HIATO "One More Chance"

"Chapter Sixteen"

 "Chapter Sixteen"

                         H••❀••P

O dia finalmente havia começado, e como eu havia dormido pouco, estava morto de sono, e me permiti ser carregado pelo meu marido até o carro, quando chegamos no nosso apartamento, eu me arrastei até o nosso quarto, e só tirei a calça para ficar mais confortável, não demorou muito para que o alfa estivesse deitado do meu lado, ele me abraçou e ambos ficamos quietininhos esperando o sono vir, infelizmente eu não estava conseguindo dormir, ao contrário do meu alfa que já parecia estar adormecido, meu corpo não me permitia pregar o olho por mais cansado que eu estivesse.

Depois de ficar mais um tempo deitado, tentado dormir, e obviamente sem sucesso, com cuidado retirei o braço do alfa de cima de mim, e me sentei na cama, me aproximei do moreno, acariciando seu cabelo com cuidado para não o acordar, e delicadamente me abaixei deixando um selar em sua bochecha, meu alfa é o homem mais lindo do mundo, não há como discordar de mim, cobri o mais velho com nosso cobertor quentinho, e me levantei da cama, seguindo para fora do cômodo.

Caminhei em passos lentos até o sofá da sala, liguei a televisão em um canal qualquer, onde passava um filme que eu não conhecia, me acomodei sobre o estofado, abracei umas das almofadas e fiquei ali assistindo o filme, a estória do filme era simplesmente magnífica ao meu ver, somente o final que não era do meu agrado, existiam várias espécies de humanos vamos dizer assim, haviam demônios, magos, elfos e tudo mais de fantasioso que se pode imaginar, por exemplo dragões e unicórnios.

O filme começa em uma noite de tempestade, uma pequena aldeia estava sendo dizimada, demônios e mais demônios estavam matando as pessoas, e havia um pequeno garotinho de pele amorenada e cabelos espetados correndo por sua vida, sua mãe havia morrido em frente aos seus olhos, havia sangue em seu corpo e ele estava assustado, mas sua pior decisão foi correr para a floresta, os demônios o seguiram, e o pequeno acabou tropeçando e caindo, e quando iam ataca-lo um jovem demônio o salvou, os dois pareciam ter a mesma idade mesmo que fosse impossível, já que o outro era um demônio.

Esse pequeno demônio, cuidou do garoto humano por um tempo, o ensinou a sobreviver sozinho, e depois em uma noite, quando estavam perto de uma aldeia, o demônio simplesmente se foi, deixando o garoto humano sozinho, os anos foram se passando, e aquele garoto se tornou um homem muito bonito e respeitável, o mesmo se tornou um cavaleiro do rei, um dos melhores, estava sempre usando aquela armadura reluzente, e aquela espada gigante em suas costas, além do poderoso escudo, era o melhor guerreiro do reino, e por ser o melhor o rei o mandou em uma missão, matar o demônio que morava por ali, para trazer paz a todos.

Obviamente ele aceitou a missão, claro valia muito dinheiro, e ele era ambicioso, o rapaz só não esperava encontrar com o mesmo demônio que o havia salvado, e quando estavam prestes a mata-lo, ele tomou a decisão de salvar o velho amigo, segurando a mão do demônio ele correu para longe, havia cometido alta traição contra o rei, também iriam mata-lo caso o pegassem, e ele não estava disposto a ser pego.

Eles correram até que suas pernas doessem, e quando finalmente pareciam ter dispistado os outros cavaleiros, o demônio cedeu ao chão, cansado, ferido, e pediu ou melhor suplicou para que fosse morto, não havia nada ali para ele, afinal de contas sua vida havia sido um mar de desgosto, mas o humano não tinha forças para mata-lo, não queria ver o corpo do demônio sem vida, e então percebeu que havia algo a mais do que um sentimento de compaixão, e tomando a decisão mais difícil de sua vida, em meio ao primeiro e último beijo dos dois, a espada atravessou ambos corpos, retirando suas vidas.

E sim, eu estava chorando, e muito, pois o filme mostrava uma quebra de tempo de vários anos, mostrando o casal junto, agora ambos eram humanos, donos de uma fazendinha, e tinham um filho, um recém nascido que havia sido adotado a poucos meses, e eles estavam felizes, e eu queria um filhote também. Não demorou muito para que o espaço atrás de mim afundasse, eu olhei por cima dos meus ombros, encontrando com meu marido, a carinha amaçada de sono mostrava que ele havia conseguido dormir bem, os cabelos bagunçados o deixavam uma gracinha.