Capítulo 4

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Milão, Itália

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Milão, Itália

Dois meses depois

Após dias inesquecíveis ao lado dos novos amigos, Ellie precisou retornar a Milão, onde morava sozinha em um belíssimo apartamento. Decidiu cancelar a passagem aérea que tinha agendada e, querendo mais um tempo tranquilo para si mesma, para colocar tudo o que sentia de volta em seu lugar, voltaria para a cidade italiana com seu novo carro - não exatamente novo e nem exatamente seu, mas adquirido naquela tarde, depois de vencer a aposta contra o piloto espanhol. Ellie não se esqueceria daquilo. Ao menos, não tão cedo. Carlos saiu bufando do campo, a ignorando de um jeito diferente, magoado, talvez. As palavras duras, que a parabenizaram com tanta ironia e que a avisaram de que ela não precisava mais falar com ele, rodavam em sua mente ao longo do caminho, incansáveis, reflexivas, até ela finalmente chegar no hotel.

Ellie não sabia exatamente o porquê de Carlos ter reagido daquela forma. Para quem vivia em competições, não parecia ter um espírito muito esportivo para elas, não sabia perder. Apesar disso, contudo, aquela situação a incomodou. E a acompanhou de volta para casa, apesar de seus esforços em levar tudo aquilo com naturalidade. Talvez não devesse ter levado a aposta tão a sério. Talvez devesse ter sido mais inflexível. Mas se fosse ela quem tivesse perdido, Carlos teria sido inflexível com seu prêmio? Não importava, de todo modo. Já estava feito.

Sainz, por sua vez, precisou voltar de carona com Julia até a casa dos pais, no sul do país, onde ela também vivia. Nunca havia sentido tanta raiva por alguém como sentiu naquela tarde e passou o caminho todo em silêncio, remoendo, observando a paisagem correr pelo vidro da janela, irritado. Sua cabeça doía enquanto ele estudava o porquê tinha perdido aquela partida e simplesmente não podia se conformar. Em ter pedido, em ter apostado seu carro, em ter conhecido Eleanor. Um pesadelo e um sonho que se misturavam, que o estavam enlouquecendo até, finalmente, chegar na casa de seus pais. Tinha que pensar. Tinha que dar um jeito de sair daquela situação, de se sentir melhor. Tinha que entender como se vingaria da modelo ou, ao menos, como conseguiria seu carro de volta.

Ellie estava exausta e, pelo horário, achou melhor voltar para o hotel, arrumar suas coisas, descansar e sair no dia seguinte. Mas ficou tão ansiosa para ir embora logo da Espanha que deixou o hotel quando começou a anoitecer. Com a ajuda de um funcionário, conseguiu colocar as malas no veículo, se sentou no banco do motorista e aproveitou para se acomodar, já que teria uma longa viagem pela frente. Deixou sua garrafa de água jogada no banco do passageiro e achou melhor se livrar de tudo o que havia de Sainz dentro do veículo, como se aquilo fosse ser o suficiente para limpar ele de seus pensamentos. Ellie reparou que o carro estava relativamente limpo e organizado, como se tivesse sido lavado há alguns dias e virou-se, procurando qualquer coisa no banco de trás, chão, se certificando de que não encontraria nada dele. Encostando-se no banco e fechando os olhos por um segundo, ela respirou fundo e, enfim, deu partida no carro. 

Headlights, by Jú. Serra e Gabe DickmannOnde histórias criam vida. Descubra agora