Capítulo III: Receio

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É comum o sentimento de receio vindo de qualquer mãe que permitisse um pai a ver seu filho sem nunca ao ter conhecido antes. Kyungsoo possuía esse receio em grande escala.

Na primeira semana após terem se conhecido, Jongin apareceu como disse que faria, não só naquela mas nas outras. Todo final de semana por meses Kyungsoo observou Jongin se tornar alguém querido para Jongdae, assim como havia sido para si na adolescência.

O alfa aparecia sábado pela manhã e ia embora domingo a noite. Após um mês naquelas visitas Kyungsoo cedeu um futon para Jongin dormir na sala do sábado para domingo, era mais econômico que o alfa gastar dinheiro em hotel todo final de semana.

O ômega não queria pensar na possibilidade de acabar reatando com Jongin, o trio estava bem aquela maneira, mas Kyungsoo ainda se via encantado pelo alfa por quem havia se apaixonado anos atrás.

– Omma, o papai vem hoje? – Jongdae lhe questionou.

Já passava do meio dia e Jongin ainda não tinha aparecido. Era de se esperar que um dia isso viesse a acontecer.

– Não sei meu querido, vou ligar pra ele. Quer ir brincar com o Jun? – perguntou e o viu concordar. – Vamos.

Kyungsoo pegou o celular e seguiu o filho para fora de casa, ligou para o pai do garoto enquanto ia pra casa do amigo.

– Alô?

– Oi, o Jongdae quer saber se vai vir hoje – questionou baixo segurando a mão do filho.

– Não posso esse final de semana, mas diga que estarei aí na próxima – Kyungsoo suspirou desligando o celular em seguida.

Claramente frustrado por não ter a oportunidade de o ver naquele final de semana.

– É, seu pai não vem – disse ainda segurando na mão do filho. – Só próxima semana.

Kyungsoo bateu na porta do amigo e foi aberta segundos depois por Baekhyun. Jongdae o cumprimentou e entrou já procurando por Junmyeon.

– Cê tá com uma cara... – Baekhyun falou fazendo careta.

– Acho que me acostumei.

– Não era bem isso a que eu me referia, mas faz sentido também.

– Então a que você estava se referindo?

– Que você ainda ama ele – o ômega se sobressaltou ao ouvir a voz do Oh proferindo tal coisa. – Vocês dois tem ao menos conversado?

– Cara, obviamente quando ele está aqui toda a atenção dele está voltada para o Dae, oque é o mínimo. Mas não posso simplesmente continuar sentindo a mesma coisa de antes por ele hoje porque somos diferentes.

– Tsc – o casal soltou em uníssono.

– Vocês me odeiam não é? Falem logo a verdade para eu poder ir embora – Kyungsoo reclamou ouvindo o casal rir. – Eu não contava com ele voltando depois de tanto tempo.

– Tanto tempo? Só sete anos, não é como se todo mundo tivesse a obrigação de superar rápido, você fugiu isso é um fato. Jongin aqui é o mais injustiçado e ele seria um idiota se tentasse ter algo com você de novo.

– Caralho Baekhyun, vai tomar no seu cu irmão – xingou.

– Mas omma, eu acabei de começar a brincar, por quê? – a voz do pequeno foi ouvida vindo de algum cômodo mais ao fundo na casa.

– Porque o seu tio é um idiota – Sehun quem respondeu. – Deixe ele brincando aqui, mais tarde eu o levo pra casa, vai fazer tuas comprar vai – o alfa disse mais baixo.

Kyungsoo não falou, apenas se virou e foi para o mercado, pediria desculpas por ter xingado o amigo outra hora, agora ele só queria entender oque fazer, ou não fazer.

Baekhyun não estava completamente errado, não no seu ponto de vista. Jongin não seria idiota de reatar consigo depois de ter ido embora e, mesmo depois de sete anos Kyungsoo se deu conta de que não havia superado nada.

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