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𝐕𝐢𝐧𝐧𝐢𝐞 𝐇𝐚𝐜𝐤𝐞𝐫

VINNIE'S POV

Já era de manhã, por sorte acordei antes do despertador, o que significa que ainda tinha alguns minutos de sono, porém quando se tem uma linda mulher ao seu lado dormindo como uma princesa, você acaba não tendo nenhuma capacidade de sequer tirar os olhos dela.

Toda vez que me pego admirando a sua beleza, eu fico cada vez mais apaixonado. E só de pensar no quão eu sou sortudo eu fico louco.

— Você está parecendo um psicopata. — Ouvi aquela voz sonolenta ao meu lado e no segundo seguinte, me assustei. A garota disse, ainda com os olhos fechados. — Bom dia. — Agora sim ela abriu seus olhos e fixou seu olhar em mim.

— Pensei que ainda dormia.

— Na verdade, eu estava tentando voltar a dormir. Mas falhei miseravelmente — A garota colocou suas duas mãos embaixo da cabeça e virou seu corpo ficando de frente a mim. — Eu acabei tendo um sonho essa noite, que parecia ser bem real.

— Pode me contar o que lembra? — Perguntei para a garota, e depois virei meu corpo como ela para ouvir atentamente.

Ela respirou fundo e começou a dizer:

— Você estava no sonho. E éramos pais de um lindo menino. — Arregalei meus olhos ao ouvir suas palavras e acabei sentando na cama, encostando as costas na cabeceira, também encarando a parede na frente.

— O que?

— É. Você pegou ele no colo e fazia cócegas na barriguinha dele, e era inevitável as risadas. — Eu não conseguia nem olhar para ela, mas eu ouvia sua voz completamente alegre ao contar o sonho.

— Não. — Falei rápido e esfreguei meus olhos. — Pare com isso.

— Por que? O que foi? — Ela também se sentou como eu ao meu lado e levou suas mãos até as minhas tentando tirar de meus olhos.

— Você sabe que eu não quero filhos. Não podemos. Aliás, esses sonhos são apenas bobagens, você não devia ligar pra isso.

— Por que? Você nunca me disse o motivo de não querer. Eu pensava que só me dizia isso por dizer mesmo.

— Eu não posso ser pai.

Falei rápido, num tom agressivo e rapidamente me levantei da cama e coloquei meu roupão que estava no chão.

Só de lembrar da noite anterior, onde estávamos um pouco alcoolizados e acabamos transando aqui, com o perigo de termos feito sem camisinha já me assusta completamente.
Abaixo a cabeça e disfarçadamente arregalo meus olhos disfarçando o meu desespero, porém nas minhas próprias respostas eu já mostrava meu humor.

Corri para o banheiro; fechei a porta deixando a garota ali sozinha no quarto.

Minha cabeça explodia de tantos pensamentos futuros, eu sendo um pai terrível e minha mulher me odiando por não ser quem ela espera.
Por mais que eu queira formar uma família com Grace, isso não daria certo por eu ter um grande problema que impede isso de acontecer.

O problema que a garota não poderia saber de jeito nenhum.

Grace batia na porta me chamando, com sua voz fraca que parecia segurar um choro, mas eu não estava com coragem de olhá-la nos olhos e mostrar minha vulnerabilidade ao assunto despertado. Então apenas ignorei seu chamado e fiquei ali parado com as mãos no rosto e o corpo suando.

Fazia 20 minutos que estava sentado no chão com as costas na porta, despejando lágrimas, enquanto pensava nas merdas que fiz a minutos atrás e nas merdas que farei se tiver um filho daqui uns anos, ou meses. Mas eu não tinha escapatória, de um jeito ou de outro eu teria que falar com Grace sobre.
Entretanto acabei por me levantar do chão e respirar fundo.