parte I

2.9K 233 793
                                    

👽#NamuAlien

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

👽
#NamuAlien

O ano era 2092.

A nave mineradora Mikrokosmos VII encontrava-se em algum lugar da imensidão espacial, traçando o caminho de volta à Terra após 10 meses em uma missão ambiciosa, mas necessária. Àquela altura do campeonato, a mineração de asteroides havia passado do patamar de sonho científico para principal atividade rentável das maiores nações do mundo. Há meio século atrás, quando o tema era tão distante quanto absurdo, o mercado tecnológico, cada vez maior, já exigia o consumo de materiais raros para sua constante expansão fabril — como ferro, níquel e titânio —, quase todos vindos de fontes naturais e esgotáveis.

A possibilidade de interromper o avanço de uma espécie inteira devido à escassez de matérias-primas não renováveis foi a principal motivação que impulsionou a busca pelos meios de consegui-los além das fronteiras terrestres. Fora isso, a extração desses minérios sempre causou danos imensuráveis ao planeta, que se refletiam na forma de poluição, devastação da biodiversidade e destruição de paisagens. A remota ideia de extrair esses elementos a partir de asteroides — repletos dos mais diversos tipos de minérios — traria trilhões de dólares à economia global, sem devastar o planeta.

Todavia, nos primórdios da concepção idealista de mineração espacial, a possibilidade de colocá-la em prática trazia mais prejuízos do que benefícios, além do fato de ser praticamente impossível, do ponto de vista tecnológico. A falta de infraestrutura, ocasionada pelos avanços insuficientes no tema, era a principal causa de a teoria não ser posta em prática. Foi preciso mais de meio século de estudos e descobertas, avanços e fracassos, ganhos e perdas — muitas perdas, vale ressaltar — para que a humanidade finalmente conseguisse escavar os "diamantes de pedra" do espaço sideral.

Contrariando a realidade passada, naquele momento da humanidade o monopólio da exploração espacial pertencia ao Oriente Asiático. Aqueles que outrora dominavam esse ramo, hoje em dia não passavam de compradores em busca da melhor oferta, em um mundo regido por quem tinha mais naves escavando o universo afora. A histórica aliança entre os maiores países da Ásia Oriental — China, Japão e Coreia do Sul — resultou na principal e mais poderosa agência de pesquisas espaciais do planeta: a CJKosmos, ou apenas CJK, em referência às letras iniciais dos nomes das três potências.

Consequentemente, grandes empresas de tecnologia surgiram desses países, que já participavam ativamente do mercado tecnológico mundial como importantes protagonistas, e agora apresentavam-se como os diretores do enredo escrito com o combustível das naves espaciais. Além disso, os minérios extraídos, que costumavam custar fortunas, ficaram muito mais baratos graças ao aumento da quantidade disponível vindas dessas missões de mineração, o que inaugurou uma nova fase da humanidade onde a Terra encontrava-se mais avançada tecnologicamente e preservada ambientalmente.

Em meio ao vácuo espacial composto por poeira cósmica e campos eletromagnéticos, a nave gigantesca — representação autêntica do quanto o homem evolui como ser pensante ao conceber tamanho colosso — atravessava o espaço-tempo como se fizesse parte dele. Tão poderosa quanto a imensidão que a rodeava, Mikrokosmos era quase um ser vivo. A nave, do tipo mineradora, possuía capacidade para escavar asteroides e armazenar o minério extraído, além de mapear, identificar e selecionar qual o corpo celeste ideal a ser minerado, graças à inteligência artificial de ponta.

O SÉTIMO PASSAGEIRO | namkookOnde histórias criam vida. Descubra agora