11 de agosto, sexta
21:28 pm
Já eram nove horas quando os dois terminaram. Kyle bocejou e se sentou em sua cama, enquanto Klyde separou uma toalha e uma troca de roupa.
— Vai mesmo sair? — Kyle se deitou de lado, se cobrindo.
— Era o que eu ia fazer antes de você decidir vir mexer no meu armário — Klyde respondeu, dando de ombros.
Kyle suspirou, fechando os olhos.
— Ei, tô brincando. E valeu por me ajudar — Klyde desviou o olhar, sorrindo de canto.
— Você tem borderline — Kyle se virou para a parede.
— E você é difícil.
— Eu não sou difícil. Difícil é saber quando você tá com raiva ou brincando.
— Eu tava com raiva até agora, e você sabe o porque.
— Eu já pedi desculpa! — Kyle se levanta, olhando para Kyle.
— Quando? — Klyde cruzou os braços.
— Terça, quando a gente voltou junto, lembra?
Flashback
Kyle estava sentado na porta do alojamento, com o celular na mão.
Sem ligações, sem mensagens. Kyle havia passado seu novo número para ele, os dois até chegaram a conversar algumas vezes no sábado, pouco depois de Kyle comprar o chip novo, e desde então, Kyle ligou todo dia para ele, várias vezes.
Mas não, ele não havia dito nada desde então, logo quando Kyle precisava dele.
Kyle bufou e guardou o celular no bolso, abaixando a cabeça, não antes de ver Klyde chegando perto, e Kyle logo levantou a cabeça de novo.
Klyde levantou uma sobrancelha, olhando para Kyle.
— Tá fazendo o que ai? — Klyde cruzou os braços.
— Nada. Tava fazendo o que por aí nessa hora?
— Nada. Nada que te interesse — Klyde bufou e passou por Kyle, entrando no alojamento.
Kyle bufou, se levantou, e foi atrás de Klyde.
— Desculpa — Kyle segurou o rabo de Klyde.
Klyde rosnou e puxou seu rabo e continuou andando, indo até a escada. Kyle seguiu Klyde.
Nenhum dos dois falou nada no caminho até o dormitório. Klyde por cansaço, mas principalmente a raiva de Kyle que acabou de acumular ainda mais, e Kyle por não saber o que dizer agora.
Klyde tirou a chave do bolso e abriu a porta do dormitório, com Kyle entrando em seguida.
No meio da sala, Carlos estava andando de um lado para o outro, respirando pesadamente.
— Fumou? — Klyde segurou Carlos pelos ombros.
···
Agora
— Você não pediu direito, só puxou o meu rabo e falou. Aposto que você nem sabe o porque você me irrita.
— Eu sei sim o motivo, e se não for o que eu tô pensando, eu não sei porque você é mais teimoso que um jumento e não fala comigo direito, você é só um palhaço babaca que não sabe a hora de ser sério! — Kyle tapou a boca, arregalando os olhos.
Klyde ficou inexpressivo, olhando para Kyle.
Os dois se olharam por dois minutos inteiros, que pareceram horas, até Klyde virar a cabeça para o lado e começar a rir baixo. Kyle abaixou as mãos, confuso, até Klyde se virar para ele.
— Olha só pra você, cada dia perdendo mais a linha — Klyde falou em um tom debochado.
— Oi? Você ficou me encarando que nem um psicopata esse tempo todo e depois dá risada desse jeito? Qual é o seu problema?!
— Problema não, talento. Você acha que eu faço teatro porque quero ou porque eu sei atuar muito bem?
— Você tava fingindo ficar com raiva de mim pra me ver com raiva também?
— Não, aliás, eu continuo puto da vida com você, mas isso não quer dizer que eu não possa te persuadir a servir de empregada e rir de você às vezes.
Kyle rosnou, jogando um travesseiro em Klyde.
— Psicopata!
— Você mesmo falou que eu tenho borderline, porque tá surpreso?
Kyle cobriu o rosto com as mãos, bufando.
Klyde deu mais um risada, antes de ficar sério de novo, e ir até Kyle, segurando suas mãos.
— Mas, sério, não é só isso, mas o que você falou aquele dia, mesmo que tenha sido bobagem, doeu — Klyde desviou o olhar, corando — Eu... Renuncio, minha raiva de você, se você pedir desculpas, e de verdade.
Kyle olhou para Klyde, sem saber se ele estava ou não falando sério de verdade dessa vez. Renúncia?
— Tsc... Eu sei, eu falei sem pensar. Não que eu esteja errado em achar você um puta palh–, tsc, enfim... Me desculpa, eu não tava muito bem na hora e... Eu já tava pensando, mas você não dava abertura pra falar sobre, fora que você tava bem mais... Fechado, digamos assim.
— Desculpas aceitas — Klyde deu um sorriso de canto — E como assim fechado? Eu não assisti aquele desenho chato com você por nada.
— Arcane não é chato, e se você queria conversar porque não falou nada?
— Porque você tava ocupado falando como cada cena impactava no seu emocional e o que ia acontecer depois de tal coisa — Klyde bagunçou o cabelo de Kyle, rindo — Bem... — Klyde olhou para as roupas que separou na cama, pensando — A parte da cidade não tem toque de recolher de sexta a domingo, e tem um karaokê lá. O que você acha?
Kyle olhou para o lado, pensando.
— Eu... — O celular de Kyle tocou, interrompendo ele— Oh, espera... — Klyde se levantou da cama.
Era uma ligação.
Kyle suspirou baixo, recusando a ligação.
— Vou tomar banho depois de você — Kyle sorriu para Klyde, indo escolher uma roupa em seu armário.
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Ilusões, Ato 1 (Furry yaoi)
Teen Fiction"- Eu quero que dê certo, de verdade, mas eu sei que seria chato pra você. Sim, eu... Quero tentar do começo, eu quero gostar de você por completo mas... Você tem certeza que quer mesmo? Você, tem todo o direito de mudar de ideia depois, eu só quero...