Capítulo seis

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—Eu não acredito. - Constantino negava com a cabeça, incrédulo.

—Pois pode acreditar, Xuxu. - Julinha massageava os ombros do marido.

—Nem nós estamos acreditando direito ainda, Constantino. - Eugênio disse. —Mas realmente aconteceu.

—Eugênio... - se aproximou do corpo da mulher, agora sabendo que falava com o amigo de longa data. —Então, acho que eu acabei fazendo uma grande besteira.

—O que você fez? - fez a pergunta devolvendo o tom de sussurro, enquanto observava Julinha e Violeta com seu corpo conversarem.

—Eu te disse... ou, nesse caso, disse ontem para Violeta... - se concertou. —Que você está apaixonado por ela.

—Papagaios, Constantino! - ficou boquiaberta. —Como é que você me solta uma dessas? Por que? Me odeia?

—Eu tinha ficado levemente enciumado por ver que você e Julinha sumiram por tanto tempo. Aí você... no caso, ela, falou que o ciúme podia cegar alguém... - deu de ombros. —Enfim! Daí eu disse que você está apaixonado pela sua sócia.

—Que inferno. - trincou os dentes e passou a massagear a mandíbula. —Espero que ela não lembre disso. É capaz de não lembrar.

—Acha mesmo?

—Ela teria comentado. - tentava se acalmar ao saber daquilo. —Nós tivemos uma conversa hoje que poderia ter feito ela tocar no assunto, e não tocou. - parecia mais tranquilo. Olhou para o amigo. —E eu não estou apaixonado por Violeta. Foram só palavras. Eu estava bêbado quando falei.

—Dizem que quando estamos bêbados dizemos ou fazemos tudo aquilo que não temos coragem quando sóbrios. - apontou com a cabeça. —E eu te conheço mais do que conheço a mim mesmo. Sei que está.

—Estou o quê?

—Apaixonado por...

—Não termine! - se afastou dele, se aproximando de Julinha e Violeta. —Está certo, Constantino topou se vestir de Valentino para tentar descobrir o que houve.

—Eu não lembro de ter topado. - o pai de Arminda disse, fazendo uma careta.

—Ah, Xuxu! Por favor! Se você fizer isso, eu... - Julinha se aproximou do marido, e disse algumas coisas no ouvido do mesmo. Violeta e Eugênio só escutaram sussurros, e não vou dizer pois nenhuma das coisas que ela disse são apropriadas para o horário.

—Aceito! - ele falou empolgado, e saiu a procura das vestes de Valentino, iam aproveitar que ele não estava em casa.

—Eu não quero nem imaginar o que você falou para ele. - Violeta fez uma careta.

—É o que está faltando a vocês. - Julinha devolveu outra. Os sócios se encararam por dois segundos, de olhos arregalados. —Ah, gente! Calma, é só uma massagem. - os dois pareceram ficar aliviados. —Não disse onde.

—Papagaios, Julinha! - Violeta teve uma crise de tosse e caminhou na direção da mesa de centro, onde tinha uma jarra e alguns copos. Eugênio prendeu um riso com o nervosismo da mulher em seu corpo.

—Aqui está. - Constantino chegou vestido com a bata e um turbante do vidente.

—Caramba. - Eugênio levantou as sobrancelhas, em surpresa. —Vocês são mesmo muito parecidos.

—Isso precisa dar certo. - Violeta estava apreensiva. —Temos que tomar cuidado para mais ninguém saber. Já estou me sentindo mal por não contar à Heloísa.

—Duvido que Heloísa demore muito para descobrir. - Julinha ajudava o marido com um bigode falso. —Ela tem um instinto investigador dentro dela. Parece eu. Mas ainda consegue ser pior. - riu de lado.

Se Eu Fosse VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora