ursinho de pelúcia que pode ser comprado a qualquer momento, você só pode tá maluco ou usando droga, não é possível - Falei me levantando e caminhando dentro do escritório de um lado pro outro

Marco: Eu tô falando sério, você vai embora com ela, se casa, eu pego o dinheiro tiro a empresa do buraco e tá tudo certo

Mara: TUDO CERTO? TÁ ZUANDO COM A MINHA CARA, ONDE CARALHOS QUE ISSO TÁ CERTO? - Gritei já perdendo minha paciência

Marco: NÃO GRITA COMIGO, BAIXA O TOM PRA FALAR - Gritou também se levantando

Mara: Pai, você tá maluco? Eu sou tua filha caramba, como que você vai me vender pra uma mulher que eu nunca vi na vida, em troca de ter a sua empresa nas alturas de novo, você vai trocar o único familiar que você ainda tem por dinheiro? É isso mesmo? - Falei sentindo meus olhos marejarem, isso não pode tá acontecendo

Marco: Maraisa, entenda, eu não posso sacrificar todos esses anos que eu investi na empresa, não posso pôr tudo a perder por causa de um golpe, eu tenho a oportunidade de me reerguer e é isso que vou fazer, além do que eu tenho os funcionários, eles têm famílias pra sustentar e é minha obrigação entregar o salário na mão de cada um no fim do mês

Mara: Claro, você não pode sacrificar seus anos investidos nessa merda de empresa, mas pode sacrificar a vida da sua filha, parabéns senhor Pereira um belo exemplo de empresário e principalmente, um ótimo chefe que pensa na família dos funcionários, mas não consegue pensar no futuro e no bem da PRÓPRIA filha - Falei já sentindo as lágrimas rolarem

Marco: Primeiro que essa merda de empresa foi o que te deu sustento a vida inteira, desde as roupas caras que você compra, suas mordomias e comodidades até o próprio teto que está sobre sua cabeça, foi tudo através dessa merda de empresa como você falou, Maraisa colabora, vai ser só por um tempo, essa mulher com quem você vai casar tem um contrato a cumprir e depois disso você vai estar livre também

Mara: Eu não tenho nada haver com o contrato e com a vida dessa mulher, eu nem a conheço, pai

Marco: Mas vai conhecer, ela é uma boa mulher tenho certeza, é de uma das famílias mais ricas do mundo

Mara: NÃO ME IMPORTA O DINHEIRO, O QUE ME IMPORTA É A MINHA VIDA A MINHA FELICIDADE CARAMBA, eu não a conheço, não a amo, por isso não vou me casar - Falei descontrolada já quase enlouquecendo...

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soh obiçervu🌝
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