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  Mais uma vez o dia começara no pequeno Reino de Asthore, era primavera, pessoas da feira central montavam suas barracas de comidas e roupas para vender. Crianças corriam brincando na rua enquanto os pais trabalhavam logo cedo.
  Não muito distante dali, estava a elite e a realeza do Reino, burgueses ainda dormiam esperando seus empregados os acordarem, assim como a realeza.
  Em um quarto grande e chique do castelo dormia uma jovem, a princesa Emma, de Asthore.

- Bom dia vossa alteza, - exclamou sua criada - o dia já raiou - e abriu as sete cortinas do seu enorme quarto.

  A princesa resmungou e se mexeu debaixo das sedosas cobertas de seda real. Sua criada tirou o lençol limpo de sua cabeça e a moça enfim abriu os olhos.
  Levantou lentamente o rosto amassado de uma noite bem dormida e tirou os longos cabelos ruivos e bagunçados do rosto.

- Bom dia Claire - disse após um bocejo para a criada.
- Vou arrumar sua roupa e aquecer a água do seu banho - andou para o banheiro - só um minuto.

  Emma andou até a cadeira de sua penteadeira para esperar a sua criada. Seus longos cabelos ruivos com sua mecha branca na parte de trás, seus olhos de diferentes cores e suas pequenas sardas eram refletidos no grande espelho de ouro.

- Pronto senhorita - a criada voltou e a avisou - seu banho está pronto, quer ajuda para se despir?
- Não precisa, obrigada Claire.
- De nada princesa.

  A garota saiu da cadeira para tomar seu banho.
  Desceu as longas escadas de mármore após o banho, para tomar café da manhã e fazer suas tarefas reais.

- Bom dia papai - disse fazendo uma reverência ao ver seu pai sentado à mesa.
- Ah - falou distraído - bom dia querida - falou sem nem olhar para ela enquanto assinava um documento.

  Isso fez sua filha ficar para baixo, o rei nunca dera muito de sua atenção a Emma, ela nunca entendera o real motivo disso, sempre sentiu que era uma pessoa indesejada pelo seu pai, que na maioria das vezes querem um menino, principalmente se esses pais são Reis.
A moça comeu em completo silêncio, assim como seu pai, que não parava de ler acordos e documentos reais durante as refeições do dia.
  Terminou o seu café e a jovem saiu da mesa sem se despedir, e o pai pareceu não notar, talvez não notara de fato na primeira vês que a princesa sentara à mesa.
  E então foi fazer suas obrigações reais do dia, tais como aulas de boas maneiras, inglês, francês e alemão, etiqueta, harpa, piano, valsa, pintura, canto, entre outras que ela detestava.
  No fim do dia prestes ao por do sol, a princesa sempre dava um jeito de sair do castelo, nem que seja por alguns minutos, já que seu pai a mantém presa por motivos que nunca contara.
  A menina vestiu uma capa preta por cima de seu vestido verde escuro e foi rumo ao descanso.
Chegou aos estábulos reais e pegou sua linda égua Vértanie, sempre que dava este horário a moça lhe alimentava com uma fruta que ela roubava da cozinha real. Vŕtanie era uma égua cinza o robusta com manchas brancas o que fazia Emma não se sentir tão só.

- Oi meu bem - disse à sua égua - como estás? Pronta para dar uma volta? - falou sempre num tom baixo para não ser ouvida.

  Ela e sua égua foram rumo a uma pequena passagem que dava do castelo para a floresta, Emma gostava de dizer que era seu escapismo.
  Ao adentrar a floresta verde e bem ventilada, a moça cavalgou um pouco mais até sentar-se no chão e repousar.

- Ah Vértanie, isso não é gostoso? - disse relaxando com a égua ao seu lado. - Olhe só, morangos!

  Levantou-se do chão e colheu três morangos frescos de uma planta ao seu lado, deu um a Vértanie e comeu um outro, queria guardar o terceiro para seu pai mesmo sabendo que ele não teria tempo de comer.
  Enquanto relaxava e comia seu morango a princesa ouviu um barulho de galho sendo quebrado.

- Ouviu isto Vértanie? - disse se levantando num pulo - vamos embora - e subiu na égua para voltar.

  Andou em direção ao caminho pelo qual viera, sem olhar para trás a moça foi com Vértanie. Ouviu mais um barulho e fez sinal para a égua ir mais rápido.
  Olhou para trás para ter certeza de que ninguém a vira, quando infelizmente viu um vulto negro passar rapidamente pelo longe de sua visão. Voltou sua visão para frente e num piscar de olhos estava caída no chão após Vértanie a derrubar sem saber o real motivo.

Continua...

A História de Uma PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora