Ainda sinto sua falta. Gostaria que minha hora chegasse mais rápido, porém parece que nem com essa sorte conto. Querido, como está aí? Não sei se consegues me ver, mas deixei de ser a menina espoleta que você sempre amou. É, sim. Acredite.
Sorrir ao mirar a lua agora firmasse numa lembrança distante. Tão longínqua quanto nossa infância perdida. Encontro-me nas mãos deste miserável. Ainda o odeio. E por tamanho empenho, parece clamar por tal. Estou em tormentos, querido.
Conhece o que é tortura? Pois duvido. Nada é tão torturante quanto sentir, lembrar, cheirar, tocar as memórias, entretanto não ter a presença da pessoa amada. Por favor tenha pena de mim. Leve-me com você. Te suplico, tenha piedade! Apenas não se vá de vez... senão, não vou ter nada mais para chamar de meu. Por que me deixou sozinha? Me leve junto com você. Espero-te ansiosamente, querido.

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"Livro Sem Nome"
CasualeAs confissões secretas, de alguém sem rosto ou voz. Curto e simples de ser sentido. Totalmente autoral, traduções somente com autorização.