- Único; Mess -

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Ele encarou o relógio batucando o pé esquerdo no chão, ansioso para que o ponteiro seguisse em frente e a hora pudesse passar mais rápido. Nino, Alya e Marinette chegariam a qualquer hora, naquele sábado à noite de clima fresco, em seu apartamento novo no centro de Paris.

Há tempos desde que havia deixado a casa de seu pai, há dois anos atrás, Adrien ansiava por um lugar só seu. Entre idas e vindas morando na casa de amigos e alugando pequenos lugares, ele finalmente havia conseguido um apartamento confortável e modesto, não com o dinheiro que lhe era de direito por ter sido modelo durante anos, mas sim com a quantia que havia juntado pelas fotografias que fazia graças a sua faculdade e ao trabalho de meio período no confeitaria dos pais de Marinette que tanto o ajudaram naquele tempo.

Adrien certamente não poderia deixar de pensar em como a Dupain-Cheng havia conseguido lhe ajudar tanto por tanto tempo desde que eram crianças. Ela havia mudado sua vida e não tinha palavras para agradecê-la por tudo. No entanto, o rapaz sabia que sua vida monótona e vazia nunca mudaria se não fosse por Marinette Dupain-Cheng e o coração de ouro que ela tinha.

Ele sorriu como um verdadeiro tolo ao pensar na franco-chinesa.

Arrancado-lhe as forças de seu devaneio a campainha foi tocada.

Adrien levantou em um impulso. Automaticamente ajeitou o pijama que usava; uma blusa branca e a calça de moletom cinza escura. Ele abriu a porta sorrindo radiante ao ver os amigos segurando sacolas nas mãos e  sorrindo animados.

Nino pulou em seus ombros.

— Bro, seu apê é daora! - o rapaz de cabelos crespos, blusa azul e calça de moletom preta, exclamou ao olhar ao redor, adentrando o local. - A cozinha é lá atrás, né?! Eu trouxe bolo.

— Eu trouxe o bolo! Minha mãe fez, Adrien. - Alya apareceu pela porta com um bico sisudo.

O Agreste sorriu rolando os olhos.

— Eai, loirinho! - Alya trajando um conjunto de flanela laranja o abraçou com carinho

— Beleza, Aly. - as mãos deslizaram com rapidez nas costas da amiga, devolvendo o gesto.

Ela desfez o contato rapidamente dando passagem para Marinette. Observando o local de paredes acinzentadas em tom claro, mobília moderna e decoração em tons pretos, a Césaire comentou;

— Esse apartamento aqui tá precisando de um toque feminino. Você não acha, Marinette? - virando-se para a amiga com um sorriso malicioso, ela viu a Dupain-Cheng engolir em seco e abaixar a cabeça levemente envergonhada.

A Césaire não reparou na tensão que percorreu o corpo do jovem Agreste pelo comentário. Ele coçou a nuca nervoso. De fato, a amiga tinha um ponto, do qual ele não discordava. Talvez, até que não fosse uma má ideia se aquele toque feminino viesse de Marinette.

O loiro segurou um sorriso pelo pensamento.

— ALYA! Olha só isso aqui! - mais para dentro do apartamento, no que Adrien acreditou ser a cozinha, Nino gritou.

A mulher seguiu a voz do namorado sumindo das vistas dos dois jovens restantes.

O loiro fechou a porta, ainda um pouco nervoso, por reparar que estava sozinho ao lado de Marinette.

— Não liga pra ela, Adrien. Sabe como a Alya é escandalosa.

Ele a encarou com cuidado, observando os longos fios preto-azulados meio presos por uma presilha florida amarelada de pétalas com as pontas alaranjadas. Para o rapaz, Marinette parecia extremamente fofa com aquela calça rosada de pano macio e o moletom de veludo branco, enquando esfregava levemente as mãos em frente ao corpo.

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