Capítulo 2

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Depois daquele dia no pântano tudo em minha vida mudou, perdi minha mãe e minha irmã nesse dia, minha irmã eu perdi para morte e minha mãe para loucura.
Naquela época os jornais falavam que a única razão de uma mãe fazer o que fez com as duas filhas era que  ela só podia estar  em meio a loucura, e seguindo essa  teoria minha mãe foi internada em um hospital psiquiátrico.
Depois disso  vinte longos anos se passaram, passei a metade da minha vida em um orfanato passando por diversas consultas psicológicas pra saber se fui ou não afetada pelo ocorrido, devido a esse problema nunca fui adotada, ninguém queria adotar uma criança traumatizada e fui obrigada a crescer sozinha odiando a tudo e a todos; ao fazer dezoito anos permaneci morando no orfanato, ganhei uma bolsa de estudos e comecei a cursar medicina, os anos foram se passando e me tornei conhecida internacionalmente, tinha uma carreira cobiçada, me tornei muito rica  em pouco tempo de carreira, parecia  ter realmente tudo, mas não tinha,cresci com um imenso vazio dentro de mim, trabalhava várias horas por dia pra me manter ocupada e não me lembrar de meu passado, mas meus esforços eram em vão, não sei se estava ficando louca mas todos os dias antes de dormir eu via a mesma sena de vinte anos atrás, porém as imagens que vem em minha cabeça durante a noite está acompanhada com um som de um sussurro, é  uma voz que não me lembro de ter escutado naquele dia, mas nas imagens aparece a minha mãe e minha irmã olhando pra trás enquanto eu gritava por socorro e quando elas viraram seus rostos pude ver um vulto negro no céu e uma voz dizendo: "continue andando, vamos, afogue-as"
Minha irmã pode ouvir e ver esse vulto, pude notar na expressão  de seu rosto, uma expressão  de pânico, de terror, nos olhos da minha mãe demonstravam uma certa dor.
Essas imagens me atormentavam, não sabia ao certo se era real ou se não passava de um  fruto de minha imaginação.
Nunca fui visitar minha mãe para perguntar sobre o assunto, depois daquele dia nunca mais a vi com vida, os psicólogos queriam me levar até ela, mas eu gritava que não queria.
Tinha muito medo dela, mai

Porem com o tempo pude perceber que ela não passou de um simples fantoche ,pude perceber que ela não era culpada por tudo aquilo que aconteceu, mas percebi isso tarde demais, a três anos atrás resolvi ir visita-la.
Cheguei no hospital psiquiátrico buscando saber onde ela se encontrava, queria falar com ela, saber como ela estava, e até mesmo pedir desculpas.
Mas ao chegar lá, vi um grande movimento, enfermeiros correndo de um lado para o outro, em meio a confusão uma enfermeira acaba tropeçando em mim, e aproveito esse momento pra perguntar o que estava acontecendo.
Ela estava muito assustada parecia ser inexperiente, era uma moça jovem, de mais ou menos uns vinte anos.
" Desculpe, poderia me enformar o que está acontecendo aqui? Por que todo esse reboliço?"
"Sinto muito, mas não posso te dizer nada, sou nova aqui e não quero causar problemas!"
" Acho que a senhorita não me entendeu! Sou médica superior, trabalho aqui a anos e portanto você me deve explicações, isso faz parte de seu trabalho, deverias ter lido o contrato com suas obrigações, ou estudado mais pra essa profissão!"
" Me desculpe senhora, eu não sabia."
" Vamos deixe de rodeios e me diga logo o que aconteceu, pra eu tentar resolver!"
" A paciente do 210 a mais antiga que temos aqui, não sei se a senhora se lembra da mãe que tentou afogar suas duas filhas no pântano, ela nunca abriu a boca pra falar uma palavra se quer em vinte anos, agora ela tá gritando a duas horas palavras em outro idioma, mordendo a própria língua e gritando por o nome de sua  filha que sobreviveu."
Minha mãe gritava meu nome, senti uma estranha sensação ao ouvir as palavras da enfermeira,não sabia se era medo, mas fui correndo até o quarto 210 e encontro minha mãe em uma maca  coberta de sangue, e com um pano tampando seu rosto; da mesma forma que foi tampado o rosto de Manu a vinte anos atrás.
Minha mãe estava morta, não podia mais falar com ela, quando a maca  passou por meu lado eu a parei, e cuidadosamente retirei o lençol que cobria seu rosto, e  ao tirar.
 Senti realmente medo junto com pânico, ela estava muito envelhecida, não era mais aquela moça jovem e bonita da qual eu me lembrava, seus olhos estavam fundos e com enormes olheiras; mas não foi isso que me assustou, em sua testa estava desenhada o símbolo do anticristo, uma cruz de cabeça pra baixo, pensei que ela deveria ter feito aquilo com alguma navalha; mais ao olhar  suas mãos vi sangue em seus dedos e em suas unhas.
Aquela sena foi chocante para mim, não sabia como ela tinha morrido, então fui procurar o médico responsável por seu caso, e sua resposta me assustou.
" Sua mãe, ela se matou por enforcamento , mas antes te deixou uma carta, acho que você não gostaria de ler!"
" Porque não doutor?"
" Ela escreveu com o seu próprio sangue!"
Não sabia o porque minha mãe havia feito aquilo, se matar depois de vinte anos e escrever uma carta destinada a mim com o seu próprio sangue.
Eu fiquei perplexa  na hora, mais decidi ler a carta, queria saber se minha mãe avia recobrado os sentidos  apenas por um momento, se ela se lembrava do que fez conosco, queria ter um pedacinho da minha verdadeira mãe, aquela que nos amava e nos protejia, mas minhas esperanças foram por água abaixo, na carta está escrito as seguintes palavras:

" sinto muito querida Emily, você me deu muito trabalho assim como sua mãe, acredite ela não queria fazer o que fez, mas nada nesse mundo conseguiu me impedir de matar sua doce e adorável irmã, sua mãe tentou resistir ao máximo, ela as amava muito, mas vocês pertencem a mim, você é  uma de nós, e terá de agir como tal, sua mãe resistiu por vinte anos tentou te proteger ao máximo, mas sua hora está chegando, pois como já havia dito você pertence ao inferno você nasceu para destruir e não curar, sua irmã te corrompeu  com bondade, terei que te ajudar, fico feliz de você não ser uma pessoa cristã, porque Deus não pode salvar o que ele não criou, você é  as trevas Emy, tudo em seu corpo pertence ao inferno, eu te criei e eu te matarei, te vejo logo
        Mamãe....

Apocalipse : A era do infernoOnde histórias criam vida. Descubra agora