Obcession.

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Natasha POV

Ando pelas ruas de Nova York, a cidade na qual eu nasci, sentindo o ar frio tocando meu rosto. Percorri aquele caminho diversas vezes nos últimos dias esperando não encontrar ninguém conhecido ou algum paciente, se não todos os meus planos irão por água a baixo. É um dia frio, então todos os que tiveram coragem de levantar cedo estão bem agasalhados.

Chego ao meu destino, "rabbit hole", um bar e cafeteria que eu passei a visitar frequentemente. Entro no estabelecimento e começo a ouvir ruídos, pessoas falando e já não está mais frio, aqui dentro é sempre quente, então logo tiro o sobretudo que eu usava. Chego mais perto do balcão começando a sentir o cheiro de café adentrando minhas narinas enquanto eu busco com o olhar a mesma pessoa que procuro todas às vezes que venho aqui: Wanda Maximoff.

- Olá, qual seu pedido? - Como eu previ, ela está vindo até mim.

- Um americano, por favor.

- Nome para o pedido?

- Natalya. - Respondo e então ela começa a preparar o pedido.

Wanda é uma mulher inegavelmente linda. Ruiva, olhos esverdeados, um corpo que enlouqueceria qualquer um e seu jeito simpático chega a ser adorável, mesmo que no momento seu rosto parecesse sério por estar concentrada fazendo seu trabalho. É quase impossível para mim tirar os olhos dela, mesmo que eu tentasse disfarçar. Em um minuto meu café está pronto e Wanda vem até mim novamente:

- Tenha um bom dia, Natalya. - Diz, dando ênfase no meu nome, e eu lhe dou um sorriso deixando o dinheiro para ela no balcão.

- Obrigada, para você também. - Ela sorri satisfeita e volta ao seu trabalho.

Seguindo a minha rotina, como de costume, vou tomando meu café até chegar ao consultório. O celular toca no meio do caminho e eu acabo olhando rapidamente, pode ser a escola de Ever ligando ou algum paciente. Reviro os olhos assim que leio o nome "mãe" no contato, eu realmente não estou afim de falar com ela hoje então simplesmente guardo o celular e continuo o caminho até o trabalho.

- Olá, Paul, pode entrar.

Cumprimento o rapaz que está sentado na sala de espera distraído mexendo no celular, ele o guarda imediatamente e vem até mim, entrando na sala e sentando-se no sofá que geralmente é usado pelos meus pacientes. Percebo um suspiro por parte dele enquanto eu sento no meu lugar.

- E então, como foi a semana? - Seu olhar dificilmente se encontra com o meu.

- Mais uma semana difícil. - Suspira novamente. - Sentindo falta dela, torcendo para que ela me procure e me controlando para não procurá-la... Já fazem três meses, você deve me achar um trouxa.

- Paul, tudo bem ser emotivo.

- Eu me sinto péssimo com isso.

- Eu não julgo e você não deve se preocupar com o que eu penso, aqui devemos nos preocupar apenas com os seus pensamentos. - Deixo que o silêncio tome conta do ambiente, dando-lhe a oportunidade de dizer o que está pensando.

- Ela deixava tudo tão mais... fácil. A vida se tornava suportável com ela, qualquer coisa que eu fizesse era melhor com ela. - Suas mãos começam a tremer um pouco e seus olhos se enchem de lágrimas ao tocar nesse assunto. - Agora é como se faltasse algo de mim... Me sinto inútil. - Sua voz é prejudicada pela emoção e então torna-se quase inaudível. - Me desculpa.

Vício (Wantasha) Onde histórias criam vida. Descubra agora