Um monólogo sobre o primeiro amor.

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Eu o amava.

Isso deixou de ser um achismo e tornou-se uma certeza no momento em que eu o vi sendo gentil com algumas pessoas que não mereciam gentileza, eu soube disso quando ele se preocupou com meu corte ínfimo no dedão devido ao papel que eu amassava, eu notei que era amor no segundo em que ele colocou aquele maldito casaco sobre meus ombros no dia de chuva.

Porra, eu o amava.

Eu tenho o amado desde que nós tínhamos treze anos de idade e jamais devia ter feito isso, posto que hoje em dia ele tem outra pessoa a quem amar. Na verdade, ele ama a outra pessoa que eu também amo de um modo sem igual. Ele ama a minha irmã.

Sim, eu sou apaixonada pelo cara que é apaixonado pela minha irmã.

Poderia transformar isso em uma piada e fazer todos rirem, mas, merda, essa era a minha vida e eu tinha de ver aqueles dois sendo perfeitos um para o outro.

Minha amada irmã mais nova poderia ser comparada ao primeiro raio de sol do dia, aquele que nos acorda e nos aquece da fria noite, o mesmo que nos dá coragem para começar a viver. Kim Mi-rae é, sem dúvidas, a pessoa mais encantadora que eu conheço na minha vida, ela consegue ser o centro das atenções sem fazer o mínimo esforço, ela consegue ser absurdamente boa em tudo o que se propõe a fazer e, como se isso não bastasse, é a pessoa mais bonita que um dia eu pude ver com meus próprios olhos, aquelas covinhas herdadas da nossa mãe caiam absurdamente bem nela.

Eu poderia descrever mais mil coisas sobre ela e, nem assim, você notaria como ela é perfeita.

E, bem, por que não falar dele?

O cara por quem sou apaixonada desde que eu entendi o que é amar.

Sabe quando falam do famoso capitão do time de futebol, o presidente do grêmio estudantil, vocalista de uma banda nem tão ruim assim, o queridinho das mães e namorado ideal para qualquer pessoa que se preze? Bom, essas descrições não chegam nem perto das verdadeiras definições do maravilhoso Jeon Jungkook. Esse menino, quer dizer, esse homem, aos meus olhos, consegue ser o mix de tudo aquilo que eu poderia pedir a uma estrela cadente.

Jeon é gentil.

Jeon é bonito.

Jeon é talentoso.

Jeon é admirável.

Jeon é exatamente a pessoa que te faz rir no meio das suas piores crises.

Jeon é Jeon.

E, merda, eu sempre amei isso nele.

Eu recordo de quando ele me apresentou a primeira namorada, eu lembro de cada lágrima que eu derramei vendo que o meu menino estava fascinado por uma menina que não era eu. Jeon namorou com ela durante seis meses e, durante cada um dos cento e oitenta e três dias, eu chorei por saber que não era aquela que chamava Jeon de amor e de amado. Quando os dois terminaram eu estive ao lado dele para o ajudar a recolher cada pedaço do seu coração partido. Ele realmente a amou.

Quando chegamos no último ano do ensino médio foi ele que ficou do meu lado quando eu me matriculei em uma universidade da Inglaterra, eu não tinha chance nem uma de passar, apenas estava fazendo aquilo para poder falar que pelo menos eu tinha tentado. E, merda, eu recordo claramente de que ele vibrou comigo quando abrimos o meu e-mail e havia uma carta de aceite. Eu tinha passado em uma das universidades mais disputadas do mundo.

E, mesmo assim, não queria ir.

Sabia que no segundo em que entrasse no maldito avião a vida das pessoas aqui continuariam e e eu não faria mais parte delas. Meus pais conversaram comigo e tentaram me fazer compreender que, mesmo a decisão sendo minha, eu não deveria perder uma oportunidade única por medo. Meu irmão mais velho, Kim perfeito Namjoon, também conversou comigo e, como bom irmão mais velho, fez eu notar que deveria ir; contudo, eu ainda não fui. No entanto, quando Jeon conversou comigo e disse para viver nosso sonho eu sabia que devia ir.

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