04 narração = Lerdeza ambulante

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Ansioso, Seungmin estava na sorveteria, na mesma mesa que sempre sentavam quando iam ao lugar, parecia já dele aquele lugar, Seungmin aproveitando a viagem já estava comendo um sundae, não por fome mas por querer se distrair e não pensar no desenho com coração e pensar que aquele caderno tinham mais desenhos de changbin, se sentia um tolo sem noção da cabeça. Mesmo Changbin sendo lerdo e não parecendo reparar nos corações. Não fazia nem tanto tempo que tinha deixado a casa do Seo mas o Kim estava todo diferente já, o cabelo castanho claro um pouco grandinho já tinha sido prendido e estava úmido devido ao banho que tomou, e uma roupa toda diferente da de antes.

Estava tão inquieto que sua única reação enquanto tomava o copo com seu milkshake congelado, destruindo o canudo de papel – que nem estava o deixando puto – era mexer a perna sem parar, as sacudindo o tempo todo, incontáveis vezes e incansável vezes.

Logo o sininho brega do ambiente foi ouvido e o Kim olhou diretamente para quem entrava, Changbin o ser que entrava, este que estava se aproximando dando pulinhos e com o casaco maior que si.

Ele ia infartar. Até o último dia de aula, ele ia e tinha certeza, se não até lá, então seria na viagem que as duas família faziam.

– Oi – os dois idiotas responderam em uníssono e riram. Seungmin não sabia o que dizia, mas nem pensou em dizer licença para metadinha ou cruzar o dedo para não dividir o sorvete. E lá teve que dividir seu sorvete para completar a situação.

Desviam do assunto do desenho um pouco depois que Changbin lhe entregou seu precioso caderninho vendo ele parecer envergonhado, Seo só não entendia porque, afinal, Seungmin nunca demonstrou vergonha em toda sua vida como naquele momento. Até a hora de ir embora desviaram aquele assunto e entraram em um nada a ver, mas na hora que saíram da sorveteria e caminharam pela noite silenciosa até a casa do Kim, o assunto quebrado e voltado ao tal desenho.

Seungmin queria enterrar a cabeça igual um avestruz pescoçudo, no primeiro buraco que aparecesse à sua frente. Mas nenhum apareceu.

– Como você nunca me disse que desenhava ou gostava? – Seungmin não sabia como saíram para aquele assunto de novo mas lá estavam. Porra tinha o ano todo agora para aturar isso. Olhou Changbin por breves segundos que pareciam eternidades, o Seo parecia mesmo gostar daquele assunto. – Você alguma hora ou dia me diria? – Fazendo drama, perguntou.

– Você nunca perguntou e não era importante para contar, vai perguntar quantas vezes ainda? – Kim respondeu e por mais que parecesse não saiu como grosseiro aquilo, era apenas um questionamento e não demorou pra ser respondido.

– Não mais, é só que eu achava que dos meus conhecidos só o Hyunjin desenhava, e eu acho bem legal sabe –– o Seo comentou e voltou a atenção a frente voltando a caminhar ao lado do mais novo – Ok, ele não é bem meu conhecido, mas eu conheço ele de certa forma – comentou e sem querer sorriu coisa que não passou despercebido pelo Kim mas ele fingiu que não viu, não incomodava, Hyunjin era além de filho do diretor da escola, era um modelo famoso, todo adolescente respirante daquela época era afim dele. – Mas você... NOSSA – o garoto berrou meio da rua, como todos os adolescentes que eles dois julgavam sempre que faziam.

– Você ainda arrasta tanta coisa pro lado do Hyunjin? – Seungmin comentou ignorando o último coisa e focando nisso

– Não entendi. – quando ele dizia que Changbin era um lerdo ambulante ele não mentia, a falta de altura devia afetar no crescimento dos neurônios para ele ser tão travado. Kim respirou fundo parando em frente sua casa já.

– Você tem uma queda de anos nesse Hyunjin e vem com essa de " não entendi"? Sabia que a escola é enorme tem uns mil alunos? – Kim questionou como se jogasse algum verde mas Seo era ainda lerdo para captar e torrava sua paciência, comentar das queda de Changbin torrava sua paciência, podia pelo menos trocar a pessoa de quem gostava, não aguentava mais ouvir sobre o mesmo ser humano pra lá e para cá, então antes do silêncio estranho bater ele comentou – Troca a fita e segue.

– Não é como se qualquer um da escola gostasse de mim, vou virar uma esquina e arranjar alguém que goste –– O garoto completou normalmente e Kim cruzou os braços quase rindo mas só soltou um som pela boca antes de falar de novo.

– Mas e se gostarem? Você não vai saber porque é arrastado, tem uma queda de cinco andares pelo Hyunjin, que não ta nem ai pra você!. – O Kim falou sem segurar a língua e Changbin fingiu ofensa, mas logo perdeu a pose e riu.

– SEUNGMIN, doeu tá! – falou ainda rindo um pouco –E eu também tô nem aí pra ele; É só uma fase de obsessão semanal, logo passa

– Desculpa, mas é bem verdade, e tá durando meses essa obsessão semanal – O garoto que ri dessa vez, mas para não agredir o melhor amigo.

– Mas é fase! Se você arranjar alguém em duas semanas para eu ter um novo crush, eu mudo de contatinho para a pessoa!

– Não converso com ninguém seria estranho chegar do nada em alguém né!? e você é um pouco leso né Changbin, vamos combinar, nem vou me cansar e entrar nesse desafio – Kim falou por fim – Eu vou entrar já que ta frio, toma cuidado na ida.

– Boa noite, e eu não sou lerdo nada.

Seungmin que afirmava e entrava, agora já voltava para discutir a lerdeza do melhor amigo.

– Não é pouco porque você é até demais, a pessoa poderia gostar de você e estar na sua frente que você nem notaria, porque não é alguém da sua obsessão do ano da escola! – O garoto falou totalmente calmo e Changbin achou aquilo um absurdo, óbvio que ele não era lerdo nesse nível .

– É claro que eu notaria!

– Tá bom se você diz... Boa noite que tá ficando tarde. – Kim ficou parado alguns segundos esperando Changbin ir para entrar finamente.

– Nem um beijo de boa noite no seu melhor amigo antes!? tóxico! – O mais velho brincou e o Kim que até então não sorriu, riu verdadeiramente.

– Vaza Bin – Falou rindo meio idiota e logo o outro o abraçou em alguns segundos antes de se separarem e sair. Não era novidade, Changbin e Seungmin eram um amor de pessoas às vezes, podiam se implicar mas sempre tinha um abracinho no final. Changbin era o único que Seungmin acostumava com o abraço como linguagem de afeto. Ele gostava, sempre era confortável e ficava com a leve fragrância de Changbin.

Seungmin ficou alguns segundos parado ali vendo a silhueta de Changbin sumir na rua meio escura, iluminada apenas com a luz dos postes e logo que sumiu ele entrou todo com cara de pateta, fazendo sua mãe até tirar sua temperatura.

Mas o sorriso besta não descartava que ele ainda queria bater em Seo Changbin por não perceber o óbvio, "a pessoa a sua frente" e Changbin com cara de tapado no lugar de puxar ele pra um beijo.

– Viado corno, filha da puta, lerdinho, anta... – Resmungava o garoto se jogando na cama querendo levantar nunca mais.

just you - SeungBinOnde histórias criam vida. Descubra agora