No mundo Invertido

Explicações e ultrassom

A água quente caindo em meus músculos me ajudaram a relaxar. Lavar o cabelo aliviava a minha dor de cabeça e diminuía o enjôo que havia retornado após vomitar o jantar daquele lugar

Vesti as roupas que Miriam me deu e desci para a sala de estar encontrando Peter ajudando 011 a amassar uma lata de refrigerante

- coloque todo o seu ódio para se concentrar- o tom dele era baixo para mantê-la concentrada

Ouvi um assobio e vi Miriam me chamando próxima a cozinha

- quer ver o bebê?- sua pergunta me deixou pensativa e me fez franzir o cenho em confusão. Ela pegou meu braço me levou de volta até a sala- estamos indo tirar a prova dos 9 e ver o bebê, tem algum papai ou irmã mais velha querendo ver se tem bebê aí?- Peter e 011 se entreolharam e nos seguiram

Ela nos conduziu a uma porta no fim do corredor do segundo andar, onde havia uma maca e aparelhos de ultrassom

- desde quando tem isso?- pergunto me deixando na maca e levantando a blusa

- desde sua mãe- mantive meu olhar nela silenciosamente aguardando ela continuar- olha... O pai da sua mãe, o meu marido... Ele... Ele teve acesso a Henry... Peter- ela se corrigiu olhando para Peter- e usou o DNA dele na medula espinhal da sua mãe quando ela ainda estava grávida, mas antes que o DNA passasse para você ele sofreu uma mutação, sua mãe não conseguiu acesso a nada do DNA, apenas você, mas quando estudado, ele estava completamente modificado. Seu avô achou que não havia funcionado, mas conforme você cresceu eles começaram a se manifestar... Mas acontece que... Seu DNA tem o máximo de mutações genéticas suportadas, se seu avô colocasse um pouco mais dele você iria mor- eu a interrompi

- como meu avô teve acesso a essa informação?- Peter e ela se entreolharam

- se acalma- Peter acariciou minha coxa e eu o olhei sem entender

- brenner é seu avô- eu a olhei assustada e senti minha respiração acelerar

- não- neguei com a cabeça, minha visão já estava embaçando pelas lágrimas- não...- Peter me abraçou

- se acalma, tá tudo bem, eu tô aqui- eu respirei fundo tentando não chorar

- eu sinto muito, Amélia- eu e Peter nos separamos e eu vi Miriam me olhar chorando- não consegui nem te dar um bom avô- ela fungou- mas eu não vou deixar ele fazer mal ao meu bisneto, eu prometo- eu respirei fundo

- a única lembrança que tenho sua não é boa...- ela parecia realmente arrependida- mas veremos o que o tempo nos dirá- ela tirou os olhos do chão e me observou estender os braços para abraça-la, ela fechou a lacuna e despencou nos meus braços em lágrimas

- eu prometo querida, eu vou provar que posso ser uma boa avó- seu cheiro me trazia boas sensações, talvez porque ela me criou desde que fui levada ao brenner, ela me dava vacinas, cuidava de mim quando me feria e até já me deu doces, mas eu queria testa-la, não queria me arrepender da minha decisão, entretanto sim, eu tinha boas memórias dela

Um limpar de garganta nos fez olhar para 011

- e o bebê?- sorri para ela e Miriam se afastou ligando os aparelhos e Peter colocou gel em minha barriga

- vamos ver...- ela colocou a máquina na minha barriga e ligou um aparelho que fazia um barulho- o coração está saudável aparentemente o feto ainda está no início de seu crescimento, mas até o momento parece saudável

- então eu realmente estou grávida...- ela me olhou sorrindo

- está- respirei fundo e ela me olhou preocupada

- o projeto que meu- eu me interrompi antes de dizer uma idiotice- que brenner estava criando, o que era?- ela tirou os olhos da tela de ultrassom e lambeu os lábios antes de falar

- o projeto Genes, ele consiste no concebimento de um bebê com seu DNA e o do Peter para criar uma coisa que brenner chama de "humanos super desenvolvidos e superiores"- engoli o seco

- e o que ele faria quando conseguisse-o?- minha preocupação era nítida

- ele o treinaria e provavelmente repetiria o processo, mas também há a ideia de explorar o mundo Invertido- eu a olhei curiosa

- o que é o mundo Invertido?- ela finalmente tirou o aparelho da minha barriga

- acreditasse que há portais para um mundo totalmente novo, um mundo com espécies desconhecidas e com seres poderosos e nunca vistos antes, eu achava que tudo era lorota até pouco tempo, mas...- ela pegou alguns lenços de papel para secar minha barriga do material gelatinoso- ele está construindo uma máquina, e ela já chegou muito perto de conseguir isso. Se ele conseguir, esse lugar vai tomar hawkings e vai por mim... o mundo não está pronto para lidar com o que há naquele mundo- suspirei

- e como ele soube desse mundo?- abaixei minha blusa e sentei na maca com a ajuda de Peter

- por minha causa- a fala repentina do Peter chamou minha atenção- eu desenhava aquele mundo o visitando através da mente, eu era conectado com ele, e quem for a nova criança a abri-lo conectará todas as crianças com meu DNA, eu, você e... Nosso filho a ele- eu toquei minha barriga involuntariamente preocupada

- precisamos impedi-lo!- ele me acariciou com a sua mão ainda presente na minha coxa

- nós vamos- ele apertou minha mão sorrindo e eu retribui

Senti uma mão um pouco fria sobre a nossa e vi 011 tocando sua mão contra as nossas

- eu quero ajudar- eu sorri

- toda ajuda é bem-vinda, certo Miriam?- Ela se aproximou de nós e pôs a mão sobre a de 011

- somos os quatro mosqueteiros?- pergunta sorrindo

- cinco- Peter corrigiu olhando minha barriga

- bem lembrado- sorri para ele e ele beijou minha testa

- é melhor irmos dormir- 011 bocejou e Peter disse isso me olhando

- vem 011, vou te levar para a cama, Peter leva a Amélia- elas estavam na porta antes que eu pudesse protestar

- vamos- ele me dá um selinho e me ajuda a descer

- vamos dormir juntos?- pergunto e ele sorri

- sim- sorri com o pensamento de finalmente poder dormir ao seu lado a noite toda
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- ACHEM-NOS- seu grito fez seu corpo doer e queimar seus pontos

- mas ela deve tê-los tirado da cidade!- o segurança tentava falar de maneira firme

- se não encontrá-la, quem vai precisar sair da cidade será você- uma mecha de seu cabelo bagunçado voou para frente

-s-sim senhor- o segurança saiu trêmulo do quarto de hospital

- eu vou te matar Miriam...