De lua a lua

Superar você é meu maior desafio.

Superação; engolir tudo oque passei, engolir lembranças e o amor que sentir por você.

Outono de 2018'

Dia cansativo, dia estressante. Era oque eu sentia naquela tarde. Andando pelas ruas vazias, a única coisa que eu encontrei foi você. Andando com um olhar vazio, roupas meio largas, e o celular em suas mãos. Rodrigo parecia triste com tudo, suas mãos tremia enquanto dava mais passos sobre a calçada cheia de folhas. Seu olhar não explicava muita coisa.

Com muita preocupação me aproximei. Me aproximei até demais.

—Oque houve Rodrigo? Oque aconteceu?—perguntei curiosa e ao mesmo tempo preocupada. Rodrigo não falava muita coisa, e nesse momentos tinha certeza que não ia falar nada. Mas por minha surpresa, O moreno desesperado abriu sua boca pra falar algo.

—Tudo acabou pra mim! Minha vida acabou por aqui. —sem entender oque ele falou apenas puxei ele que logo hesitou, mas logo aceitou. O puxei para minha casa, o moreno estava tão pálido que nem o reconhecia mais.

—Vamos, vamos Desembucha! Oque aconteceu pra tu ficar assim doido?—perguntava mais uma vez com esperanças de que ele responderia dessa vez.

—eu perdi ela, eu perdi ela!—Rodrigo exclamava, mas com azar que sempre tive, não entendi. —Oque? Quem você perdeu Rodrigo!?—por sorte, Rodrigo me entregou seu celular. Revelando varias mensagens. Mensagens curtas. Era de sua namorada. As mensagens tinham um clima pesado. Um clima que se afundava na escuridão.

"Sinto muito Rodrigo"
"Eu te amo, mas não vou poder aguentar isso"
"Oque está falando?"
"Eu te amo"
"Minha hora está chegando"
"Esse será o meu ano"
"Meu último ano"

O resto das mensagens eram mensagens preocupadas, ela tinha ficado off-line. Então foi aí, que eu entendi. Ela tinha ido embora.

Rodrigo chorava sem parar, sua Mãos tremiam sem parar. Ele o amava muito. Muito mesmo. Nunca tinha passado por um momento desses. Era.. frustrante? Não sei. Mas sei que era frustrante sim para ele. Por minha vez, abracei ele com força que retribui com o mesmo ritmo.

—Eu sinto muito.. Saiko. Sinto muito—falo ainda abraçando ele. O mesmo não responde, ele tinha parado de chorar. Ele só me abraçava com força.

No fim da tarde, Ele ainda estava em minha casa. Eu mandava mensagens para a mãe e pai da namorada dele, o mesmo estava tão cansada e acabado que nem se levantava direito do sofá. No final, ele acabou dormindo aqui. Seu rosto ainda estava pálido. Falei para meu chefe que tinha que tirar férias, que meu amigo estava com problema já que a namorada dele se matou. Meu chefe aceitou com bom humor, então logo fui embora.

Verão de 2019'

Se passou 1 ano depois da morte da namorada do Saiko. Não vi mais ele desde então. Sempre mandei mensagens para ele e até mesmo cartas! Mas ele nunca respondeu. Estava preocupada demais, muito preocupada! Com toda a coragem que tinha, fui até o apartamento dele. Bati na porta dele e na companhia dele. Esperei por alguns minutos mas nada de resposta. Sem paciência, bati mais forte fazendo um barulho estrondoso. Depois de algumas horas, a porta se abre, revelando rodrigo.

Rodrigo estava mais pálido do que nunca, seus olhos não transmitiam mais alegria ou compaixão. Estavam...vazios? Não sei oque dizer. Suas mãos estavam magras? Parecia até seus ossos. Estava aterrorizada. Oque era aquilo que estava na minha frente? Uma coisa que eu sabia que; aquilo, não era saiko, e acho que nunca foi.