Bad News

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- Cadê minha irmã? Quem é você? Onde eu estou?

Desde que acordou e bateu seu olhar em mim, Sofia não parou de fazer perguntas, agora ela começava a chorar, mas sem fazer alarde. Minha cabeça então, deu branco total nas idéias de como reverter a situação e criar uma explicação razoável para Sofia. Numa ação involuntária, meu corpo se levantou e abraçou o pequeno corpo da garota, a mesma me abraçou forte e pôs sua cabeça sobre o vão de meu pescoço enquanto chorava. Suas lágrimas já molhavam minha camiseta, minha mão alisava suas pequenas costas em pról de consolar a menina, mas seu choro apenas aumentava. Me afastei um pouco e acabei por quebrar o abraço, ela se mantinha de cabeça baixa e chorava baixinho. Levantei sua cabeça e a fiz olhar diretamente para mim.

- Olha, Sofi...então, sua irmã, ela teve um...pequeno contra tempo na empresa, daí ela....pediu que eu ficasse com você por um tempo até tudo se resolver. É, foi isso que aconteceu.

- Ela não quer fi-ficar comigo, é isso, tia?

- Não, não, ela só...Anda ocupada demais, certo?

- Certo. E quando e-eu vou ver ela de novo?

- Então... Eu não sei ao certo, mas será logo, eu prometo.

- Certo, obrigada, tia.

- Lauren...é Lauren meu nome.

- Obrigada, tia Lauren.

Ela me abraçou de novo, desta vez mais apertado e sufocante que a outra, acabei por retribuir o abraço. Ela não é tão mal quanto eu havia pensando, quem diria que eu não iria querer matar essa garota, certo? Uma surpresa de cada vez, Lauren, você tem problemas demais parar resolver, um à mais não será aceito.

Conversei um pouco mais com Sofi e a pus na cama, ela dormiu em pouco tempo. Logo em seguida liguei para Vero, amiga antiga, ela iria resolver este problema temporáriamente e seria de grande ajuda. Expliquei a situação a Vero e como sempre, ela entendeu e me apoiou. Ao menos uma pessoa no mundo me entende, e esta pessoa é Vero, a considero como uma quase irmã, ela sempre está do meu lado e me apóia em qualquer coisa que eu tente fazer, posso dizer que com toda sinceridade do mundo, eu a amo.

- Laur, o que pretende fazer com ela, você tem que trabalhar amanhã, não é mesmo?

- Sim...mas acontece que não sei o que devo fazer com a garota, eu imaginei que seria mais fácil dar um jeito nela.

- Me deixe com ela aqui amanhã e vá trabalhar, é a melhor solução que eu consigo imaginar

- É perigoso deixa-la aqui, alguém pode ver, temos que leva-la num lugar mais isolado.

- Você não tinha um sítio de família a leste daqui? Podíamos ficar com ela por lá.

- Ele está um pouco "abandonado" mas tem jeito...nas condições que estamos é o melhor que se tem.

- Se partimos agora chegamos em no máximo uma hora, vamos?

- Vero...eu...nossa, eu não tenho como agradecer, eu te devo uma, obrigada.

- Me deve uma e tanto hein, Laur.

Terminamos de arrumar as coisas e saímos com Sofia até o sítio de minha família. O lugar ficou abandonado por alguns tempos por razões de que era pra eu cuidar dele, mas acabei por dedicar toda minha vida a Camila. O lugar se encontra num estado deplorável, mas acho que só por alguns dias da sim pra ficar. Entramos no sítio e acabamos dormindo o resto da noite na casa que havia lá.

6:37 AM

Acordei mais cedo hoje, não queria Camila reclamando por atraso meu. Assim que levantei da cama vi Sofia, ainda dormia, suspirei por lembrar que ela ainda estava ali e continuei minha caminhada até o banheiro para me arrumar.
Ao terminar de me arrumar, peguei o carro e dirigi até a Cabello's Interprise, cheguei mais cedo hoje, como foi previsto por mim. Entrei na empresa e fui de cara até a sala de Camila, sua secretária me informou que ela não viria trabalhar hoje, mas não falou o motivo, mas eu já sabia exatamente o porque. Retornei a minha sala, sentei em minha poltrona e imediatamente liguei para Camila, usei a desculpa de que haviam algumas pastam com arquivos e contratos importantes para ela assinar, e mesmo assim ela recusou, percebi que ela estava ressentida e então fui direto ao ponto.

- Camila, aconteceu algo? Você não me parece muito bem.

- É que... Que eu.. Bem...Lauren, minha irmã, ela está desaparecida, ela sumiu ontem a noite e então eu preferi não ir hoje para acompanhar mais de perto a investigação. Por favor, não conte a ninguém, não quero que o caso se espalhe.

- Oh, não, claro que não irei falar a ninguém sobre isso. Se você quiser eu posso ir ai e ver se ajudo um pouco, sabe...te dar um força...

- Eu acho que não seria má ideia, obrigada, Lauren.

- Não há de quê, Camila.

Assim que a chamada foi encerrada meu sorriso foi de orelha a orelha, nada no mundo pode me alegrar mais que ouvir ou ver a Camila, é uma sensação tão boa que eu poderia morrer agora mesmo.
Assim que sai da empresa, dirigi o mais rapido que pude até a casa de Camila, assim que cheguei estacionei o carro em sua garagem e a mesma pediu para que eu a esperasse lá, já que haviam policiais em todo canto de sua casa e ela queria respirar um pouco de ar.
Abri a porta do carro, pus meu óculos escuros e sai do mesmo. Me coloquei de pé e assim que olhei a minha frente vi uma Camila cabisbaixa e com um sorriso de canto que me olhava triste, ela rapidamente me puxou e me abraçou forte, seu abraço me lembrou Sofia, o que me fez paralisar o corpo por um segundo e logo voltar a abraçar Camila. Ela prendeu seu rosto no vão de meu pescoço e pronunciou um "Oi Lauren" baixinho. Após alguns segundos, ela quebrou o abraço e me olhou ainda com expressão triste, meus sentidos falharam ao ver seu rosto triste e saber que a culpa era minha, eu realmente a queria feliz só não sabia como fazer isso. E então, meu corpo por puro impulso, ou talvez, loucura, eu me aproximei rapidamente dela e a beijei. Fechei os olhos e pude sentir o gosto de seus lábios, voltei ao mundo real assim que percebi que ela estava me empurrando e eu por impulso, estava a imprensando contra o carro. Me afastei e a olhei, ela agora parecia furiosa.

- Droga, Lauren, você disse que viria para me ajudar não para atrapalhar e me estressar mais do que já estou.

- Camila, desculpa, eu realmente não sei o que houve comigo, eu só...

- Não tem desculpa, eu acho melhor você ir embora, voltar a empresa, ir pra casa, eu não sei, só... Saia daqui, por favor.

Fiquei sem palavras ao ver ela me dando as costas e voltando pra sua casa, eu Estraguei tudo de novo, como pude ser tão burra? Eu quero correr até ela e pedir desculpas, mas ela disse que eu não poderia entrar, okay...o melhor que posso fazer é espera-la aqui fora pra não irritar mais. Entrei em meu carro e fiquei a esperar algum sinal de Camila.

7:55 AM

Estava com a cabeça encostada no volante do carro, ainda esperando Camila quando de repente ouço batidas ao meu lado, alguém batia na porta do meu carro, um rápido pensamento de ser Camila veio a minha cabeça, e o mesmo morreu quando eu olhei e vi ser apenas um homem, parecia ser um dos policiais que Camila tinha falado por telefone.
Abaixei o vidro do carro e o policial me olhou fixamente, o olhar dele parecia me matar por dentro.

- Ora ora se não é a Srt.Jauregui, o que faz aqui?

- Desculpa, como sabe meu nome?

- Não se lembra de mim, menina Lauren? Pois vai ser um prazer refrescar sua memória. Chefe de polícia Mahone, eu cuidei do caso de sua família... O incêndio.

- Eu...é, sim, estou lembrada agora, quanto tempo, senhor....

- Realmente, quanto tempo, agora faça o favor de me responder a pergunta que eu havia feito a Senhorita.

- Eu estou esperando minha...amiga, Camila.

- A Srt.Cabello me disse não estar a espera de ninguém, acho melhor a senhorita ir embora para não causar problemas, certo?

- Virou crime esprar pessoas agora, Senhor?

- Primeiramente, pra você, é Chefe Mahone, e segundo, eu não fui e não vou com sua cara desde o incidente de sua família, Senhorita, agora faça o favor de manter distância da Srt.Cabello antes que eu a prenda por desacato a autoridade.

Ignorei a cara feia que Mahone fazia em direção a mim e fechei o vidro do carro, respeito fundo e dei partida no mesmo. Sai da garagem de Camila e acabei por parar o carro em um local próximo a sua casa. Se aquele policial de merda pensa que vai me atrapalhar com Camila, ele está completamente enganado. Pessoas como ele são apenas pedras em meu caminho, e pedras, eu apenas pego e jogo-as o mais longe possível.


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