O calor estava tão grande naquela sexta que a primeira coisa que fiz enquanto ia encontrar Angel foi ir dobrando logo as mangas da blusa até o cotovelo. Entrei no carro, ligando o ar no máximo e suspirei extasiado com a brisa gelada no meu rosto. O restaurante chinês de onde tinha acabado de sair depois de comprar o almoço para nós dois estava tão quente que cheguei a suar lá dentro.
Quando meu celular vibrou dentro do bolso levei um susto ao ver o nome de Angelina na chamada que entrava. Nós não tínhamos trocado nenhuma mensagem hoje combinando o encontro, mas eu apenas deduzi que estava tudo certo.
— Não me diz que você está querendo desmarcar, por favor. — Implorei assim que atendi.
— Não, seu bobo. — Ela respondeu rindo. — Só me pega na próxima esquina, onde tem um prédio em construção. Depois te explico o motivo.
— Tudo bem. Estou chegando aí.
Segui direto, passando em frente à biblioteca e logo chegava ao ponto marcado por ela, vendo-a me esperando debaixo de uma árvore que lhe protegia do sol forte. Apenas para não quebrar a rotina, Angelina estava linda num vestido branco, parecendo um anjo. Um anjo que era só meu.
— Olá. — Cumprimentei-a quando ela entrou e fechou a porta, se adiantando para me dar um beijo ao sentir minha mão na sua nuca.
— Oi.
— O que aconteceu? — Perguntei enquanto colocava o carro em movimento.
— Eu vi um grupo de alunos da minha turma se aproximando e fiquei com medo deles me verem entrando no seu carro. Eles entraram na Starbucks que fica na frente da biblioteca, mas achei melhor não arriscar. Que cheiro é esse? — Ela perguntou antes mesmo que eu tivesse tempo de falar qualquer coisa.
— Nosso almoço. — Respondi, apontando rapidamente para o banco de trás.
— Por que você não quer que eu cozinhe mais para você? — Angelina perguntou com a expressão levemente ofendida.
— Não é que eu não queira, amor. — Falei, levando uma mão para sua coxa, como sempre levantando o tecido do vestido para tocar sua pele. — Mas eu prefiro que você passe mais tempo comigo do que na cozinha. Só isso.
Quando chegamos ao seu apartamento, comemos na sala mesmo, sentados no sofá, ficamos trocando as caixinhas de comida chinesa sempre que uma encontrava algo que a outra gostava mais de comer, até que não havia mais nada. Deixamos tudo em cima da mesa de centro mesmo e eu puxei Angelina para perto, apoiando suas costas no meu peito, deixando-a entre as minhas pernas, enquanto me recostava no canto do sofá. Ficamos um bom tempo ali apenas conversando amenidades, minhas mãos acariciando seus cabelos e às vezes indo para seu pescoço e ombros, enquanto ela brincava com o pingente de flor do seu colar.
— Acho que nós deveríamos mudar algumas coisas. — Ela comentou depois de um tempo em silêncio.
— Em relação a quê?
— Sobre me pegar em frente à biblioteca. Não é tão perto da escola, mas muitos carros dos alunos passam ali. Eu sempre fico com medo de alguém me ver entrando no seu carro. E hoje foi ainda pior.
— Podemos mudar o lugar então.
— Talvez seja melhor se você parar de me pegar depois da aula. — Ela sugeriu e eu me vi obrigado a interromper as carícias no seu pescoço e virei seu rosto para encara-la. — Pensa bem, Drew... — Ela continuou antes que eu falasse algo. — Se um dos seus filhos virem seu carro por ali naquele horário, mesmo não suspeitando do que está acontecendo, eles podem perguntar ou até comentar com a sua esposa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
7 Minutos no Paraíso - Drew Starkey
Hayran KurguOnde Drew Starkey é um homem casado que acaba envolvendo-se mais do que deveria com uma adolescente. ᴅʀᴇᴡ sᴛᴀʀᴋᴇʏ - ᴀᴅᴀᴘᴛᴀᴛɪᴏɴ