Prólogo

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Conforme a noite chegava, o ambiente ficava frio e tempestuoso. Provavelmente choveria e forte. A família dormia, e as luzes estavam desligadas. Porém, sem que menos esperassem, tudo entrou em chamas.

Muito fogo. A casa que minutos antes era um local de lazer para aquela família logo se tornou num verdadeiro inferno. Mercenários vindos aos montes... O que queriam com aquela família? O que queriam... Por que queriam os matar...?

A garota corria pelos escombros ignorando a fumaça ou o calor que enfrentava. Precisava encontra-los. Não poderiam estar mortos... Não... Não poderiam... Entrou num cômodo tomado por fogo e saltou por cima de uma madeira em chamas. Alguém precisava estar vivo...

– Winter... – Ouviu uma voz franca no canto do quarto.

– Pai... – Sussurrou e correu até ele tossindo. – Vamos sair...

– Não posso... Leve seu irmão daqui e fuja.

– Mas...

– Vá Winter. Seu irmão já está lá fora.

– E a mamãe...?

– Vá logo Winter... – A voz do homem estava cada vez mais fraca, sua pele estava quente e a respiração cada vez pior – Por favor... Leve minha espada... Ela vai te proteger.

– Mas...

– AGORA WINTER! – Conseguiu falar firme pra ela ver que só estava piorando as coisas.

A garota com lágrimas nos olhos pegou a espada e cortou uma parte do vestido que só servia pra atrapalhar. Não podia fazer nada. Nada.

Saiu correndo. A fumaça entrava cada vez mais em seus pulmões e sua tosse aumentava cada vez mais. Seus sentidos estavam totalmente bagunçados e sua visão estava cada vez pior. Onde é a saída? Estou indo pra onde?

Um momento não aguentou mais. Caiu de joelhos chorando.

– N-não sirvo pra nada... – Soluçava – Que eu morra logo... – Falava com o pouco de forças que ainda tinha.

Caiu no chão já não conseguindo respirar direito e esperou a morte inevitável. Estava quase apagando e com os pulmões queimando quando sentiu algo mordendo a parte de trás da gola de seu vestido. Não conseguia olhar pro lado muito menos pra frente. Acabou olhando pra baixo e vendo patas cinzentas. "O que é isso...?" Pensava com sua pouca consciência. Sentiu que a "coisa" começara a correr pra fora do local.

Quando apagou totalmente. Não sabia se acordaria novamente. Mas se acordasse... Iria matar quem matou seus pais. Não iria perdoar isso. Nunca.

Mas... Como sairia viva? Aquela coisa realmente conseguira a salvar? E... Por que a salvaria?

Isso são perguntas que seriam respondidas no futuro. Num futuro, apesar de tudo, próximo.

Simplesmente... Te amoOnde histórias criam vida. Descubra agora