Eu sei que nós nos amamos.

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Mais parecido com a vida real do que qualquer outra coisa, Ayana e Seokjin eram o típico "casal ioiô". Seus amigos já haviam perdido as contas de quantas vezes o par terminou e reatou nos últimos meses, não tendo certeza se deveriam parar a contagem ou considerar os longos dois anos de namoro, que para eles que sempre tinham que ouvir as lamúrias de amor dos dois, eram ainda mais longos.

Muitas vezes não era preciso nenhuma grande briga para os dois se separarem temporariamente. Ayana e Seokjin eram o tipo de pessoa que pensava em tudo o que planejam para a própria vida com anos de antecedência, beirando um perfeccionismo e organização no mínimo preocupantes. Às vezes, apenas não terem certeza se pretendiam morar no mesmo país ou se queriam ter a mesma quantidade de filhos era motivo suficiente para os dois considerarem a relação sem futuro.

Eram claramente imaturos para suas idades e mais ainda para relacionamentos, mas Ayana e Seokjin se amavam.

E talvez, só talvez, Seokjin amasse mais Ayana do que ela o amava.

Muitas vezes se pegava pensando nos inúmeros filmes de amor onde mesmo com tantos empecilhos, o casal terminava junto.

Poderia a vida real ter algo parecido?

Alguns dias atrás, Ayana e Seokjin terminaram mais uma vez. A iniciativa tão repentina veio dos dois e dessa vez o motivo parecia um tanto mais sério do que os anteriores.

"Eu não tenho certeza do que eu sinto", foi o que os dois disseram.

Mesmo com essas palavras que pareciam carregadas de certeza sobre a incerteza, Seokjin não parava de pensar em Ayana desde então.

Assim como nos inúmeros clichês de amor, sua cabeça estava preenchida por todos os mais belos momentos que viveu ao lado de Ayana, não apenas nos dois anos os quais estiveram juntos como casal, mas desde que a conheceu e cultivou uma amizade genuína que pouco a pouco se tornou diferente das outras.

O fim de tarde de outono carregava uma brisa fresca e um pôr do sol carregado das mais diferenciadas cores. Seokjin apreciava o céu de laranja tão intenso com as mãos no bolso de seu sobretudo, o vento suave fazendo com que sua franja se mexesse de maneira inquieta em sua testa. O campus da universidade estava praticamente vazio, a maioria dos estudantes estavam em seus dormitórios ou em suas aulas.

Mas Seokjin estava ali, esperando que como por um milagre, igualmente a um clichê de amor, Ayana aparecesse de repente e ele pudesse contemplar uma vista diferente e ainda mais bonita.

Seokjin fechou os olhos, torcendo para que o vento levasse seus pensamentos embora, pois pensar tanto assim na - novamente - ex-namorada era quase como uma tortura.

Porém exatamente como em um filme de romance ou talvez uma pegadinha de mal gosto, assim que abriu os olhos, Seokjin pôde ver Ayana a distância acompanhada de Taehyung, um amigo que ela havia feito recentemente e alguém que deixaria Seokjin seriamente enciumado se não soubesse por fontes confiáveis que ele era apaixonado pela melhor amiga, a qual ironicamente tinha cabelos de uma cor muito parecida com a do céu acima deles naquele momento.

Seokjin poderia apenas ignorar a presença deles e seguir com a sua vida. Não é como se toda vez que terminassem, Ayana e Seokjin deixassem de ser amigos, mas sentia que ir atrás da mulher que tinha seu coração só pioraria sua situação.

De qualquer forma, sempre que via Ayana, Seokjin parecia perder o controle do próprio corpo, e por isso, não pensou duas vezes antes de gritar seu nome.

Muito parecido com um clichê de amor, Ayana virou rapidamente e abriu um dos sorrisos mais lindos que Seokjin já tinha visto em toda sua vida. Mesmo com a distância considerável, Seokjin podia ver como os olhos dela brilhavam apenas por vê-lo e ele sabia que os dele deveriam estar tão brilhantes quanto.

A vida não é como um clichê de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora