O Ritmo Entre Nós [myg + pjm]

[14] Ligação

Rapidinho: nesse capítulo pode ter algumas descrições de violência. Não é nada muito pesado, mas quem não gostar ou não conseguir ler, pule a cena. Boa leitura! :)

~♡~

Papel. Yoongi precisava de papel para se secar depois de ter lavado o rosto na pia do banheiro. Assim que Jimin saiu, ele precisou de mais alguns minutos para se recompor. Nem ele mesmo sabia do quê, mas precisava respirar um pouco ou ouviria piadinhas de todos se saísse do banheiro afetado daquela forma. Tentou racionalizar sobre o porquê ter sido tão afetado assim. A última vez que sentiu isso fazia muito tempo, isso se sequer aconteceu antes. A atração por outras pessoas sempre foi um tema sensível para ele e, definitivamente, ninguém o tinha feito suar de nervosismo apenas ao chegar perto demais.

Jimin podia estar apenas brincando e ele estava ali, apoiado com os braços na pia sonhando com o que poderia ter acontecido alguns minutos atrás. Mais 1 segundo e teria escorregado por Jimin igual sabão.

Respirou fundo antes de ajeitar o cabelo e seguiu para fora do banheiro.

Em alguns minutos o lugar parecia ter ficado ainda mais lotado e quando chegou até a mesa onde estavam sentados teve que parar e olhar ao redor para se localizar. A mesa estava ocupada, mas nenhum deles eram seus amigos. Será que estava na mesa errada? Não tinha como, se tinha entendido o conceito do lugar, aquele deveria ser o único banco em formato de "U" na cafeteria inteira, então onde estavam os outros? Tentou procurar dando uma volta, mas não encontrou ninguém.

Pegou o celular para ligar para alguém perguntando e saber se eles já tinham ido embora mas foi em vão, a tela do aparelho nem acendeu, consequência de ter esquecido de colocar pra carregar na noite passada. Ótimo, ele nunca usava o celular e quando precisava dele não tinha bateria.

Estava parado perto do corredor que seguia para o caixa e, consequentemente, perto da saída, olhando em um ponto fixo tentando pensar onde eles estariam quando sentiu um cutucão no ombro.

— Licença. — Yoongi olhou para trás e encontrou a garçonete que o atendeu mais cedo, Mina, encarando ele com um certo receio nos olhos. — Você estava com o Jimin e os outros meninos, não é? — Ele apenas balançou a cabeça em concordância. — Eles já foram embora... — Ela olhou para baixo, constrangida.

Yoongi não respondeu, apesar de um lampejo de vingança ter passado pela sua cabeça no mesmo segundo em que confirmou suas suspeitas, nem percebeu que tinha fechado o semblante, mas Mina se apressou em se explicar.

— Por favor, não fique bravo com eles, a culpa foi minha. — Antes dele pensar em questionar, ela começou a falar na velocidade 5, o que na verdade dificultou entender tudo, já que o lugar estava mais movimentado e, consequentemente, mais barulhento também. — Você estava no banheiro e os outros pagaram e foram embora e o Jimin voltou lá de fora e ficou sentado no balcão esperando mas eu fui conversar com ele e disse que os outros já tinham ido e aí eu levei um susto quando você saiu do banheiro porque acho que ele tava te esperando... — Ela retorcia os dedos de nervoso, como se tivesse feito algo muito errado e fosse ouvir gritos de repressão em resposta. Yoongi entendeu mais ou menos o que aconteceu, mas era evidente que foi só um mal-entendido.

—Ok, obrigada por avisar. — Tentou sorrir de leve, mas ela pareceu ficar mais nervosa ainda. Reação estranha, no mínimo.

— Mas... Tudo bem? — Ele acenou. — Mesmo? — Mais um aceno. — Você tem como ir embora?

— Que horas são? — Ele perguntou, era mais fácil que tentar achar o relógio na parede e há muitos anos que ele não usava um.

Ela checou o relógio no pulso antes de responder. — São 21h33. Você não tem como ir embora, não é? Eles eram sua carona? Droga. Eu posso chamar um táxi ou se você esperar um pouco eu mesma te levo, meu expediente já tá quase no fim. — Mina falou com a esperança de ajudar, mas com um pouco de receio que ele realmente aceitasse e esperasse por ela, Yoongi sentia a necessidade de ser prestativa por se sentir culpada mas também sentia o medo, o que era racional, já que ele era um total desconhecido pra ela, apesar dele ainda ter certeza de já tê-la visto em algum lugar antes.