O recém chegado não tinha gostado da forma como o garoto havia chamado seu omma pelo nome, mas preferiu – não podia – optar por não falar nada, por hora, já que apesar de ser possuir do direito de se aproximar do seu filho, não podia exigir uma coisa como aquela a ele, não ainda. Permaneceu agachado vendo Kyungsoo sair da sala e ir pra cozinha calado, voltou a olhar pro menino.
– Posso ouvir de você? – Jongin arqueou a sobrancelha confuso olhando para o garoto sério.
– Ouvir de mim o que?
– A sua versão da história – Jongdae disse sério e Jongin concordou.
O alfa então teve a mão segurada pelo menor e foi puxado para sentar-se onde a criança estava antes, no chão, no meio de papéis e lápis de cor.
Jongin contou a sua versão da história, oque para Jongdae não diferia muito da versão do ômega. E como o bom ouvinte que era, o pequeno alfa se atentou a tudo que dizia, cada detalhe, Jongin soube que seu filho era esperto provavelmente pela criação que recebeu de Kyungsoo.
Ao final Jongdae soltou apenas um "ah" e baixou o olhar voltando a ver os desenhos feitos no papel.
Jongin sorriu.
– Você desenha muito bem – elogiou.
– Obrigado, também gosta de desenhar?– Não muito, prefiro pintar – respondeu e viu o menor sorrir.
– Omma também prefere pintar.
– Posso te pedir uma coisa? – Jongin perguntou, talvez aquele fosse o momento.
– Só se eu também puder te pedir outra coisa – o mais velho sorriu concordando. – Posso te pedir pra voltar aqui?
– Isso depende do seu omma – respondeu. – Posso fazer meu pedido agora? – o alfinha concordou. – Não chame seu omma pelo nome, isso machuca muito, mais a ele que a mim – expôs. – Eu entendo que você está com raiva dele, eu também fiquei por um momento, mas já passou e quero que entenda que seu omma fez oque fez porque estava com medo, éramos muito novos, é normal ter medo quando se é jovem... adulto também, não esqueça disso – Jongdae meneou em concordância.
– Você vai morar aqui? – Jongin riu em negação.
– Eu trabalho, mas vou tentar vir todo final de semana se quiser – falou vendo os olhos do menor brilharem.
– Eu quero! – a criança soltou animada.
– Tá bom, mas lembre que depende do seu omma – Jongin falou um tanto nervoso, não sabia se Kyungsoo iria fugir de si novamente.
Kyungsoo entrou na cozinha sentindo dor no peito, a dor de ter impedido Jongdae de conhecer seu pai.
Reconheceu isso no momento em que viu Jongdae se jogar nos braços do Kim. Kyungsoo era quem tinha feito mal ao filho, sabendo disso que a única coisa que saiu de si após cruzar a porta da cozinha eram as lágrimas.Pela proximidade que a sala ficava da cozinha Kyungsoo conseguiu escutar toda a conversa que os dois tiveram enquanto terminava o jantar. O ômega escutava seu filho rindo a beça junto ao Kim, oque fazia-o lembrar de como o alfa o fazia rir quando namoravam.
Já com a louça posta e o alimento na mesa, Kyungsoo foi pra porta da sala chamar os dois e os viu sentados no chão desenhando.
– O jantar está pronto, – disse atraindo a atenção dos dois para si – Jongdae vá lavar as mãos junto com seu pai.
Os dois se levantaram e foram, Kyungsoo voltou pra cozinha e preparou o prato do filho.
– Omma, o papai pode voltar aqui? – o menino questionou rápido se sentando na cadeira de costume.
Kyungsoo concordou pondo o prato na frente do filho.
– Então eu posso vir nos finais de semana? – Jongin perguntou olhando para si.
– Se não for te atrapalhar pode vir quando quiser.
– E ele pode dormir aqui? – Kyungsoo se engasgo com a própria saliva. – Isso é um não?
– Ele não tem onde dormir confortável aqui, Jongdae. Não vá forçar a barra com seu pai, por favor.
– Desculpa Jongin.
– Tudo bem – o alfa escondeu o riso.
Pelo pouco tempo que tinham ficado a mesa Kyungsoo permaneceu quieto escutando a conversa que seu ex tinha com seu filho.Jongdae era alguém muito comunicativo, era de se esperar que com Jongin tinha os dois pudessem se aproximar sem nenhum tipo de problema.
As horas foram se passando com pai e filho se conhecendo, já perto das oito horas da noite Jongdae pediu que Jongin o colocasse para dormir.
Kyungsoo aproveitou esse tempo para guardar a louça e ir ver um pouco de TV.
– Colocou meu sobrenome nele, não só isso mas tem o Jong... – ouviu.
Kyungsoo virou o rosto e viu Jongin parado no vão da porta do corredor que dava para os quartos.– por quê?
– Do Jongdae não combina muito e talvez lá no fundo eu tivesse o desejo de que ele possuísse algo que viesse de você, mesmo ele já tendo vindo de você – expôs.
– Mas não precisaria do meu documento pra por esse sobrenome nele?
– Kim é um nome comum e como eu sou pai solteiro e crianças que não têm pais recebem o sobrenome provisório de Kim, por este nele não seria nenhum caso muito grande.
– Hm. Eu volto na próxima semana de novo, mas tenho que ir agora.
– Tudo bem, eu te levo até a porta – Kyungsoo se levantou é seguiu até a porta sendo seguido.
Jongin passou por si e se virou para si.
– E só pra constar, Do Jongdae é lindo da mesma forma que Kim Kyungsoo ficaria igualmente belo – O alfa não disse tão alto.
Kyungsoo ouviu e viu Jongin sair seguindo seu rumo, o ômega continuou parado com a porta aberta por minutos pensando no que tinha escutado, se era real, ou se não passava de uma fantasia da própria mente.
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Um Filho
FanfictionKyungsoo colocou tudo a perder quando decidiu se declarar para Jongin. Estava determinado. Num primeiro momento o Kim até aceitou os seus sentimentos e Kyungsoo não se importava em fazer tudo aquilo que ele pedia, inclusive entregar -se a ele. Estav...