Capítulo 4

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• A cereja do bolo •

Sasuke cambaleou para dentro do banheiro, caindo logo em seguida. Havia menos barulho ali dentro, o que foi um alívio para seus ouvidos.

O celular do Uchiha estava tocando, fazia um tempo que o sentiu vibrar em seu bolso, mas estava sem condições de atender.

A porta do banheiro foi aberta por outro moreno, que também parecia mal. Ele fechou a porta e tentou levantar o doutor do chão.

— Maninho, você tá podre. — A voz parecia familiar para Sasuke, mas sua visão estava embaçada e não tinha como o garoto ver quem estava ali consigo.

— Tá me levando? Pra onde? — Agarrou o pescoço do outro, que parecia tão mal quanto ele mesmo.

— Casa do Naruto. Eu levei ele, mas aquele loiro não parou de encher o saco me fazendo vir atrás de você. Eu não quero ficar contigo, mesmo que seja gay. — O Uchiha parou de prestar atenção assim que ouviu o nome do seu vizinho, sorriu feito bobo se deixando ser levado pelo estranho.

Após muitos tropeços e batidas, as costas de Sasuke caíram em um colchão, totalmente macio. O ambiente era silencioso, e Sasuke se sentiu extremamente bem. Confortável. Abraçou algo que estava logo ao seu lado, e adormeceu em seguida. Como se estivesse em seu próprio apartamento.

Mas não foi assim que se sentiu no outro dia, logo quando acordou.

Assim que seus olhos abriram, a cabeça de Sasuke girou, a dor que sentiu foi equivalente a um objeto de cem quilos caindo encima de si. Sua mente confusa não entendeu onde estava, como havia ido parar ali e o que aconteceu na festa do dia anterior.

Se levantou apressadamente, se sentindo tonto. Caminhou em passos curtos até a porta, saindo do quarto. O apartamento tinha o mesmo formato que o seu, apesar de ter uma decoração totalmente diferente.

Sasuke ouviu um barulho de porta logo ao seu lado, e quase caiu pra trás quando viu quem estava ali. Saindo do banho. Sem roupa.

— O... o que eu tô fazendo aqui? — Perguntou, virando o rosto para o lado oposto. Sentiu suas bochechas esquentarem como nunca.

— O Lee te trouxe, ele não sabia que você morava aqui também. — O loiro soltou uma risadinha audível, e o Uchiha queria correr dali, o mais rápido possível.

— Ah, ok. Acho que já vou indo ent-

— Não! Espera. Eu fiz café, e tem remédio pra ressaca também. — Sasuke não conseguiria ficar ali nem mais um segundo, sua cabeça latejando de dor.

— Não preciso, mas obrigada. Obrigada pelo convite de ontem também, mas eu realmente preciso ir. — Passou pela sala para ir até a porta de saída, vendo vários corpos espalhados pelo chão por cima de mantas finas e outros jogados encima do sofá, todos dormindo. Saiu do apartamento sentindo seu corpo pesar.

O Uchiha não lembrava a última vez que teve uma ressaca, nem a última vez que dormiu fora de casa. Sorriu caminhando até o elevador.

Seu celular tocou, o fazendo lembrar de várias ligações que havia ignorado no dia anterior. Respirou fundo antes de atender. Sua cabeça ainda ardia.

— Alô? — Proferiu piscando os olhos várias vezes para se acostumar com a luz de seu apartamento totalmente iluminado.

— Sasuke. O que você andou aprontando? — Era sua mãe, parecia desapontada.

— Sei lá, pensei que eu já tivesse idade suficiente pra não precisar te contar nada da minha vida. — A grosseria foi sem querer, talvez pela dor que sentia. Tomou logo alguns remédios, entrando em seu quarto; escuro e confortável.

— Você sabe que suas ações afetam minha vida também. Você já viu o vídeo seu que viralizou ontem? — O Uchiha arregalou os olhos, seu coração errou uma batida.

— Que vídeo? Do quê? — Colocou a chamada no viva voz e foi procurar. Totalmente desesperado.

— Olha, eu não quero saber o que você tem feito. Mas por favor, se preserve. — A mulher desligou, sem mais nem uma explicação.

E então, Sasuke encontrou.

• A cereja do bolo •

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