VI

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- Tudo começou a mais ou menos vinte anos... - iniciou o camponês

"O Rei e a Rainha de Asthore estavam caminhando na floresta num dia calmo de inverno, meses após o seu nascimento. A neve no chão tornou um passeio agradável em algo um tanto trabalhoso. Pouco tempo depois, ambos ouviram um barulho de algo se aproximando, acharam que era um cervo ou até um lobo mas era algo muito pior... Era alguém escondido, que já invadiu o Castelo uma vez, e num mísero segundo, sua majestade a rainha teve sua vida interrompida por uma flecha atirada em seu peito.
"Seu pai virou-se para sua mãe que estava cheia de sangue no corpo, ele correu até ela para tentar salva-la, mas infelizmente, só pôde-se ouvir o seu último suspiro antes do grito ensurdecedor do Rei..."

- Por quê? - perguntou a princesa - por que estão atrás da minha família?!
- Bem... - Andrew hesitou - não sei se devo lhe contar isso...
- Andrew! - a moça alterou a voz -Já tenho idade suficiente para governar um Reino, posso muito bem saber sobre meu passado!
- Tudo bem senhora adulta - falou com deboche o que irritou a princesa.
- Andrew por favor! - disse com raiva.
- Calma ruivinha... - o jovem disse e a moça olhou de canto raivosa - a sua mãe não era uma pessoa qualquer, era poderosa...

"Uma maldição foi lançada sobre ela pouco antes de engravidar de você, a mecha branca no cabelo vermelho dela não era por acaso, foi a maldição"
"Portanto, ela era procurada por pessoas que queriam o seu mal... E a maldição que foi jogada sobre ela fez com que seus descendentes também tenham o mesmo carma..."

- Certo, e de que tipo de maldição estamos falando? Esse tipo de coisa não existe!

A princesa ficou impaciente e sem acreditar, achou que tudo era mentira de Andrew para não lhe dizer a verdade.

- Acredite princesa, isso existe! - disse olhando profundamente seus olhos - a maldição condiz em dar a pessoa a visão do futuro e uma sensibilidade maior ao sentimento dos outros seres, assim que fizer dezoito anos, que foi o seu caso, já que sua mãe era um pouco mais velha quando foi enfeitiçada. - a moça ficou parada e incrédula - Então o que me diz? Você teve isso?
- Talvez... - pensou e se fez indiferente. - Como sabe de tudo isso?
- O seu pai me contou tudo o que sabia, eu era praticamente seu braço direito. Ele estudou sobre, contratou pessoas especializadas para o ajudarem.
- Meu pai sabia... e nunca me contou... - ficou incrédula
- Ele só queria protege-la alteza.
- Me proteger de quê? De mim mesma? Eu sou uma aberração Andrew! Uma aberração! Olhe só para mim! - a moça sentiu uma raiva incessante crescer em seu peito.
- Princesa, por quê diz isso? - falou quando a jovem se levantou - A senhorita é... linda.

Após essa última fala de Andrew a menina fitou-o sem saber o que dizer e apenas saiu da casinha rumo ao lago.
Sentou-se a beira do lago e jogou sua capa no chão ficando apenas com suas vestes íntimas reais e num rápido minuto a princesa estava nas águas frias e escuras do bosque.
Seus longos cabelos ruivos se espalhavam com o movimento da água. Parada submersa no meio do lago, Emma não sentia seus pés no chão, o que a deixou com medo por um breve segundo.
O medo se intensificava no coração de Emma, um frio na barriga tomava conta e um grande arrepio era sentindo em sua espinha ao observar tamanha escuridão que a cercava nas frias águas do lago...

- Emma! - ouviu algo chamando seu nome - sou eu - era uma voz angelical na qual a moça não sabia de onde vinha - Venha aqui princesa, liberte seus espíritos...

A voz sumiu e Emma foi puxada para fora do lago com violência.

- O que pensa que está fazendo? - Andrew falou assustado - venha, precisa se secar - pôs a jovem sentada no chão e a enrolou com uma toalha.

Assustada, Emma não conseguiu expressar uma palavra se quer, o rapaz a observava sem entender o que aconteceu mas não questionou e a levou para a casa.
Já seca e com novas vestes ela tomou uma sopa de cordeiro feita por Andrew que não estava muito boa mas não quis fazer desfeita apenas sorriu e agradeceu.

- Obrigada - falou quebrando o silêncio - eu não deveria ter ido ao lago sozinha, eu sinto muito - parou de encarar o jovem e voltou a olhar o seu prato que mal fora tocado.
- Não se preocupe - respondeu após um tempo de silêncio - amanhã vou ensina-la a se defender adequadamente. - a moça acenou com a cabeça e foi deitar-se

Continua...

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⏰ Última atualização: Jul 11, 2023 ⏰

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