Sophia Rosemary
Eu conseguia ouvir uma voz suave na minha cabeça, lembrava-me a minha voz quando eu era mais pequena, mas como uma voz tão suave pode dizer coisas tão cruéis?
Como uma voz tão suve pode me fazer sentir tão mal?
Eu esfregava minha cabeça, minhas pernas e principalmente meus braços e mãos, na tentativa de parar essa voz e essa dor psicológica com a dor física, mas dessa vez não funcionou.
A voz me atormentava a cada palavra, parecia que queimava a minha cabeça...e ela continuou e nunca mais parou. Eu me sentia completamente suja, eu me sentia horrível, eu me sentia completamente fora de mim, e quanto mais eu me "limpava" mais eu chorava, fazendo com que cada lágrima caísse nas minhas mãos misturando-se com o tom avermelhado que saia a muito tempo.Ninguém sente dor no desespero, apenas sentimos angústia, uma bola se formando na garganta e sem falar da sensação dos pulmões se apertando fazendo com que a gente queira morrer.
E eu queria morrer junto com ela.
A sensação de perder alguém é horrível, isso não é nenhuma surpresa. E quanto mais eu me culpava por não ter o poder fazer um milagre e a salvar com mais raiva eu ficava, mas não do mundo e sim de mim mesma.
Eu desliguei a água e me deitei no chão e parecia que conseguia ouvir tudo 10 vezes mais alto, só que pior.
O som dos últimos pingos de água caindo na poça avermelhada que se formou na pia, o som do vento dançando com as ruas s batento nas paredes de casa como se tivesse gritando, e o melhor, mas no momento era o pior som do mundo, o >silêncio<. O silêncio me fez concentrar no mundo e talvez no que eu tava sentindo, quando não tem som ou algo que faça a nossa cabeça pensar naquilo a gente acaba se concentrando nas coisas que a gente sente ou até na nossa vida, bem, pelo menos é oque eu acho.E uma das coisas que eu mais estava sentindo era a dor.
Conseguia sentir o meu sangue vagar pelas minha mãos, braços e por fim caindo no chão.
Era tortura.
A sensação me fazia cócegas e me trazia um encomodo misturando-se com a ardência dos meus machucados, mas acho que parei de pensar nisso quando minha visão ficou escura, e eu apaguei.
E o último som que eu ouvi eram sirenes, gritando no meu ouvido.
(...)
04:06
Acordei assustada, com meus olhos
arregalados e a minha respiração irregulada. Eu estava pingando de suor, chorando de raiva e aquela bola na garganta e o aperto no peito não paravam.Minhas lágrimas se misturavam com o suor e eu só queria gritar, mas não conseguia, tentei dormir de novo mas era impossível, era torturante. Eu não aguentava mais.
A dor não parava e a tristeza aumentava, conseguia ouvir meu coração acelerado como se fosse sair pelo meu coração, a raiva aumentava junto com a minha vontade de morrer, mas eu já devia estar abituada né? Isso já se tornou algo constante, algo que faz parte de mim.(...)
04:30, foi o horário que eu acordara, sempre fui bem rigorosa com a minha rotina por isso a seguia perfeitamente sem deixar faltar nenhum passo. Levantei-me e coloquei os meus pés descalços no chão que mesmo com carpete continuava gelado, sentia frio por causa do meu pijama curto mas eu gostava da sensação de passar frio, era...reconfortante?
Fui para o banheiro que por acaso ficava no meu quarto já que eu insisti em escolher um quarto suíte, tomei um banho gelado, escovei os dentes, amarrei o meu cabelo em um rabo de cavalo alto e vesti minha roupa de treino que consistia em leggins pretas, cropped preto, boné branco, tênis pretos e uma camisola branca. Quando saí do banheiro encontrei minha cachorrinha minnie, o maltês mais fofo que eu já vi na minha vida.

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Eu também odeio te amar!
Fiksi PenggemarSophia tem demasiados problemas na sua vida, mal sabe ela que está prestes a chegar mais um problema um tanto interessante.