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A princesa não conseguia acreditar no que acabara de ver, seu pai, o rei de Asthore estava morto; fora assassinado por algum covarde que atacou o castelo. Seu pai, a única pessoa em que Emma confiava de verdade agora se fora...

- Princesa! - Emma foi libertada de seu transe por uma voz que ela sabia muito bem de quem era, Andrew a chamava segurando seu braço e puxando-a para fora do motim - Vamos alteza!

A jovem ouviu mais uma vez a voz de Andrew, e sentiu sua mão firme em seu pulso quase arrastando a moça desnorteada para fora do castelo. Emma voltou a realidade e seguiu Andrew sem olhar para trás.
Os dois correram em meio aos gritos e correria de empregados e convidados, rumo à porta dos fundos do castelo.
Chegaram à porta de saída, abriram-na e rumaram para os estábulos reais, e num piscar de olhos Andrew e Emma estavam cavalgando numa velocidade absurda para fora do castelo e da confusão.

- Vamos princesa, não temos muito tempo! - o jovem disse com pressa já cavalgando mais a frente da moça.

Emma ia sem rumo encima de Vértanie tentando seguir Andrew com o mais rápido possível.
Por fim saíram dos arredores do castelo e quando perceberam já estavam na floresta escura e fria andando um pouco mais devagar.

- Siga-me alteza - o rapaz falou apontando a direção correta para Emma.

Após longos minutos de caminhada o jovem camponês parou e ajudou a princesa a descer de sua égua já que aparentemente estavam mais seguros e longe da confusão.
Quando caminharam um pouco mais, encontraram uma pequena casa de madeira e pedras escura.

- Bom, seja bem-vinda alteza - Andrew disse guiando a moça até a casinha, que de perto tinha um ar mais aconchegante. Emma apenas sorriu e assentiu com a cabeça.

Mesmo sentindo uma dor enorme no peito e um grande vazio ela entrou na casa a tirou os sapatos vermelhos de veludo. Sem conseguir falar nada ainda o silêncio foi quebrado pelo seu acompanhante.

- Então alteza, eu moro aqui - falou abrindo os braços deixando Emma mais a vontade - a senhorita precisa de alguma coisa?
- Eu... - falou com um ar inconsolável - eu quero dormir! Por favor...
- Claro, vou lhe mostrar o quarto.

Os dois andaram pela casa, que era praticamente menor do que o quarto de Emma, até chegarem a um pequeno quarto escuro e pouco empoeirado. Tinha uma única cama uma janela e roupas dentro de um cesto de palha.
Emma agradeceu a Andrew e logo após deitar-se na cama pegou num sono profundo e acordou só ao amanhecer.

"Uma imagem apareceu em sua mente perturbada, Emma estava em frente a um espelho no meio da floresta nevada, seu reflexo era tão real que podia sentir os batimentos dele, um tempo depois viu uma mulher madura com feições iguais a ela, a imagem espelhada pegou fogo fazendo Emma acordar..."

Ao abrir os olhos viu que o dia já raiou, levantou-se se da cama dura e empoeirada, foi até a sala a procura de Andrew.

- Andrew! - chamou pelo jovem que não respondeu - Andrew?! Andrew cadê você?! - o desespero começou a consumi-la.

Correu pela casa a procura do camponês e não o encontrou, gritou seu nome várias vezes até sua voz ser inundada por soluços.

- Andrew! - a princesa saiu da casa com os olhos marejados até que avistou o rapaz não muito distante cortando lenha - Ah! Andrew - foi rumo a ele sentindo um grande alívio.

Mesmo não gostando muito do jovem, Emma sabia que ele era sua única e última esperança de sobrevivência, já que a moça, apesar de seu grande preparo real, não entendia nada de como viver fora dos muros do castelo.

- Princesa - falou com espanto ao ver os olhos vermelhos da menina. - O que houve? Por que está chorando?!
- Eu... - engoliu o choro - achei que estivesse me deixado sozinha.
- Não se preocupe, o rei me deu ordens claras para proteger a senhorita!
- Meu pai...? - lembrou-se do ocorrido na noite anterior e segurou o choro. - O que sabe sobre ele? O que o rei disse a você?!
- Vamos entrar, e contarei tudo a vossa alteza!

Com um assento positivo de cabeça, Emma seguiu o jovem até a casa e ambos sentaram no sofá para que Andrew explicasse tudo a ela.
A princesa olhou os olhos verdes do rapaz profundamente deixando ele sem jeito.

- Bom, preciso que fique bastante atenta a tudo o que eu disser, é muito importante!
- Sim... - falou assentindo a com a cabeça.

Continua...

A História de Uma PrincesaOnde histórias criam vida. Descubra agora