Pov's Lauren
Camila tinha me dito percurso até sua casa, eu já sabia, mas fingi surpresa quando ela me falou a distância até lá. Até aqui estava tudo bem, estávamos no início do caminho, tecnicamente tínhamos mais meia hora de viajem, e eu, muito o quê conversar com Camila.
Ela se mantinha em silêncio, sua única ação era observar a paisagem que havia por fora da janela.- Lauren, no caso, você sabe que eu estou aqui porquê quero, certo?
- como?
- olhe bem, eu percebi que ficaria um clima chato entre você e eu, coisa que não gosto de manter com funcionários. Quando meu carro quebrou eu poderia chamar um helicóptero se quisesse, mas resolvi vir com você pra resolver isso.
- ah, eu não.... Não tinha ideia. Me desculpe então por ter sido tão.... Direta
- tudo bem, Lauren, não tem problema
- mas, então, já que seremos 'amigas', me fale sobre você.
- eu gosto da lua, é isso.Ela riu, tornou a olhar a paisagem, no caso, o céu. Levei meu olhar um pouco mais para cima e olhei a lua, a mesma estava cheia, realmente linda. Sorri e voltei meu olhar para a estrada. Retirei minha mão do volante e a posicionei sobre o pequeno rádio do carro, optei entre uma estação de rádio e outra, resolvi deixar numa desconhecida por mim, a mesma tocava I'm Not Only The One do Sam Smith, tornei minha mão ao volante e percebi que Camila cantava a música sem deixar sair o som de sua voz.
- você deveria cantar, aposto que canta bem, Camila.
- oh não, não sou fã de cantar, mas obrigado, Lauren.
- deveria tentar ao menos, aposto que realmente canta bem
- mas então, mudando completamente de assunto, me fale sobre você, okay?
- falar o quê? Não tenho nada de interessante
- hm...fale de sua família então."Minha família" isto rodava e rodava em minha cabeça. "Traidores".
Flash Back on
- Taylor, vem cá, tenho uma surpresa pra você.
- o que houve? Uma surpresa assim sem mais nem menos, não é de seu tipo, Lauren.
- ah para, você sabe que por você faço tudo, sua idiota
- okay...okay...fala log, vai!Eu me encontrava com uma caixa grande em mãos, eu realmente queria ver a Taylor surpresa, queria ver-la feliz, sorrindo, um sorriso que eu saberia que eu que causara, um sorriso que seria meu. Ela abriu a caixa olhando diretamente pra mim, seu sorriso foi de orelha à orelha quando viu o quadro com a pintura que fiz dela, ela sorria, pulava, gritava, uma alegria criada por mim. Eu não me sentia completamente feliz por saber que eu amava minha própria irmã, não amor familiar, mas sim paixão, sabia que isso era errado e que eu não poderia contar à ela, droga, esse maldito pensamento acabou com meu dia, merda Lauren, merda.
- Lauren? Ta ai, mana?
- oi...to sim, me distrai aqui sem querer
- mas e ai, você que fez mesmo esse quadro?
- claro que sim, pra você ficar linda assim tinha que ser feito por mim né, duhhhh!
- para, credo, você é idiota demais, mas eu te amo, sua idiota
- eu sei que você ama essa idiota aquiEla colocou o quadro sobre a cama prometendo pedir ao papai para pendura-lo na parede depois, andou até mim e me abraçou, aquele abraço que a gente denominava como "abraço de urso" e era uma das coisas que eu mais amava nela, a mesma me deu um beijo na bochecha e eu rapidamente fiquei vermelha
- que nojo, Taylor, deixando suas bactérias em minha cara
- parece que você gostou hein, parece um tomate de tão vermelha
- cala a boca!Eu gritei, ela riu, eu ri junto, acho que então, ai terminou o melhor dia de minha vida. Ela parou de rir de minha cara e sua expressão ficou pensativa, ela então se afastou de mim e sentou ao meu lado.
- hey, Laur, esqueci de te contar uma coisa...
- fala, ué
- eu to namorando o Kevin, aquele que você falou que era o "bonitinho" de minha sala, lembra? Já até falei pro papai, e a mamãe apoiou e tudo mais
- que? Como assim? Você.... Você é nova demais, eles deixaram você fazer isso? Esse garoto pode ser um tarado, você nem conhece ele, que merda é isso tudo?
- calma, eu...achei que iria ficar feliz por mim...
- feliz? Você só tem 15 anos, Taylor, é uma criança. Eu vou...vou...vou falar com papai e ele vai mudar de ideia
- mas Lauren...eu...Não terminei de ouvir o que Taylor tinha a me dizer, corri pela escada e encontrei papai na sala vendo algo na tv, peguei o controle da mesma e a desliguei, ele me olhou um tanto assustado e arqueou as sombram-celhas.
- como você deixou isso acontecer?
- isso o que?
- a Taylor namorar esse estranho, ela só tem 15 anos, é criança!
- Lauren...ela já é grande o bastante pra tomar esse tipo de decisão, não tente controlar a vida de sua irmã, deixe ela viver, minha filha.
- droga pai, eu não entendo como você pôde deixar isso acontecer, ela é nova demais, ela é inocente, esse garoto deve ser um pervertido qualquer
- para por favor, Lauren, por que você ta fazendo isso?- Ouvi a voz de Taylor já em lagrimas e vi a mesma correr até a porta e sair, droga Lauren, droga, você sempre fode tudo, merda. Mas e eu? Como eu fico? Eu tenho razão, eles estão errados, eu sou a única pessoa consciente nesta casa infernal, todos que não concordam devem morrer, certo? "Certo, claro" um voz respondeu em minha cabeça, meu sub-consciente? Deve ter sido ele mesmo. Eu já tinha uma ideia e uma resposta, eu estava pronta.
23:47 PM
Todos estavam em casa, com exceção de Taylor, ela não tinha voltado para casa ainda. Eu já tinha planejado tudo, um incêndio, um lindo e maravilhoso incêndio, tudo começaria pela cozinha, eu mesma deixei o gás vazando e assim que minha mãe, meu pai ou mesmo meu irmão apenas ligasse a luz da cozinha, tudo explodiria, confesso, sentiria falta de meu pai, ele sempre me apoiou em tudo, mas ele estava errado, merecia morrer. Eu estava numa praça perto de casa, observava os carros passarem por mim, e de repente, vi um carro da policia e o caminhão dos bombeiros passarem em alta velocidade, e assim, tive certeza de quê tudo estava certo. Me pus de pé e andei calmamente até lá, sorri ao ver a dificuldade que tinham para apagar o fogo que predominava minha casa, mudei minha expressão para que não desconfiassem de mim e corri até o carro da polícia, vi três macas com corpos em cima, deixei lágrimas - falsas- caírem sobre a maçã de meu rosto, cheguei perto das macas e um policial me segurou
- não pode se aproximar, senhora.
- essa casa é minha, por favor, eles são minha família
Ele então me soltou, andei lentamente até a ambulância e os enfermeiros que estavam lá me olharam com certa expressão um tanto quanto triste e cansada
- fizemos tudo que podíamos, mas eles não resistiram, nos desculpe, senhora.Flash Back off.
- Minha família... Me abandonaram.