19 - Conflitos e confissões

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Dizer que eu fiquei desesperado seria pouco. É claro que eu sabia que um dia precisaria conhecer a mãe de Angelina, mas, por Deus, eu ao menos gostaria de estar vestindo alguma roupa. E eu sabia que nem aquilo poderia fazer agora, com medo de fazer algum barulho que pudesse ser ouvido do outro lado da porta.

Ainda assim, levantei apressado e girei a chave na fechadura o mais devagar e silencioso que consegui, fazendo um sinal para Angelina ficar quieta e parar de se mexer tanto pelo chão de madeira.

- Angelina? Está em casa, filha?

A loira me encarou com o olhar alarmado, perguntando o que deveria fazer e eu me aproximei dela devagar, evitando fazer barulho, abraçando-a até estar com a boca perto do seu ouvido.

- Espere um instante. - Instruí num sussurro quase inaudível.

- Angelina? - Sua mãe tornou a chamar, a voz agora se aproximando do quarto.

- Responda como se tivesse acabado de acordar.

- Oi, mãe. - Ela respondeu e eu quase ri da sua falsa voz de sono, que mais parecia uma voz de pós-sexo. O que era exatamente a verdade.

- Está estudando? - Nós dois pulamos assustados quando ela tentou abrir a porta, mas obviamente estava fechada.

- Estava dormindo, mãe - Angelina se apressou a falar, antes que a mãe perguntasse o porquê daquela porta estar trancada. - Está tudo bem?

- Ah, sim. Só queria te avisar que Pete vem jantar aqui hoje. Deve estar aqui por volta das sete.

- Pode deixar que eu ajudo a preparar o jantar. - Ela falou, parecendo já saber o que a mãe queria.

- Obrigada, filhinha. Vou só tomar um banho e escolher uma roupa bonita. Você me ajuda com isso também?

- Claro, mãe.

Esperamos em silêncio enquanto ouvia os passos se distanciando e estava prestes a falar quando Angel colocou uma mão sobre minha boca, pedindo para que eu esperasse mais um pouco. Apenas quando ouvimos uma porta abrindo e fechando, seguido de uma música tocando alta pela casa, foi que ela relaxou.

- Essa foi por pouco. - Ela falou, soltando o ar com força.

- Muito pouco. - Concordei, abraçando ela com força.

- Você precisa ir, Drew. E rápido. Ela nunca demora no banho.

- Tudo bem.

Beijei sua boca rapidamente antes de me afastar, começando a me vestir às pressas. Ainda estava vestindo a blusa quando Angel começou a me empurrar para fora do quarto, depois de olhar pelo corredor para se certificar de que o caminho estava livre.

- Te ligo à noite. - Prometi, já parado à porta da sala, puxando ela para um último beijo. - Te amo, minha Angel.

- Vai logo! - Ela ordenou, me empurrando de leve para fora do apartamento, um sorriso enorme no seu rosto. - Também te amo. - Ela murmurou ainda sorrindo e soltou um beijo no ar antes de fechar a porta.

[...]

- Você só pode estar brincando, Phoebe! - Resmunguei por entre os dentes, parando à sua frente para bloquear a sua passagem. - É a festa do seu filho. Você não pode sair dessa forma.

Eram quase onze da noite quando vi Phoebe falando ao celular e logo entendi que algo não estava bem. E foi só me aproximar para ouvir ela falando, pouco antes de desligar, que ia resolver o problema agora mesmo. O problema é que dentro de dez minutos o espetáculo da entrada do bolo aconteceria e era esperado, no mínimo, que nós dois estivéssemos ali. Mas pelo visto Phoebe não estava muito incomodada com isso.

7 Minutos no Paraíso - Drew Starkey Onde histórias criam vida. Descubra agora