SEGUNDA - FEIRA

5 0 0
                                    


Anahí


O alarme tocava e tocava.... E eu não tinha vontade de sair da cama pela quarta ou terceira vez eu desligava, por fim mais um dia de trabalho confesso que só falta mais alguns anos para continuar nessa vida, para que eu consiga abrir o meu próprio negócio, só guardar mais alguns dinheiros e por fim teria meu escritório. Era por volta de 7:30 da manhã, ia levantar daquela cama quente para enfrentar aquele frio gelado e chuvoso, a preguiça tomava conta do meu ser talvez  fosse um dos meus maiores pecados, não tinha vontade de arrumar simplesmente levantava e não arrumava sequer meu cabelo, eu acordava todos os dias cansada de tanto trabalho e principalmente de tanta coisa na cabeça, morar no centro de São Paulo me fazia lembrar quanto doloroso seria o sacrifício para entrar naquele inferno trânsito de manhã até à noite para chegar à faculdade... Mais um dia de trabalho.

Eu trabalhava em uma construtora e ficava presente em um container na produção de um novo prédio. A cada ano eu mudava de obra em obra, nada era fixo,eu adorava conhecer um pouco sobre a construção de perto, sempre minha paixão, pelo meu conhecimento juvenil em edificações já conseguiria ter um salário muito adequado para minha vida, trabalhava em torno de 9 horas por dia, eu nem sabia como respirar nem ao menos dormir mas estava ali com toda minha honestidade e amor pela minha profissão. Eu tinha uma bolsa de estudos na PUC e cursava o quarto ano de engenharia civil, seria somente mais um ano para que eu pudesse me formar, a vida era um pouco corrida mas eu confesso que nem todos teriam a sorte que eu tive. Ao entrar no carro gelado eu dirigia com o olhar atento no meio de uma chuva intensa e fria eu nem sabia como eu estava acordada, o estômago revirava de fome mas nunca consegui comer nada de manhã, enjoos... remedios ancioliticos... Era somente um café para que pudesse me manter acordada, eu dirigia naquele trânsito naquela capital vendo as pessoas correndo na rua sem ao menos pararem a ver a vida, o real sentido da vida, nem eu via.

 De todas as segundas-feiras essa para mim foi a mais silenciosa não queria conversar com ninguém não queria ver ninguém, só queria poder sentar na minha pequena mesa e continuara meu trabalho, aochegar eu estacionei meu carro e já saberia a lama que eu iria ter que limpar novamente à noite( de madrugada para ser mais precisa). Ao entrar na obra percebi que mesmo uma chuva forte as pessoas trabalhavam e trabalhavam trabalhavam, eu não consegui enxergar o meio onde as pessoas se movem sem pensar se não no dinheiro. 

O meu container trabalhava em torno de 5 pessoas eu tinha um supervisor mas ele não era muito de conversar e eu também não era, eu sentava no meu canto e trabalhava a tarde inteira somente pensando no que realmente era o certo, confesso que eu sou uma pessoa de não querer trabalhar em equipe porém eu sempre aceito ajudas e sugestões e sempre ficar aberta a escutar. O meu dia não era um dos melhores dias eu odiava acordar cedo, eu odiava ter que me vestir no frio eu não tinha roupas para o frio, eu nunca fui uma pessoa da moda e menos ainda uma pessoa que ligasse para isso eu só queria ser eu, fazer o que me sentisse bem comigo mesmo, a manhã era lenta e como era lenta eu só pensava em querer acabar  longo para que eu pudesse dormir novamente, só isso, só queria dormir...

A tarde parecia ter melhorado um pouco tempo, uma sorte a mais para mim que precisava pegar uma longa estrada para chegar à faculdade, ao encerrar o expediente bati meu ponto e me dirigi ao carro. Liguei um musica suave para acalmar a mente para que eu pudesse iniciar a minha concentração na faculdade. Bom a PUC resumidamente era uma faculdade católica e era uma faculdade que me encaixou perfeitamente, eu acima de tudo sempre fui uma pessoa humilde e simples e ali eu estava rodeada de pessoas mesquinhas metidas e principalmente que se acham melhores que as outras, quando eu disse que me encaixo, é sobre minha religião, sempre fui muito católica mas sempre soube não demonstrar isso, sempre fui silenciosa, nunca fui de demonstrar muito a minha religião, mas sempre mantive respeito diante de todas. Eu tinha uma grande amiga chamada Talisa ela cursava direito, ela era boa nisso, se casava total com ela, eu não gostava da minha sala e a Talisa foi uma pessoa que sempre combinou comigo. 

Inevitavelmente Para MimOnde histórias criam vida. Descubra agora