Kakashi no Tobi, Pêssego (🍑) time! - Obikaka Kakaobi

Capítulo 2 - Noite estressante

Nem tudo eram rosas e perfumes, Kakashi entendeu aquilo assim que pisou no campo verde onde encontraria seus alunos. Ele estava atrasado o que era de esperar -para quem o conhecia mas para quem o desconhecia era agoniante-. Haviam dois meninos e uma menina de pé no campo.

A única garota era baixa, cabelos azuis, pele clara, olhos castanhos. Parecia extrovertida e irritante. E falava alto, muito alto. Kakashi podia a escutar gritar com seus colegas bem antes de estar dentro do campo. Tagarela.

O menino ao lado da garota era alto, magro -Kakashi diria esquelético- pálido como uma folha de papel, olhos pequenos e âmbar, cabelos pretos e rosto entediante. Ele não era bom em conversar, parecia, não falava e estava com as mãos nos bolsos. Postura de superior. Metido.

O último era mediano, nem tão alto nem tão baixo, olhos grandes, pele clara porém meio avermelhada por provavelmente ter tomado muito sol, era narigudo e ainda mais feliz do que a garota. Cabelos castanhos e olhos pretos. Seu olhar era de diversão e transmitia uma aura de brincalhão. Palhaço.

Kakashi tirou o pior trio para ser sensei. Uma tagarela, um metido e um palhaço. Um suspiro enraivado fugiu-lhe a garganta chamando, finalmente, a atenção do trio de desgraças. Os três pares de olhos encararam o alto mascarado de cabelo branco. Seus 1.81 ajudavam a aumentar sua cara de quem odeia tudo e todos na face do planeta. Os olhos pretos como cemitério se esconderam e reapareceram em meio aos fios brancos dos cílios grandes do adulto. As obsidianas pareciam banhadas e encharcadas em ódio e falta de paciência, o que de fato estava; totalmente sem paciência e odiando tudo e todos que respirasse ou que tivesse alguma forma de vida, ou seja, tudo. Pois até mesmo a terra é algo vivo, as plantas são algo vivo. Tudo que tem um ciclo, uma ordem natural, se adapta ao ambiente é uma vida. Querendo ela ou não. Talvez fosse isso...

— Bom dia sensei — eles disseram em um coral perfeito. A tentativa de acalmar e desejar coisas boas ao homem alto não funcionou bem, com certeza não.

O ranzinza os olhou com a superioridade que ele tinha, olhos muito frios para alguém tão doce. Kakashi teve a paciência de explicar para o trio como seria o treinamento, não só uma mas como quatro vezes. Apenas por aquele fato Kakashi já poderia os reprovar mas antes teria de lutar com eles para ver o seu trabalho em equipe, apenas para não dizer que não fez nada. Com seu típico deboche, Kakashi pôs as mãos cobertas dentro dos bolsos e mandou-os o atacar. Era divertido ver o rosto das crianças retorcido em raiva ao serem desafiadas e serem taxadas de fracas -o que de fato eram, não se podia negar-.
A garota foi a primeira a atacar, começou com uma falha tentativa de dar-lhe um soco, o que foi evitado quando agarrou o pulso da azulada e vigou-o a derrubando no chão. Os olhos cacau o fitaram com raiva, rapidamente se levantou do chão em um pulo pronta para dar uma rasteira porém antes que sequer a perna passasse perto de seus pés, Kakashi pulou e pisou com força no calcanhar da garota. O "track" do osso se quebrando era facilmente ouvido pelos colegas da criança que chorava enquanto segurava o pé.

Os garotos olharam chocados para a cena, isso era permitido?! Tinham certeza que não. Suas pernas tremiam ao ver a situação de sua colega. Igura -o garoto palhaço- cerrou os olhos em ódio. Sentia a mandíbula se prensar forte com raiva, olhou para Kakashi se imaginando correndo até ele e o matando, metendo a faca kunai do peito do desgraçado. Era o plano perfeito, não? Apertou com força a faca entre os dedos sentindo o metal machucar sua mão. Pisou forte no gramado e avançou mas nada adiantou. Kakashi não era fraco e seu plano nunca daria certo, era uma criança tola e estúpida que nem sabia amarrar o cadarço sozinha. O adulto chutou antebraço que ele empunhava, jogando a faca para longe e o fazendo pôr a mão sobre o local dolorido. Kakashi girou e meteu um chute no meio da cara do garoto, outro alto "track" podia ser ouvido e logo em seguida o grito de dor. O garoto voou para longe, batendo as costas em uma árvore ali perto. O sangue descia do nariz e manchava a blusa branca.