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Pov. S/n:

O sentimento do amor, tido como o mais belo e puro, ao menos deveria ser. Porém, para mim, foi o contrário, só encontrei desilusões e marcas irreversíveis de traumas provocados pelo amor. As vivências me fizeram acreditar que o amor é destrutivo, mas eu continuo apreciando as belas historias de amor que eu conheço. Por muito tempo, mantive a esperança e lutei por ele, mas aos poucos, fui perdendo a fé, chegando ao ponto de não acreditar mais nesse sentimento. Permita-me apresentar, meu nome é s/n e tenho 26 anos. É intrigante como, aos meus 26 anos, já tenho uma visão tão descrente sobre o amor. Não me interprete mal, já vi histórias lindas de amor acontecerem, mas nunca comigo, e sinceramente, nem desejo que aconteça. Para mim, o amor só parece trazer desilusões.

Mais um dia acordando cedo e sem nenhuma vontade de existir. Está sendo complicado dormir à noite, a ansiedade e o mar de pensamentos estão consumindo minha energia cada vez mais. Faltam apenas três meses para terminar o último ano de literatura na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles). Sempre sonhei em ser uma grande escritora algum dia; esse foi apenas mais um motivo da minha escolha. Finalmente, deixo a preguiça de lado e levanto para fazer toda a minha rotina matinal, mas antes disso, checo meu celular e vejo que tem mensagem da minha melhor amiga.

Celular da S/n:
Flora meu amorzinho ❤️: BOM DIAAAA, MEU AMOR

S/n: Bom dia, coração

Flora meu amorzinho ❤️: Você acordada cedo?!? Caiu da cama foi?

S/n: Quase isso, mas vamos deixar quieto

Flora meu amorzinho ❤️: Faltam apenas três meses para terminar o nosso último ano, cadê a animação?!?

S/n: Na cama junto com a minha vontade de viver

Flora meu amorzinho ❤️: Já acorda assim? Ansiedade e insônia de novo?

S/n: Vamos esquecer? Por favor, só hoje

S/n: Eu te imploro, quer que eu me ajoelhe?

Flora meu amorzinho ❤️: Ok, você quem manda

Flora meu amorzinho ❤️: E sobre a parte de se ajoelhar... Eu quero só que de outro jeito 😏

S/n: Credo, já começa assim?

S/n: Depois dessa até parei de procrastinar

S/n: Adeus, mi amore e pare de safadeza cedo da manhã

Flora meu amorzinho ❤️: Primeiro, nunca é cedo ou tarde pra ser safada, segundo, até mais, minha vidinha 😘

Quebra de tempo...

Depois de falar com a doidinha da Flora, fui me arrumar para ir até a cafeteria do campus. Agora estou aqui com meu café forte puro e meus pensamentos. Estava distraída no meu mundinho da lua que nem vi a Flora chegando.

– Perdida no seu mundinho como sempre. - disse Flora ao me abraçar.

– Você está querendo me matar do coração, querida? - perguntei com o coração acelerado.

– Só se for de prazer, meu amor. - respondeu Flora com um tom sugestivo.

– Eu e você nunca vai rolar, você sabe que não vou cair nos seus encantos, né? Procure uma novata por aí e me deixe ser a tia rica gatos (ou o que preferir). - falei rindo da reação de Flora.

– Assim você me ofende. Terei que melhorar meu charme para conquistar essa bela dama. - disse ela num tom brincalhão, mas logo riu ao perceber sua falha.

– Flora, você sabe que não quero nada agora, ou melhor, nunca. Eu e o amor não somos compatíveis. - falei um pouco pensativa pelas lembranças que invadiram minha mente.

– Eu sei. Vamos mudar de assunto. O clima ficou pesado. Ah! Lembrei... - ela fala exaltada no final.

– Mulher, eu sou cardíaca. Fala antes que a "Dory" aí se esqueça. - brinquei colocando a mão no peito.

– Acho que vou providenciar um cardiologista pra ontem, senhorita. Enfim, nós vamos para New York no final de semana! - ela fala animada.

– Como assim "nós"? Você e sua ficante? - perguntei com um pouco de receio.

– Nós duas! Eu e você. Não há nenhuma ficante. Meu coração já tem dona! - respondeu Flora animada.

– Me diz quem teve a sorte de conquistar seu coração, senhorita Baird? - perguntei curiosa.

– Sinceramente, achei que fosse óbvio. Sempre foi você. - disse Flora com um olhar sedutor.

– Me sinto honrada em ter seu coração, senhorita Baird! - tentei manter um tom divertido na conversa.

– Retornando à questão de New York, ficou maluca? Ah, esqueci, você já é, Flora. Estamos praticamente no fim do ano letivo e você quer ir para New York?!? - disse um tanto exaltada. Estamos quase chegando nas semanas de provas, ou seja, várias semanas confinada nos estudos e excluída da sociedade, o que eu sou normalmente.

– Claro! Já estamos quase chegando ao fim do ano letivo e ainda não curtimos nada, né? E aquela promessa que você fez de que "no último ano iríamos aproveitar ao máximo"? O que houve com aquela determinação da s/n de querer aproveitar a vida? - Flora comentou, num esforço para me convencer.

– Ambas estamos cientes do que ocorreu com "aquela s/n", já é passado. A "nova s/n" simplesmente deseja sobreviver até o fim do ano letivo. - comentei na esperança de mudar de tema e deixar o passado para trás.

– Eu te imploro, seus sogrinhos ficaram animados com a chance de rever você, faz tempo que você não comparece nas reuniões de família. - falou na tentativa de me convencer.

– Você sabe muito bem o motivo da minha falta. - relembrei ela do motivo.

– Eu sei, porém faz meses que ele sumiu, você sabe que estou do seu lado. - ela falou chateada.

– Relaxa meu amor, apesar de tudo não me arrependo de nada, se nada tivesse acontecido eu não teria conhecido a gatinha que é a minha melhor amiga. - disse tentando tranquilizá-la.

– "Meu amor" e "gatinha" na mesma frase? Acho que no fundo eu te conquistei hein? - Flora falou confiante.

– Só esqueceu da parte em que te chamo de melhor amiga. - disse lembrando ela desse fato.

– Custava me deixar iludida? - ela me questionou séria.

– Na próxima eu deixo, agora vamos logo senhorita iludida, não quero me atrasar para a primeira aula. - peguei minhas coisas e fiquei esperando a princesa.

Chegamos ao final do primeiro capítulo.

Espero que vocês tenham gostado e peço desculpas se houver erros ortográficos.

Até ano que vem (◔‿◔)

Uma Chance Para O AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora