Minatozaki Sana estava irritada. Ou melhor frustrada, muito frustrada.
Ela estava no gramado de sua casa, em um sábado frio, poucos minutos depois de ser deixada em casa pelas meninas, por Tzuyu.
E falando nela, a outra garota parecia a tratar da mesma maneira que fazia antes, Sana não era boba, ela havia notado as mãos inquietas da garota na roda gigante, ela achava que Tzuyu só estava nervosa por apressar as coisas, andando em um trem desgovernado junto de Sana, mas sinceramente, a hesitação da outra garota era dolorosamente frustrante, a deixando louca.
Mas acima de tudo, ela queria que Tzuyu se sentisse confortável o suficiente para conversar com ela. Não a tratando como se ela fosse um simples beijo.
Um sentimento ruim se instala em seu estômago quando ela pensa em Tzuyu a usando momentaneamente, não era assim, né? Tzuyu parecia gostar dela.
Mas as inseguranças falaram mais alto e Sana quis gritar em seu travesseiro enquanto praguejava a covardia da outra garota.
E primeiro, ela tomaria um banho quente assim que entrasse em casa, ela queria lavar seus sentimentos ruins como se eles fossem embora junto a água, depois ela queria deitar em sua cama e se afundar em seus pensamentos, então ela caminha pelo seu gramado, tirando os pequenos saltos e subindo os degraus frios descalça, uma mão com os saltos e a outra com o polvo que havia ganhado hoje.
Sua surpresa é ao girar a maçaneta e dar de cara com sua mãe, ainda vestida com o jaleco do hospital, uma xícara do que Sana pensou ser café em suas mãos, sentada na poltrona, a visão perfeita da janela que dava bem para a entrada da casa e...
Bem, merda.
Há um silêncio constrangedor enquanto Sana tranca a porta atrás dela, ela não sabe se deveria falar com sua mãe ou não, ela decide tentar passar por ela e subir as escadas, mas sem sucesso, a voz baixa de sua mãe a chama, a fazendo parar no meio do caminho.
– Querida, você... – Sua mãe chama, parecendo ponderar suas próximas palavras, fazendo sinal para que Sana se juntasse a ela no outro sofá. – Você está namorando aquela garota?
Era óbvio que ela havia visto o pequeno beijo em sua bochecha dado por Tzuyu, uma pequeno sinal de que seu beijo na roda gigante era real e não algo que Sana havia imaginado.
Sana não queria se abrir para sua mãe, ela nunca foi boa com sentimentos, mas ela também sabe que não pode se safar mentindo, então sem escolha, ela diz:
– É complicado, mãe, você não vai gostar de saber. – Ela joga, sendo sincera. Ela mal pode imaginar o que sua mãe diria com ela ficando próxima de uma garota que ela mal conhecia há uma semana, entrando em seu carro, ficando bêbadas em uma terça juntas e matando aula muito próximas uma da outra em uma biblioteca.
– Sana. – Sua mãe suspira, o cansaço evidente em sua voz. – Eu sei que não tenho sido a melhor mãe nesses últimos tempos, você... você merecia mais, alguém presente que pudesse cuidar de você e agora, você está uma adulta, pela idade pelo menos e eu não quero me intrometer, eu sei que você pode fazer suas próprias escolhas, mas eu gostaria que você me deixasse entrar para ajudá-la, para cuidar de você como eu não tenho feito.
Sana pisca surpresa com o discurso de sua mãe, desprevenida. Sua noite terminado de uma maneira totalmente diferente do que ela havia imaginado, um turbilhão de sentimentos a envolvendo, sua preocupações, o colégio, James, Tzuyu e agora sua mãe.
Ela sente uma queimação perto de seus olhos, decidindo olhar para o teto para se impedir de quebrar, para colocar seus pensamentos em ordem. Sana não gosta de falar sobre seus sentimentos. Ela gosta de se machucar, descobrir as coisas por conta própria, mas se ela não obtiver respostas em breve, organizar a bagunça em sua vida, ela vai enlouquecer.
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Betty [Satzu]
RomanceO ensino médio poderia ser um terror as vezes, era um momento de descobertas, tramas desnecessárias e adolescentes cheios de adrenalina e curiosidade. Isso sem falar nos malditos boatos, todos sabiam como os adolescentes adoravam um bom rumor, o com...