Capítulo 4

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CAROLINE

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Grávida. Foi isso que eu ouvi Freya dizer, e o que me deixou chocada. Mas como? Até o momento não havia sentido nenhuma diferença em meu corpo, nem um sintoma específico de gravidez. Klaus pareceu tão ou mais surpreso que eu com aquela notícia. A ficha aos poucos ia caindo e eu levei a destra a minha barriga deixando um sorriso se moldar em meus lábios aos poucos.

— Klaus... — chamei sua atenção para mim. — Vamos ser pais de novo, meu amor. — segurei o rosto dele entre minhas mãos e deixei um beijo em seus lábios.

— Seu bebê acabou de matar bruxas ao mesmo tempo e mal aparece barriga, você acha mesmo que é um bom sinal? — alertou Freya.

— Como assim não é um bom sinal? — Klaus segurou minhas mãos e desviou o olhar para Freya, preocupado.

— Eu penso que essa gravidez não tenha sido algo natural e que seja melhor...

— O que você quer dizer com isso? — interrompi Freya e achei forças para me levantar do chão.

Onde diabos ela queria chegar?

— Eu acho melhor todos relaxarmos um pouco. — Elijah interferiu, desabotoando as mangas do terno. — Caroline precisa descansar, Freya também. E irmão, creio que teremos de nos livrar de alguns corpos. E depois pensar em como vamos lidar com os parentes vivos.

— E a minha filha? Klaus, ela vai passar por tudo? Ela é muito nova pra isso, não pode. Não tem como! Gente, ela é uma criança, um bebê...

Love... — Klaus se aproximou de mim outra vez, agora me acolhendo em seus braços em um abraço aconchegante. — Fique calma, tudo bem? Eu vou subir com você, nós dois vamos descansar, sim? Com a nossa filha.

— Bom, é. Melhor vocês descansarem. Elijah e eu arrumamos a bagunça.

Sem mais insistir naquele assunto, Klaus e eu subimos. Paramos em frente ao quarto de Hope para conferirmos que ela estava dormindo. Minha filha era tão pequena, não parecia que tinha passou tanto tempo desde que ela nasceu. Como ela poderia enfrentar uma transformação naquela idade? Eu sequer tinha certeza se eu iria conseguir passar por isso, ainda mais naquele estado. Grávida. Meu Deus, grávida! Klaus não comentava sobre, mas eu sabia que na cabeça dele passavam as mesmas coisas que passavam na minha. Conhecia o suficiente meu marido para saber que ele nunca falaria sobre isso comigo. Eu sabia que era o modo dele de ser, mas às vezes isso fazia eu me sentir tão sozinha, tão incapaz de resolver as coisas.

Assim que chegamos ao quarto ele se deitou comigo na cama. Eu rapidamente me aconcheguei em seu peito para evitar de que a ideia de sair dali passasse pela cabeça dele. Eu não queria de jeito nenhum ficar sozinha.

— Eu não vou fugir, Caroline. — ele riu baixo, e afagou os dedos em meus cabelos.  — Estou aqui com você, pode relaxar...

— Nós vamos ter mais um bebê... — murmurei, erguendo um pouco o olhar para ele.

— É.

Franziu o cenho. Ele nem olhou para mim.

— Klaus, você não está feliz? Um irmãozinho pra Hope, amor.

— Não precisamos conversar sobre isso agora, Love.

— Do que você tá falando, Klaus? — me afastei e me sentei sobre a cama.

Klaus fecha os olhos e dá um longo suspiro.

— Você ouviu a Freya, Caroline. Essa gravidez pode não ser algo bom. Pode não ser natural...

— E a Hope foi? Estamos mortos, porra! Nada aqui é normal. — me exaltei. — É nosso filho, Klaus. Nosso. Que merda você tá pensando?

— Não fale assim comigo. — se aproximou e segurou meu braço, obrigando-me a encara-lo. — Eu sou seu marido, não seu inimigo. Eu quero ajudar.

Meus olhos desceram até a mão dele em meu braço. O local começava a ficar dolorido. Ele seguiu meu olhar e ao se dar conta de como segurava, soltou e se levantou da cama abruptamente.

— E eu sou sua mulher. Mãe da sua filha. — me levantei também. — Melhor, dos seus filhos.

— Eu estou zelando por você, droga! Se for perigoso? Se afetar você, Caroline? Se der alguma coisa errada e eu souber que não fiz nada, não vou me perdoar. — se aproximou. —  Eu amo você. — relutou um pouco, mas cedeu ao tocar meu rosto e o acariciar.  — Não vou arriscar tudo que construimos por descuido.

Também para minha surpresa, não retribuí seu toque, me contentando em só fechar os olhos. Meu peito estava apertado. Por mais que ele não falasse com todas as letras, não estava animado com aquele bebê, era como se eu tivesse feito algo de errado. Ou talvez eu não quisesse admitir que talvez aqui eu estivesse realmente errado.

Meus lábios foram de encontro aos do meu marido e eu deixei um beijo calmo sobre eles, seguido de dois mais apressados antes de afastar o rosto.

— Eu quero descansar — sussurrei. — Sozinha.

Ele me encarou como se estivesse encarando alguém completamente estranho. Há alguns minutos tudo parecia tão bem e de uma hora para outra eu passei a ver tudo de uma forma tão diferente. Eles estavam pensando que eu abriria mesmo mão de um filho meu? Meu e do homem que eu amo? Sim, porque não tinha como ser de outra pessoa senão nosso. Por que eles estavam desprezando nosso bebê? Tudo estava muito confuso em minha cabeça, mas algo em meu interior gritava desesperadamente: corra! Eu deveria ouvir?

— Eu vou proteger você, love. Vou proteger a nossa família. — Klaus me tirou de meus devaneios, beijando a minha mão e me olhando com carinho. — Sempre e pra sempre.

Como resposta, apenas lhe mostrei um sorriso sutil e recolhi a minha mão, aguardando que ele saísse do quarto. Ele o fez logo. Me sentei à beira da cama e levei inconscientemente a destra ao peito. O incomodo ali parecia aumentar a cada instante, como um pressentimento daqueles que eu sentia quando ainda estava viva. Um presságio de algo ruim que estava para acontecer, breve. Por algum motivo eu sabia que era em breve. A única pergunta que ecoava sem descanso pela minha cabeça era: Que diabos vai acontecer?

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⏰ Última atualização: Jul 22 ⏰

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