Argument

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Narrado por Any

Durante esses anos da minha carreira sempre andava com um livro diferente, a cada viagem era um livro novo, é até engraçado quando eu vou fazer uma entrevista sempre me perguntam "Qual o livro da vez ".

Sempre foi assim, desde a minha infância, sempre vivia com um livro novo nas mãos, antes os contos de fadas que foram substituídos para livros mais jovens sobre o amor.

O amor... Até a minha adolescência esse sentimento era desconhecido por mim, e quando eu conheci o Josh eu descobri oque era o amor de verdade.

"O amor só vive uma vez" minha vó sempre repetia essa frase, A velha sempre trazia um avô novo para mim a cada mês, mais sempre dizia que o amor ela só conheceu e desfrutou apenas com um, os outros não passaram de uma paixão.

Depois que me mudei de nova York eu me perguntava oque o futuro reservava para mim, viver numa casa assombrada no final da rua, sendo conhecida como a velha ranzinza e uma casa cheia de gatos?

O amor era paciente não é mesmo? Será que tudo isso que eu estava passando era apenas uma fase? Será que o amor vai me esperar?

Será que Josh é o amor da minha vida mesmo ?

Essas era perguntas constantes que eu me fazia, e sempre que eu pensava de mais minha ansiedade me consumia, por isso sempre me mantinha focada na música e no meu trabalho, servia como uma válvula de escape de todos os meus problemas.

Naquele momento a única coisa que eu estava é confusa, ver ele foi completamente diferente do que imaginei.

Na minha cabeça eu já tinha superado ele, já tinha superado o passado, mais a realidade não condizia com nada disso, tudo o que criei foi apenas um pretexto para dizer que "está tudo bem".

Mesmo eu chorando noites e noites, mesmo eu ainda tendo a camiseta dele. Eu realmente pensei que fosse só orgulho ferido.

Ele estava noivo... foi naquele momento que minha mente se abriu, ele superou, enquanto eu estava aqui, sofrendo toda a noite por alguém que provavelmente estava transando e nem lembrando da minha existência.

Eu me perguntava como ele se sentia diante de toda aquela situação, será que ele não se sentia fraco? Afinal ele vai se casar com a mulher que o pai tanto sonha para seu filho, não seguiu a carreira que se formou, eu não conseguia imaginar o que aquele escroto que ele chama de pai fez com o psicológico dele.

Eu estava tentando mais que eu podia ficar no mesmo lugar que ele, estava tentando mostrar para mim mesma que precisava seguir a minha vida e encarar o problema de frente, mas estar ali fazia eu me sentir sufocada.

Eu me sentia sufocada, quando senti que queria desabar ali, tentei ir embora o mais rápido que pude, não iria ficar ali e me mostrar frágil aos olhos dos meus amigos, eu queria fugir.

Assim que abri a porta do café, senti aquele ar frio de NY, apenas suspirei e segui o caminho a pé mesmo enquanto pensava, eu tinha que mostrar que estava ótima, afinal não pega bem para uma famosa sair na rua chorando.

Quando avistei o meu condomínio, eu torcia para não encontrar aquela lacraia em forma de gente, a última coisa que quero nesse momento e discutir com ela.

Entro o mais rápido que posso no elevador e subo até o último andar, assim que a porta se abre saio meio receosa, e assim que vejo que não havia ninguém, corro para a porta do apartamento fechando logo em seguida com pressa.

Nesse momento meu rosto já estava todo banhado pelas lágrimas que insistiam em sair.

Apertava a palma da minha mão com as minhas unhas, tentando de tudo não ter uma crise, e me controlar o máximo que pode.

𝕋𝕙𝕖 𝕄𝕪𝕤𝕥𝕖𝕣𝕚𝕠𝕦𝕤 𝕊𝕚𝕟𝕘𝕖𝕣 2 [PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora