Anxiety

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Natasha POV

Ainda no restaurante, em meio a carícias discretas e olhares cúmplices, eu e Wanda contruíamos nossa bolha em que nada ao nosso redor merecia nossa atenção. Nós comemos, rimos, bebemos um pouco e nos divertíamos contando histórias engraçadas sobre os nossos respectivos colegiais.

Depois de comer, Wanda se encostou em meu peito e eu envolvi seu corpo num abraço de lado enquanto observávamos a luz do Sol refletindo na água do lago. Seria clichê demais dizer que Wanda me fazia sentir assim? Brilhante. O brilho no lago era como um toque extraordinário para algo comum, essa era a definição dela na minha vida.

Senti sua respiração se prolongar e então percebi seu suspiro, ela parecia estar gostando tanto quanto eu daquele momento. Sorri pensando nisso e então ela olhou para o meu rosto por algum tempo sem dizer nada:

- O quê? - Eu perguntei confusa.

- O quê, o quê? - Rimos juntas. Ela negou com a cabeça e então o riso foi se esvaindo, Wanda olhou para baixo mexendo em alguns detalhes da minha roupa. - O que estou fazendo, hein? Por que é tão bom ficar com você?

Suspirei olhando em seus olhos, nem eu sabia o que eu estava fazendo e como chegamos a tal ponto. A Natasha Romanoff, que nesse momento parecia estar trancada numa sala na minha própria mente, está entrando em uma crise pensando o quanto isso é um erro e que Natalya está indo longe demais. Enquanto isso, a própria Natalya não consegue pensar em mais nada além de Wanda Maximoff em seus braços no momento.

- Você me faz bem. - Eu disse como um pensamento alto. - Por isso gosto de te ter por perto... Você me faz sentir incrível, como se... eu fosse outra pessoa. - Continuei da forma mais sincera, sem pensar muito nas palavras que ia soltando, olhando fixamente para seus olhos.

- Você é incrível, Nat... Porra, você é muito incrível. - Segurou meu rosto me dando um sorriso, lentamente se aproximou e depositou um beijo em meus lábios.

- Eu... tenho mais um lugar para te levar hoje, se você quiser. - Me olhou curiosa.

- Que lugar?

(...)

- Uma galeria de arte?

- O que foi? Não gosta?

- Muito pelo contrário, eu sou artista e amo tudo relacionado a isso, mas estou surpresa que você goste disso.

- Eu gosto de tentar entender as pessoas, já te disse isso, então quando olho para um quadro sempre penso no que o autor estava pensando enquanto o criava. Quando há pessoas no quadro, gosto de analisar suas expressões. Todos os elementos das ações humanas tem algum significado, eu gosto disso. - Eu dizia enquanto adentrava no local ao lado de Wanda.

Ela sorriu com minha resposta, pareceu ter ficado pensativa sobre isso. Logo depois senti a mão dela se aproximando da minha e de início me surpreendi com seu contato, mas sorri de canto quando percebi que nossas mãos estavam entrelaçadas. Estávamos de mãos dadas em público e Wanda olhava para frente, também com um sorriso, como se nada estivesse acontecendo. Mas, como eu disse antes, todos os elementos das ações humanas tem algum significado.

Ainda com um sorriso no rosto, resolvi não comentar nada e apenas continuar nosso passeio. Nós vez ou outra parávamos para admirar uma obra e falávamos sobre ela, a exposição era curta e duraria apenas 30 minutos. Num certo momento, Wanda comentou sobre um amigo artista e dessa conversa acabamos indo para assuntos mais banais até chegar quase no final da exposição:

Vício (Wantasha) Onde histórias criam vida. Descubra agora