A primavera se aproxima.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.






(Obs.: A imagem de abertura deste capítulo não é de minha autoria, portanto deixo os devidos créditos à pessoa que a fez e peço desculpas por usá-la aqui.)












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  As lentas semanas que se passaram converteram-se em meses e, quase sem ninguém perceber, o inverno já chegava ao final. O frio estava cada vez menos presente no decorrer das últimas semanas da estação fria e a neve quase não caía mais. O chão ainda estava úmido, mas não chovia, e como não estava tão frio, Hinata se encontrava sentado no muro da sacada do aposento de Kageyama, olhando o reino que se estendia à sua frente com um sorriso animado no rosto.
  Shouyou havia, muito rapidamente, se afeiçoado a Tobio e, apesar de o moreno não admitir, sabia que ele também havia se afeiçoado a si. Era comum vê-los juntos pelo palácio ou pelas ruas do reino, pois tanto um como o outro não saía para muito longe sem estar acompanhado -mesmo que não fossem conscientes deste ato. Kageyama estava sempre sendo seguido por Hinata e muitas vezes sorria sem sequer perceber quando ouvia o ruivo cantarolando alguma coisa ao olhar ao redor, curioso. E sempre que o menor notava o sorriso alheio, não conseguia evitar de sorrir junto, sentindo-se mais animado e contarolando mais alto, às vezes chegando a pedir para que o moreno cantarolasse consigo, o que era sempre negado com veemência.
  Para os servidores do rei, e também para o povo, era realmente agradável ter a Shouyou por perto pois, além de deixar o humor de Tobio mais suave e relaxado, o ruivo alegrava a todos por onde quer que passasse, além de deixar um calor gostoso para trás. E apesar de Hinata estar o inverno inteiro como hóspede de Kageyama, ninguém, nem mesmo os homens de maior confiança do rei, sabiam que o menor era um Pássaro Sagrado, e o moreno queria que continuasse assim, pois sabia que poderiam tentar roubá-lo, prendê-lo e vendê-lo no mercado negro caso sua real identidade viesse à tona, e Tobio não podia permitir isso. O rei, mesmo que não admitisse para ninguém, queria manter Shouyou ao seu lado para sempre, mas sabia que não podia. Ele tinha a obrigação de ajudá-lo e mantê-lo seguro e bem até que pudesse encontrar-se com sua família outra vez.
  E justamente naquele dia, quando fracos raios de sol tentavam se impor através das numerosas nuvens cinzas, Kageyama estava caminhando pelo jardim e pensando que logo seria primavera e, assim que o ferimento no braço de Hinata estivesse completamente sanado, eles iriam despedir-se. "Isso é ridículo. Eu sou o rei! Não deveria ficar remoendo esse tipo de coisa", o moreno pensou, incomodado, e suspirou pesado. E quando o rei parou de caminhar, sentiu a mão direita formigar e imediatamente olhou para trás, vendo, na sacada de seu quarto, o ruivo sentado no muro e balançando os pés ao vento. Rapidamente Kageyama se direcionou para mais perto do palácio e olhou para cima, cerrando os punhos com força.

  -O QUE ESTÁ FAZENDO, IDIOTA?! -O rei bravejou e o ruivo olhou para baixo, sorrindo abertamente para si e sentindo o calor em seu peito se espalhar para todo seu corpo, e também ao seu redor.
  -TOBIO! -Chamou com a voz animada e alegre e o moreno notou que todo seu corpo estava brilhando. -EU ESTAVA TE PROCURANDO! -Exclamou ainda mais sorridente e o rei sentiu o peito acelerar, vendo que a luz se tornava ainda mais intensa do que antes. E imediatamente Kageyama lembrou de quando, há meses atrás, Hinata lhe havia dito que, por serem Pássaros do Sol, eles emitiam luz e calor quando sentiam-se felizes, e isso fez o coração do maior acelerar ainda mais.
  -Você... VOCÊ PODE CAIR! TOME CUIDADO, IMBECIL! -Gritou de volta ao ver Hinata ficar em pé sobre o muro, mas este pareceu ignorá-lo, o que apenas aumentou a apreensão do rei e também a preocupação e medo caso o ruivo caísse daquela altura. -DESÇA LOGO!! É PERIGOSO!! -Bradou autoritário e deu um passo à frente, apertando ainda mais os punhos ao pensar que ele iria cair a qualquer momento.
  -TOBIO, EU VOU PULAR!! -Hinata anunciou sorridente e o coração do rei estremeceu quando o menor realmente deu impulso para cima e pulou, ficando à deriva no ar.
  -SHOUYOU!!! -Gritou, assustado, e se posicionou para tentar pegá-lo.

  Mas Hinata não caiu como Kageyama pensou que cairia. Ao invés de cair, o ruivo bateu asas em frente à sacada e sorriu largo para o moreno abaixo de si, iluminando e aquecendo tudo ao seu alcance. E Tobio encarou surpreso e admirado a coloração laranja como o sol das penas alheias, juntamente do negro, e todo aquele calor e luz que irradiavam do corpo diminuto no céu penetraram no mais profundo de si.
  De repente, enquanto Kageyama admirava a visão que tinha e Hinata aproveitava a sensação de liberdade outra vez, a força do ruivo começou a diminuir e suas asas bateram mais desesperadas enquanto sua altura diminuía. E em um piscar de olhos, o rei esticou os braços para cima e pegou-o quando chegou em uma altura possível, sustentando o corpo pequeno e leve em seus braços e tendo as asas alheias a rodearem seu corpo.
  Shouyou e Tobio encararam-se profundamente e a luz e o calor que o menor irradiava tornaram-se mais intensas do que antes, fazendo com que até mesmo ou poucos acumulos de neve pelo chão derretessem. Naquele momento, algo dentro deles despertou completamente e tanto Kageyama como Hinata sorriram sem sequer perceber, simplesmente porque sentiam-se felizes.














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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

O Rei Tirano e o Pássaro do Sol - KageHinaOnde histórias criam vida. Descubra agora