Capítulo 12

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Julia

Embora eu tenha muito receio com o que farei da minha vida daqui por diante, sinto-me feliz em estar fazendo algo que realmente amo. Decidi fotografar, emoldurar e vender os meus quadros. Para isso, precisava de ajuda e não demorou para Jessica achar essa ajuda. Ela falou com Ashley, a sua amiga, que depois de ver os meus quadros, ficou bem entusiasmada em mostrá-los para sua irmã que tem uma loja de souvenirs na Times Square. Desde então, dediquei-me a fotografar vários pontos turísticos na cidade de Nova Iorque e o resultado não poderia ser melhor. As imagens ficaram lindas e Diana, a irmã da Ashley, ficou encantada. Em poucos dias com os quadros que havia passado, já estava um sucesso de vendas. Todas estamos muito empolgadas.

Fotografar pra mim, é muito além de um "click" . Nos retorcemos para encontrar o ângulo perfeito. Os lugares que olho são vistos primeiramente com a minha alma. Cada paisagem é fotografada dentro de mim e somente depois eu as fotografo. Enquadro a imagem, consigo ver as sombras o efeito e até mesmo como ficará antes mesmo de eterniza-lás.

Talvez, se não fosse por isso, eu não teria conseguido aguentar esse vazio que me consome a cada dia até aqui. Já estamos em dezembro e finalmente a minha vida voltou a tomar rumos diferentes. No entanto, Andrew, como era de se esperar, não me procurou mais desde que o vi com a tal Kate. Recentemente, soube através da Jéssica que ele está em Los Angeles na Califórnia, onde fica a casa do seu pai. Adivinha quem deu a notícia? Só podia ser o Josh.

Confesso, que isso mexeu comigo em um nível inimaginável. Pensei em um milhão de coisas, principalmente, sobre a tal mulher. Acho que não encontrá-lo acabou sendo um grande facilitador para não cair de vez em depressão. No entanto, não há um só dia em que eu não pense naquele bastardo. Queria arrancar aquele homem da minha vida, mas eu simplesmente não consigo.

Diana, é um amor e estamos nos dando muito bem. Combinei de ir a loja, uma ou duas vezes na semana para repor os quadros vendidos. Nunca poderia imaginar que as pessoas ficariam tão apaixonadas. Recebi elogios de vários turistas e uma das vantagens de estar em Nova Iorque é de ter a oportunidade de interagir com pessoas do mundo inteiro.

***

Falta uma semana para o Natal e mesmo que os meus investimentos com os quadros tenham trazido ótimo retorno financeiro, sinto-me triste. Não sei se tem relação com a época do ano ou com uma certa pessoa que mesmo eu sabendo que o melhor é ficar afastada, não voltou mais. Sim, estou falando do Andrew. Ele não deu as caras. Aliás, eu não o vejo desde o encontro bizarro com a tal Kate. Provavelmente, ele deve ter voltado a sua rotina normal. Vivendo na Califórnia com o seu grande e eterno amor, ou seja lá o que essa mulher representa para ele. Sei que eu o queria longe, mas eu me pergunto o motivo de tê-lo tão próximo, principalmente em meus pensamentos.

Estive tão desanimada que nem vontade de comemorar o dia de Ação de Graças eu tive. Aliás, não tenho animo nem para comemorar o natal. Nem mesmo os enfeites incríveis de natal espalhados por toda Nova Iorque me fizeram sair de casa. O clima na cidade é bem animado com muitos "papais noéis" passeando de um lado para o outro e a música natalina preenchendo todos os lados, mas o problema é que eu não encontro clima algum.

Não tivemos tempo para nada em dezembro. Jessica está ensaiando todos os dias para começar sua primeira apresentação na próxima terça-feira e eu, entre tirar fotos, emoldurar e levá-las para loja. Compramos uma árvore de natal tão grande quanto os exageros da Jessica. Precisávamos entrar no clima do natal a força e aqui estamos nós, colocando o último enfeite sobre nossa primeira árvore de Natal juntas em Nova Iorque. Meu primeiro natal longe dos meus pais.

- Prontinho. Agora vamos nos arrumar! - Jéssica diz enquanto fecha a última caixa de enfeites. Ergo as sobrancelhas encarando-a confusa.

- O que foi? Disse algo errado? Quero que você saia comigo e o Alan. Vamos a um restaurante super badalado.

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