Capítulo 3.

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Klaus Mikaelson.

Nada que estava em cima da mesa permaneceu no lugar após minhas mãos passarem por ali. Estava totalmente possesso. Porra! Ser um maldito Mikaelson nunca foi um fardo tão grande como estava sendo naquele momento. Minha mulher... Cacete! Minha mulher e minha filha estavam sendo atacadas por culpa minha! Culpa das merdas de escolhas erradas que fiz toda a vida. Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com elas.

— Niklaus, se acalme. Está assustando sua filha, irmão. — Elijah adentrou o local, reclamando, como sempre, da minha forma de descarregar toda a raiva que naquele momento parecia incendiar o meu corpo.

— Elijah, por favor, tudo que eu menos preciso agora são sermões seus. — o respondi entre os dentes, me virando em sua direção.

Não importava o que estava acontecendo, Elijah sempre mantinha aquele irritante semblante calmo. Como se pudesse limpar todo o problema com o maldito lenço que carregava sempre. Estressante.

— Não vim lhe dar sermão. — ele pausou, e respirou fundo, soltando o ar devagar. — Talvez. Mas ao invés de ficar quebrando as coisas, deveria cuidar de sua mulher e de sua filha, irmão.

Não admitiria isso em voz alta, mas Elijah estava certo. Era minha obrigação proteger quem mais amo no mundo, minha família. Mas não tinha ideia de como agir, que passo dar. E me sentir tão impotente me deixava enfurecido. De que adiantava ser Klaus Mikaelson se em momentos assim a fama não me servia de nada. Vencido pela decepção, deixei meu corpo cair de encontro a cadeira e direcionei meu olhar desesperado para Elijah, que apenas me observava. Sempre admirei a capacidade do meu irmão de saber quando ficar quieto.

— Não sei o que fazer, irmão. — admiti, deixando extravasar todo meu desalento. — Pela primeira vez em longos anos eu me sinto um inútil, sem poder para proteger minha filha e a minha mulher.

— Elas estão na sala. Com medo. Ficar aqui e surtar não vai resolver nada.  — e silêncio.

Mais uma vez ele estava com a razão, ficar parado e me lamentar estava longe de ser uma boa opção. 

— Está certo.  — sem dizer nada, me levantei e segui em direção a saída.

— Niklaus, o que vai fazer?

Parei, e me virei rapidamente para ele.

 — Vou atrás de uma solução. Do meu jeito. 

[...]

Caroline Mikaelson

Finalmente Hope estava mais calma, diferente de mim que ficava mais ansiosa a cada instante, sem falar na constante sensação de mal estar que já me atormentava há algumas semanas. Claro que esse era o menor dos nossos problemas, minha filha estava prestes a passar pela dor de uma transformação em lobisomem sem ter idade suficiente para aguentar e como se não bastasse Klaus havia sumido há algumas horas. Por um momento as palavras de Hope me vieram à cabeça; Sangue e briga. No momento eu não imagino o que seria capaz de me fazer brigar com Klaus, talvez fosse apenas um delírio pelo que ela passara anteriormente.

— Por favor, não nos faça mal! — um suplício vindo de uma voz feminina me traz de volta à realidade.

Cobri o corpo da minha filha com a coberta, e deixei um beijo calmo em seu rosto antes de sair e fechar a porta para garantir que ela não seria acordada. Rapidamente desci até o andar de baixo e a cena que vi me levou a franzir o cenho em total descrença.

— Klaus, o que significa isso? — perguntei ao descer o último degrau.

— Bruxas, love. — ele responde com um sorriso satisfeito nos lábios enquanto largava o braço de uma mulher, jogando-a para perto das outras. — E não se preocupe. Não vou machucar nenhuma de vocês, se fizerem o que devem da melhor forma possível. E se alguém se atrever a tentar sair daqui, vai morrer. — sorriu diabolicamente para as garotas e caminhou em minha direção. — FREYA. — gritou.

A sala estava simplesmente cheia de jovens bruxas. Todas de aparências diferentes, não parecia ser um único clã e algumas eram muito jovens, as que mais pareciam assustadas.

— O que isso significa? — me aproximei dele, e sussurrei enquanto encarava seus olhos.

— A bruxa original me pareceu inútil sozinha, então eu trouxa reforço. — murmurou em resposta, retribuindo o olhar.

— Algumas são só crianças, Klaus...

— Caroline, eu estou tentando proteger a minha criança. — rosnou, encarando os meus olhos.

Bem no fundo era possível enxergar o desespero. O mesmo que eu senti quando soube que minha Hope poderia passar por aquilo. Suspirei e me afastei, concordando em deixá-lo fazer o que fosse preciso. Afinal, mesmo se eu fosse contra ele o faria sem mim.

— Niklaus, você perdeu a cabeça? — Elijah entra e não se preocupa em esconder a indignação com a cena.

— Depois você reclama, irmão. Garanto que em outra hora escutarei com prazer o conselho que me dará e que eu não vou seguir. — Klaus responde brevemente e volta a atenção a Freya que chegou logo em seguida. — E então, querida irmã? Precisa que eu te dê algum incentivo para começar a procurar alguma coisa de bruxa que proteja a minha filha?

Ela apenas respira fundo, fecha os olhos por alguns segundos e volta a encará-lo logo em seguida. Admiro Freya pela enorme paciência que ela tem nos momentos difíceis, a julgar pelo histórico de comportamento dos seus irmãos.

— Eu tenho algo, Nik. Pode ajudar. — responde confiante, e se aproxima das garotas. — Ninguém aqui vai fazer mal nenhum a vocês, só vou querer que me ajudem a libertar minha sobrinha. Ela é só uma criança e...

E em um susto acabo interrompendo Freya com um grito agudo de dor. Apoiei automaticamente o antebraço contra a parte inferior da minha barriga que parecia pulsar mesmo que pouco. Mesmo com o barulho dos meus próprios gritos, consegui ouvir os murmúrios mais baixos de Hope. Provavelmente estava sentindo a mesma dor que eu. A voz de Klaus ecoou baixo, pediu que Freya fizesse alguma coisa e minha cunhada se aproxima de mim. No entanto, assim que ela me toca é lançada para longe e o meu corpo despenca no chão. A dor cessou, os gritos de Hope também, mas as bruxas que estavam presentes ali caíram mortas. Klaus se aproxima com cautela e abaixa ao meu lado.

— Você está bem, love? — ele sussurrou e tomou meu braço.

Sequer tive forças para responder ou mexer, só o encarei e assenti.

— Não vamos poder fazer nenhum feitiço com a Caroline. — Freya menciona após se recuperar.

— Temos que fazer, não importa o que precise...

— Ela está grávida, Nik. E a criança acabou de matar suas bruxas.



























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Quanto tempo, não? Aguardem mais capítulos, já os tenho prontos. Sentiram saudades?

Att; Debhy

RAINHA DAS SOMBRAS Onde histórias criam vida. Descubra agora