Capítulo 05

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Permiti-me ser beijada e com certeza meu erro começou a partir daí. A língua de Gizelly era sem dúvidas minha perdição, pois eu só conseguia imaginá-la entre minhas pernas me chupando como a muito tempo não fazia.

Aquilo era loucura por diversos motivos, mas me excitava de uma forma inexplicável.

Quando dei por mim já estava de bruços sobre a mesa dela que após levantar meu vestido até minha cintura, afastou minha calcinha para o lado, abriu minhas nádegas e deslizou a língua por toda minha intimidade, arrancando-me um gemido manhoso. Mordi o lábio tentando conter a vontade de gemer alto e rebolar na boca daquela mulher que me enlouquecia de prazer. A língua ágil passeava lentamente até meu clitóris e por mais que estivesse temendo alguém ouvir foi impossível conter os gemidos quando ela deslizou seus dedos em minha entrada.

Já estava no inferno então ia mergulhar de cabeça e queimar no prazer que ela me proporcionava naquele momento.


(...)

Quando baixei meu vestido tentando ajusta-lo melhor em meu corpo, virei de frente para Gizelly e encostei-me na mesa, ela aproximou-se ainda sem dizer nada e me beijou de forma intensa, levando a mão ao meu seio e apertando-os, mas parei o beijo antes que fôssemos longe demais.

— Não vamos mais fazer isso aqui —falei sentindo uma faísca de arrependimento que surgia em meu interior por ter me deixado levar em meu local de trabalho.

— Então vamos para outro lugar — respondeu me deixando tentada a aceitar. — Vamos Rafaella, você nunca se arrepende quando se entrega a mim.

Sorri desviando o olhar, afinal ela tinha razão. No passado por mais que fizesse besteiras e eu ficasse louca desejando ir embora, sempre que vinha com seu jeitinho safado e suas mãos atrevidas, eu acabava me entregando facilmente e nunca reclamei disso. Afinal, como ela costumava dizer: uma dose de whisky e uma noite de prazer são sempre bem-vindos.

— Te encontro no estacionamento daqui meia hora.

Saí da sala passando as mãos em meu cabelo temendo que algo denunciasse meu crime.

Depois de confirmar não ter nada urgente a ser tratado avisei ao Ricky que tiraria o resto do dia de folga, pois ia fazer exames médicos. Uma desculpa apenas para o caso do presidente inconveniente me procurar.

Cheguei na garagem e Gizelly ainda não estava então fiquei esperando-a durante dez minutos até ela surgir quase correndo em direção ao carro e entrar.

— Desculpa, o presidente me chamou de repente, tive que me virar para me livrar dele logo. —  Ela sorriu enquanto colocava o cinto parecendo lembrar de algo.

— Qual desculpa você deu?

— Que vou fazer alguns exames e você? — Arqueei as sobrancelhas. — Também? — Gizelly riu de uma forma que eu não via à anos, fazendo-a parecer aquela garota verdadeira e agradável que conheci.  — Finge que fomos juntas.

— Sei exatamente o tipo de exame que vamos fazer. — Sorri enquanto saia com o carro.

Por que Guzell ainda tinha aquele maldito poder? Ela chegava e me tirava dos trilhos, me fazia tomar decisões que normalmente não ousaria. Sair do trabalho na intensão de ter uma tarde de prazer não era algo que a Rafaella de duas semanas atrás faria.

Aquele clichê de dizer que Gizelly é fogo e eu pólvora caía muito bem, pois bastava um toque e eu queimava em suas mãos. Aquelas mãos que não demoraram a voltar a passear por meu corpo.

Ambas logo estávamos nuas sobre minha cama nos beijando enquanto nossas mãos percorriam todos os caminhos possíveis em nossos corpos. Gizelly chupava minha língua deixando-me excitada e eu movia o corpo roçando minha intimidade na dela, gemendo em sua boca. Meu quadril parecia ter vida própria e a mão dela em minha bunda ajudava nos movimentos.

Inclinei a cabeça para trás gemendo sentindo seus dedos deslizando por meus fios de cabelo e os puxando na medida certa para me deixar ainda mais louca de tesão. Ela deslizou a língua por meu pescoço, invertendo nossas posições, ficando cima de meu corpo e encaixando-se entre minhas pernas, movendo-se e estimulando nossos clitóris. 

— Diga que é minha — exigiu levando uma mão para entre nossos corpos onde deslizou os dedos contornando minha emtrada.

— Eu sou sua — murmurei arfando. — Me faz gozar pra você... — pedi em um fio de voz e ela sorriu satisfeita.

(...)

Quando acordei vi que Gizelly não estava ao meu lado. Olhei no relógio sobre a mesinha de cabeceira e já passava das seis da noite. Segui ainda nua pela casa e encontrei ela na cozinha, observei seus cabelos úmidos e que usa um moletom meu. Ela sorriu ao me ver e voltou sua atenção para o microondas de onde tirou uma das várias comidas congeladas que estavam em minha geladeira.

— Está com fome? — perguntou. — Eu estou morrendo.

—  Sim, mas primeiro vou tomar banho.

Voltei para o quarto onde peguei uma roupa e acabei demorando mais que imaginava no banho. Enquanto estava embaixo da água morna pensei sobre rotas de fuga caso necessário, maneiras de sair daquela situação sem me machucar novamente.

Após vestir um baby doll de seda preto e secar os cabelos, voltei para a cozinha onde Gizelly já terminava de comer a parte dela. Parei na entrada observando o quão linda e confortável ela estava, não deixando de compara-la com aquela garota com quem dividi o teto e me levou do céu ao inferno em tão pouco tempo.

— Por que demorou tanto?

— Que horas você vai embora? — perguntei sentando em uma das cadeiras, pegando o garfo de sua mão.

— Por que a pergunta? Já quer que eu vá? — Esperou uma resposta, mas não respondi. — Espera, é isso mesmo? Você estava interessada em me trazer aqui apenas para transar e eu devia sair antes mesmo que acordasse? — Seu tom era de completa indignação.

—  Então me diz qual é a maneira certa de fazer. — Larguei o garfo encarando a mulher a minha frente. — Deixar que durma aqui? Que se instale em minha vida permanentemente?

Ela nada disse, apenas ficou me encarando com certeza reprimindo toda a sua raiva até levantar da cadeira abruptamente e sair.

Suspirei voltando a pegar o talher, mas logo em seguida escutei ela bater a porta do quarto com força e voltou para a cozinha.

— Eu pensei que fosse algo especial para você — disse parada ao meu lado enquanto mantive os olhos na mesa. — Pensei que estivesse nos dando uma segunda chance.

— Como poderia? — Escutei ela fungar, o que me fez perceber que estava chorando. Levantei para olha-la e ela secou as lágrimas. — Você realmente não entende o quanto é difícil pra mim? Te observar sorrindo parecendo familiarizada com a casa como uma promessa de que poderíamos ser felizes.

— Mas nós podemos.

— Eu não consigo ter essa segurança depois de tudo que passei com você no passado.

— O que preciso fazer para que você me perdoe?

— O que mais dói é que não sou capaz de esquecer. — Ficamos em silêncio nos olhando fixamente.

Eu desejava chorar, mas não conseguia porque provavelmente já havia chorado todas as lágrimas possíveis no passado. Mesmo diante dos seus olhos marejados eu me sentia seca, vazia. Por mais que tivessem sido incríveis nossos momentos na cama, fora dela eu não sabia se restava algum resquício do que um dia preencheu meu peito, não parecia restar algum sinal do amor que senti por ela.

Happy EndOnde histórias criam vida. Descubra agora