O Ritmo Entre Nós [myg + pjm]

[15] Chapagetti

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A primeira coisa que ele notou foram os olhos de Jimin. Naturalmente grandes e expressivos, varriam o bar enquanto seguia atrás do menino mais novo. Jimin parecia agitado e foi apenas quando o olhar dele encontrou com o de Yoongi que sua expressão suavizou. Mas não durou muito, porque eles saíram de seus olhos para analisar o resto de seu corpo. Agora ele parecia muito mais preocupado, tanto que passou a frente de seu guia e foi na direção de Yoongi sem se importar com quem esbarrava no caminho, só via o moreno na sua frente.

— HYUNG? O que aconteceu?! — Ele se aproximou de Yoongi. — Quem fez isso com você?! — Ele tocou com a maior delicadeza que conseguiu em todos os pontos que estavam sujos de sangue ou já apontavam a coloração de um hematoma. Percebeu que ele fez uma careta contida. — Está doendo muito?

Yoongi não respondeu, também queria saber quem era o cara e entender o porquê, mas nunca tinha visto o loiro assim e era, de certa forma, fascinante. Mesmo naquele estado, estava hipnotizado. Ele vestia um conjunto de moletom roxo quase cinza, largo, escondendo a maior parte de seus músculos bem definidos, deixando-o bem menor do que era, somado ao seu cabelo úmido caindo numa franja angelical na testa, Jimin parecia bem mais juvenil do que normalmente ele aparentava em suas roupas coladas e atitude charmosa. Percebeu que não sabia sua idade, apenas que era mais novo.

Além disso, tinha seu olhar que não combinava com o resto. Era um rosto adorável demais para os olhos furiosos que agora carregava, como se estivesse prestes a quebrar a cadeira do bar na cabeça do próximo que se aproximasse, muito pior do que a primeira vez que o vira bravo no estúdio, não chegava nem perto. Mas Yoongi não estava com vergonha nem corria o perigo de gaguejar dessa vez, mais ou menos, e não queria assumir que se sentia muito melhor agora que Jimin tinha vindo a seu resgate.

— Consegue andar? — Jimin não deu chance para ele responder, com delicadeza passou um braço ao redor de sua cintura e fez com que se apoiasse em seus ombros. — Dói aqui? Vem, devagar. — Yoongi queria rir da situação, se sentiu uma boneca de porcelana, se não fosse cuidadoso quebraria em muitos pedacinhos mas também era preciso segurar com firmeza para não deixar cair, exatamente como Jimin fazia agora. — Hyunjin, ele bateu a cabeça? — Perguntou mirando o mais novo que o guiara até ali, preocupado pela falta de resposta de Yoongi.

— Eu não sei, sunbae. Ele bateu, hyung? — Hyunjin perguntou para Jackson, que apenas observava a cena.

Levou alguns segundos antes de responder, quase testando a paciência do loiro. — Acho que não, eu encontrei ele já andando aqui na frente... — Jackson ergueu os óculos escuros e o colocou entre os cabelos. — Certeza que você vai aguentar com ele? Eu posso ajudar... — Assim que ameaçou dar um passo à frente Jimin puxou Yoongi pela cintura com um pouco mais de força, de forma que ele ficasse ainda mais firme e próximo de seu corpo. Jackson entendeu o recado. — ... Ou não.

Yoongi não percebeu a troca de olhares entre os dois, estava cansado demais e dolorido demais, então deixou todo o peso de seu corpo a encargo do loiro e esperava o momento de ser escorado para fora. Hyunjin percebeu algo diferente, mas não entendeu e também preferiu não dizer nada.

— Guinho? — Jimin falou mais baixo para ele, a voz doce como música para Yoongi. — Guinho? Não durma, por favor. Nós já estamos indo. — Olhou para os dois que o encaravam. — Obrigado, Hyunjin. — O garoto sorriu. — Obrigado por tomar conta dele, Jackson. — Eles começaram a se afastar.

— Cuidado por aí, Min. — Jackson gritou. — Você também, Park.

Foi necessário um pouco de paciência para levar Yoongi até o lado de fora. O bar não era tão grande, mas eles estavam bem no fundo com apenas as luzes neon para apontar o caminho e até a frente enfrentaram o que parecia uma multidão de bêbados que pareciam focados em esbarrar neles. Yoongi sentia o corpo de Jimin tenso e firme, pronto para empurrar qualquer pessoa que se recusasse a sair da frente deles – o que ele acabou fazendo mesmo.