1. O cordeiro escolhido.

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Tw: descrição gráfica de violência e assassinato. Menção de rituais de canibalismo. Mpreg. Relacionamentos insalubres. Abuso físico e psicológico. As ações e opniões expressadas nessa história não condizem com os nomes descritos. Tudo obra ficcional. Leia por sua conta em risco. Designado para maiores de 18 anos.

⛰️

Era difícil encará-lo.

Mas sempre foi fácil dizer não.

— Não — Jungkook respondeu por fim, virando o copo de tequila sem cerimônia.

Eunwoo era do tipo de amigo que você quer por perto em muitas ocasiões, como se divertir, ver o filme mais falado do ano nos cinemas, e até chamar para entrar em uma briga aleatória nos confins do Campus da universidade.

Mas ele com certeza não era um bom amigo para sofrer as mágoas e levar um tapinha nas costas, seja de consolo ou de coragem.

— Por favor! Vai te fazer tão bem! — Ele puxou a cadeira para mais perto. Olhos pidões, cheios de confiança e esperança. — Imagina a gente acampando, bebendo juntos a noite inteira e cantando as melhores da IU. Você precisa disso. É assim que se cura um pé na bunda.

Jungkook gemeu em sua cadeira, insatisfeito que a bebida não fizesse tanto efeito quanto deveria.

De todos os seus amigos, logo Eunwoo era o único disponível para vê-lo chorar após um término.

Bem, não era bem um término. O relacionamento não era rotulado, mas Jungkook não se apegou a isso enquanto vislumbrava o que era ter alguém em seus braços pelos longos dias úteis que se passaram.

Paixão era eufemismo.

Nesses longos meses, Jungkook era capaz de declarar seu amor pelas bordas de seus cantos como algo comum.

Ainda sim, foi quando ele disse as três palavras mágicas, que tudo se reduziu a cinzas.

Esse era o apelo necessário para se entender que precisava de um rótulo.

Aparentemente, você só pode amar alguém quando essa pessoa é sua por completo. Fora isso, sua bunda será chutada para escanteio, e não sobrará nada disso para o inferno da mágoa que virá a seguir.

— Você está chorando? — A voz de Chaeyoung deveria trazer o suco sarcástico de sempre, assim que ela chega ao bar. Jungkook levantou seus olhos até ela, pronto para mostrar seu dedo do meio.

Mas então percebeu que sim, ele estava chorando.

O susto veio de imediato, assim como os braços de Eunwoo ao seu redor. Chaeyoung também o tocou, sem o tapa carrasco de sempre.

Sim, talvez ele estivesse mal pra caralho. Ainda é difícil pensar sobre isso, quando toda sua vida sempre foi movimentada para a normalidade e autocontrole.

— Eu não acredito que aquele merdinha fez isso. — Sua amiga murmura. Jungkook abaixou os olhos, infeliz demais para entender o mar se movendo dentro dele como uma correnteza pronta para afogá-lo. — Eu quero muito dizer que eu te avisei, mas vou esperar até amanhã.

— Como você é descarada. — Eunwoo retrucou. Jungkook pediu espaço para respirar enquanto seu nariz escorria.

Ele sempre se achou mais esperto que a maioria, mas está certo dizer que a paixão é inimiga da razão.

Mas não está certo querer que alguém te ame de volta.

— É muita cara de pau! Ninguém fica com uma pessoa por meses e termina quando ouve um "eu te amo". Essa geração é oportunista demais...

sangue e mel | namkookminOnde histórias criam vida. Descubra agora