T E M P O | ATO II

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— Sit down. Why are you laughing? It wasn't you who asked me to do this? To say things to you like this...? To fuck you like this? So. Sit. Down.

— Ok, Ok.

*


— Não, não se sente . — Segura Pran pela cintura, que se recupera do que ouviu do namorado, e deixa um beijo macio em seus lábios, o encaminhando suavemente até a lateral do sofá. Puxa a toalha, cobrindo o apoio de braço e senta Pran ali. — Sit here. [Sente aqui.]

— Pat...

Pat se ajoelha no tapete macio da sala, de frente para Pran, e agradece mentalmente pelo namorado arquiteto ter priorizado o conforto no lugar da estética. E a cor clara do tapete contrastava muito bem com o cinza escuro num tom mais quente do tecido do sofá — de acordo com o que Pran disse na loja. Pat não se importou muito com isso, só queria algum que coubesse os dois confortavelmente, e que fosse menos frágil do que o anterior — que mal aguentou três usos. Já o novo, tinha o assento largo e profundo, era retrátil, pesado, robusto. Era possível até deitar o encosto. Mas foi nos apoios de braço, largos e confortáveis, que o Pat se atentou na hora da compra. Tinham cerca de trinta centímetros de largura. Perfeitos para o que ele tinha em mente.

— Vai me dizer que você não entendeu porque eu quis esse modelo, enquanto você insistia que não era tão moderno quanto o sofá de braços estreitos que você queria?

Contemporâneo, Pat. Moderno, na verdade, é considerado ultrapassado atualmente. — Pran corrige usando aquele tom vaidoso de presunção tão familiar para Pat, e começa a explicar sobre o movimento modernista e sobre a escola alemã de design que originou o movimento e como não deu muito certo a longo prazo, enquanto tentava conter a curiosidade sobre a escolha do namorado. Pat o assiste, os olhos piscando acelerados com aquela chuva de informações. Mas Pran é o mais inteligente ali, ele sabe o que Pat quer. E estava um tanto empolgado para isso, afinal, adora quando Pat decide fazer coisas novas e Pat sempre faz coisas novas. E Pran o ama. Sempre. 

— Why don't you shut up? [Por que você não cala a boca?] — Pat sibila e se ajeita agachado entre as pernas compridas de Pran, que está na ponta dos pés com os joelhos levemente flexionados e quadril apoiado no braço do sofá. Ele deixa o peso de seu corpo de uma vez no móvel, quando Pat agarra seu pau com as duas mãos e passa a língua por sua extensão, lambendo devagar, mas com força suficiente para que Pran sinta a aspereza de sua língua determinada, dominando suas veias ressaltadas, ao passo que os dedos cuidadosos espalham saliva por todo comprimento. 

O som dos gemidos compridos, silvos e engasgos que saiam dos lábios de Pran, chamam a atenção de Pat que o olha fundo nos olhos, enquanto repete o movimento, de novo e de novo e de novo, e se permite assistir e admirar o homem em sua frente. As dobras deliciosas na cintura e a linha que forma no umbigo de Pran sob o blazer amassado; o peito macio de Pran subindo e descendo junto com os movimentos da cabeça e língua de Pat, a mão esquerda sobre a própria coxa, e a direita, arranhando o sofá como um gato afiando as unhas; o cenho franzido com olhos atentos, instigantes; o queixo fino sob a boca aberta, proferindo sons de amor e gentileza, que fizeram mais falta do que Pat imaginaria sentir. 

Foram apenas seis dias. Seis dias sem sentir a pele de Pran na sua pele; o cheiro do topo da cabeça de Pran quando o faz de travesseiro; a voz de Pran chamando seu nome baixinho no seu ouvido. Mas foi o suficiente para lembrá-lo de todo aquele ano em que não se encontraram, ou dos três meses que passaram distante um do outro antes de Pat chegar ali, ou de toda vez em que ele não pôde pular a janela do Pran. Pat não quer nunca mais viver aquilo e quer que Pran sinta o quanto ele o ama e que nenhuma distância jamais irá mudar o que eles sentem. E que a falta do toque só vai o fazer querer mais. E que, se algo mudar, sempre será para melhor. O amor de Pat sempre será maior. E ele sabe que Pran sente o mesmo, ao vê-lo cravar as unhas ainda mais no encosto do sofá, seu quadril sacudindo involuntariamente quando Pat desliza seu pau babado na parte externa da bochecha, olhando-o fundo nos olhos. A visão de Pran embassa, suas coxas arrepiadas, observando cada toque que Pat dá no própro tempo, esperando que Pat o tome de vez em sua boca, mas Pat continua lambendo e lambendo, sua língua ficando cada vez mais molhada, encharcando o pau de Pran que está cada vez mais duro, escorrendo pré-gozo, evidenciando cada veia desenhada, pressionadas pelos lábios de Pat em todo beijo que ele deixa por ali, se demorando enquanto saboreia o gosto de Pran que Pat sabe que é só dele. Pat não está frágil, ele está com saudade. E está matando ela enquanto mata Pran junto. E Pran o assiste como se o braço do sofá fosse uma cadeira VIP, de um camarote só dele, de uma apresentação exclusiva onde o ingresso é de um valor exorbitante, mas ele ganhou de graça e não precisa dividir com ninguém, mesmo sabendo claramente que entregaria tudo que possui com a condição de ter Pat ajoelhado entre suas pernas, nem que fosse apenas por mais um dia, uma hora, ou um segundo. O tempo que fosse.

[05] • TEMPO • [ BadBuddy | PatPran ] ):)Onde histórias criam vida. Descubra agora