Extra: Bad dream baby

906 108 43
                                    

Eu segurava os ombros de Sunghoon com um pouco de força para que ele acordasse logo. Mesmo depois de balançar excessivamente e chama-lo algumas vezes ele ainda não tinha despertado.

O que me deixava preocupado - e até mesmo desesperado - era o fato de Sunghoon estar se virando de um lado para o outro, chamando por mim no meio de seus sonhos. Ele parecia completamente medroso, como se estivesse tendo mais um pesadelo. E eu não conseguia acorda-lo de jeito nenhum. 

- Sunghoon... - tento apelar para sussurros mais calmos contra a sua orelhinha. Descobri que era um lugar muito sensível para ele a tempos atrás. - Ei, você precisa acordar.  

Peço mais uma vez, vendo as suas mãos se fecharem forte e uma gotinha de suor escorrer por sua testa. 

- Amor... - deixo um beijo simples em sua bochecha, tentando acalma-lo ao maxímo. Ele parece perceber minha presença ali e a sua respiração começa a se normalizar. Sunghoon suspira fraco e cansado, tentando me abraçar. 

Provavelmente procurava um cantinho seguro. 

"É tão ruim te ver sofrendo assim."

Já faz um tempo que Sunghoon vem tendo pesadelos e por causa disso ele se fechava mais ainda para os nossos amigos, ficava grudado comigo sempre que conseguia, pedindo carinho e companhia. Isso tudo porque o ano já estava acabando e depois do campeonato de basquete viria a faculdade. Sunghoon tem um grande problema em interagir com pessoas novas e os seus traumas de infancia não estavam o ajudando recentemente. 

Ansiedade.

Meus pensamentos são interrompidos quando vejo os seus olhinhos se abrirem devagar, piscando ainda sonolento. Assim eu me afasto um pouco para encara-lo melhor e ele percebe o que estava acontecendo, seus olhos se enchem de lagrimas. 

- Está tudo bem. Já passou. - não o deixo chorar mais uma vez, envolvo meus braços em seu corpo e Sunghoon me abraça apertado de volta. - Respira comigo. 

Começo a respirar fundo e soltar devagar, uma dica que tinha pegado com uma psicologa na internet para ajudar com a ansiedade ou em crises de panico. E Sunghoon me acompanha, assim como uma criança. 

- Eles estavam lá de novo... - ele sussurra. - Eu tentava te chamar mas você não me ouvia. Era desesperador, eu não conseguia me mexer... 

Ouço Sunghoon fungar e subo ambas as mãos até os seus fios, entrelaçando os dedos neles para massagiar calmamente. Seu corpo estava deitado sobre o meu agora, o seu rosto apoiado contra o meu peito. 

- Você sabe que eles não podem encostar nem mais um dedo em você, hm? Lembra? Jay já se livrou deles. Você não precisa mais se preocupar. 

- E se...

- Nem eles e nem mais ninguem vai te machucar, hyung. 

- Hm. 

Sunghoon se afasta um pouco para limpar o rosto molhado pelas lagrimas e eu sorrio para ele. Se antes parecia uma criança, agora estava mais para um bebê. 

Namorar com ele me deixou mais boiola do que antes. 

E eu não estava reclamando. 

- Para de me olhar assim... - ele reclama, fazendo birra. 

- É que você é tão fofinho. - abraço a sua cintura assim que Sunghoon se senta na cama, dando beijinhos em suas costas. 

Sunghoon me ameaça com o olhar por cima do ombro mas sorri de lado em seguida. Olhamos em direção ao celular ou ouvir o som alto do despertador. Seis da manhã. 

Don't forget about meOnde histórias criam vida. Descubra agora