Somente nós

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 1° Natal

26/12

Maya respirava fundo enquanto debatia internamente se o que estava fazendo era realmente algo que possuía significado ou não. Tamborilava a ponta dos dedos no joelho que estava coberto por uma grossa calça jeans. Ela o esperava de forma ansiosa, só queria que aquele vaqueiro estúpido atravessasse logo sua janela, pegasse seu bendito presente e sumisse de sua frente. Não sabia se aguentaria mais alguns minutos de espera angustiante. Soltou um suspiro aliviada quando escutou pequenas batidas na janela, e ao virar-se viu o rosto sorridente de Lucas. Caminhou até a janela e levantou o vidro para ele entrar.

— Se o Shawn me ver aqui ele me mata. - avisou em um sussurro preocupado quando sentou na cama dela.

— Não se preocupe, ele está vendo um filme com a minha mãe, ou seja, no momento devem estar se pegando. - declarou, uma cara de nojo aparecendo em seu rosto o fazendo rir.

Parando a risada, Lucas olhou ao redor do quarto com um pequeno sorriso no rosto. Ela trocava o peso do corpo entre um pé e outro e cruzava as mãos nas costas a fim de que ele não visse seu desconforto.

— Então...

— É, então... - ela fez eco quando notou que ele também mostrava um certo desconforto.

Eles ainda estavam tentando achar um meio termo quando se encontravam sozinhos, o que evitavam acontecer ao máximo. Havia sido um ano louco e cheio de reviravoltas, ele agora namorava sua melhor amiga e ela tempos atrás estava apaixonada por ele. Maya custava a acreditar que eles um dia coseguiriam encontrar um meio termo no... meio dessa loucura.

— Eu sei que você é quem me deve um presente, mas eu vi algo no Texas e não tive como não trazer. - confessou com um leve rubor nas bochechas que a fez se acalmar um pouco.

Vê-lo nervoso a fazia querer gargalhar.

— Hum, bom saber que suas boas maneiras não desapareceram, Huckeberry. - provocou ouvindo a risada dele e se aproximou para sentar ao seu lado.

Lucas tirou do bolso do casaco uma pequena caixa de madeira. A loira pegou de sua mão tomando o maior cuidado para não toca-lo, não queria saber o que iria sentir caso sua mão encontrasse a dele novamente. Balançando a cabeça discretamente para se livrar de pensamentos que ela não deveria ter, abriu a pequena caixa e não conseguiu disfarçar a surpresa quando viu uma pequena ovelha de prata que se encontrava com alguns pedaços de feno ao redor.

— Isso é tão bobo. - ela sussurrou ao passar o dedo com delicadeza sobre a peça de prata.

— Sabe que eu não acredito nem um pouco em você? - a voz soou perto de mais e ela virou o rosto para o lado notando que suas cabeças estavam praticamente unidas.

Lucas voltou o olhar para ela no mesmo instante e Maya prendeu a respiração quando fitou os olhos azuis que pareciam tão hipnotizados quanto os dela. O tempo parou para os dois. As respirações se tornaram escassas, mas assim como em um piscar de olhos tudo congelou, no mesmo piscar a realidade se fez presente novamente. Maya afastou o rosto rapidamente e Lucas se afastou alguns centímetros dela, levando uma mão a nuca enquanto encarava a porta fechada lutando para não encará-la novamente.

— O-obrigada. - ela conseguiu dizer, fechando a caixinha e se levantando da cama.

— Sem problemas. - ele sussurrou uma resposta ainda sem olhar para ela.

Maya foi até a parede oposta e pegou um quadro que estava coberto. Andou até o loiro e lhe entregou com um sorriso tímido, Lucas a encarou surpreso ao pegar a peça. Abriu apressado e Maya sentiu seu coração aquecer quando o viu abrir um enorme sorriso.

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