tentativa de terror • psicológico • thriller
Jungkook está cansado de sua vida, mas não há como fugir dela. Uma noite, ele encontra alguém exatamente igual a ele, mas há uma diferença.
A pessoa em sua frente tem uma perspectiva de vida diferente da...
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❝ Preso em meu próprio paradoxo, eu quero me libertar. Não vai demorar muito para eu me tornar uma marionete. ❞
Klimt fez como disse que faria. Ele o ensinou a viver no mundo invertido, a sobreviver não só pelos primeiros dias contra os clones malignos, mas também pelos próximos meses que vieram.
Jeongguk ficou próximo dele como um ímã, Klimt sendo seu único elo de consciência. Agora ele entendia melhor as razões dos clones malignos existirem. Os traumas e os sentimentos ruins dos humanos - os moradores do planeta que Klimt nomeava de Terra - criavam os clones malignos no planeta inverso - onde ele e Klimt estavam atualmente. De alguma forma, eles eram apenas seres inanimados, vivendo pela necessidade de sangue e violência. Normalmente, todos os clones deveriam ser desse jeito, nada mais do que cascas vazias.
Mas nem ele nem Klimt eram, muito menos aqueles que foram mortos pelos clones malignos apenas por terem uma consciência. Eles eram diferentes.
Jeongguk acreditava que isso tinha haver com o tamanho do trauma e com a personalidade forte que tinham. Klimt concordava com isso. Era como se o próprio universo resolvesse dar uma segunda chance a eles.
Mas, mais do que isso, Klimt tinha tirado outras conclusões com a sua chegada ao mundo inverso. Ele acreditava que alguns clones malignos nada mais eram do que humanos do planeta Terra, mas que perderam suas vidas por causa de outra pessoa ou até mesmo por clones malignos que conseguiram sair do mundo inverso.
Jeongguk poderia ser um daqueles casos. A voz de sua cabeça, a ligação que tinha com a Terra, naquele caso, era apenas de seu assassino.
- Mas você também escuta vozes - Jeongguk tinha tentado argumentar. Era difícil acreditar que um dia ele tinha sido alguém, não só uma casca vazia pensante em um mundo estranho e de difícil vida.
- Existem duas situações diferentes. Eu já disse a você, eu nasci aqui. De alguma forma estou ligado a Terra. Mas diferente de você que só escuta as vozes, eu vejo rostos, escuto vozes, acompanho uma vida sempre que fecho os olhos. É como se de alguma forma eu estivesse na Terra, no corpo de alguém. Tudo isso é doloroso, não só pela dor física disso tudo, mas a consciência de que estou vivendo aqui enquanto poderia estar lá. E eu quero estar lá.
Suas palavras fizeram Jeongguk pensar que quanto mais tempo passavam ali, mais ficavam loucos. Só que, quando a dor das vozes em sua cabeça vinha novamente ao ponto de fazê-lo cortar o próprio rosto com as unhas afiadas, ele entendeu o que realmente significava ter consciência. Porque ele já tinha sido alguém. E agora, isso tinha sido tirado dele, forçando-o a viver uma vida insignificante e ruim no planeta inverso.
Mas também haviam situações da qual ele não poderia fugir se quisesse mudar o próprio destino. Klimt disse a ele com todas as palavras que para viver lá fora, você precisava tomar de volta o que era seu antes. A vida humana de seu usurpador.
